Autor: C.W.Gortner
Título original: The Tudor secret
Sinopse: No verão de 1553, Brendan
Prescott é chamado à corte inglesa dos Tudor para se tornar escudeiro de
Robert Dudley. Na mesma noite em que chega à corte, Lorde Robert
encarrega-o de entregar secretamente um anel à princesa Isabel.
Frente a frente com a emblemática princesa, e depois
de ela se recusar a aceitar a joia, o jovem escudeiro percebe que se
encontra no meio de uma trama de conspirações e mentiras. Os Dudley
planeiam uma traição mortal contra o rei Eduardo VI e as suas duas irmãs
Maria e Isabel com um único fim: chegar ao trono.
Destemido e convicto de que o que vai fazer é o
melhor para Inglaterra, Brendan Prescott alia-se a Isabel e aos seus
protetores. Torna-se assim um agente duplo em defesa da coroa, contra a
ambição desmedida dos Dudley.
Num enredo misterioso envolto em intrigas,
perseguições, assassínios e corrupção, Prescott acaba por descobrir
também as suas verdadeiras origens e a sua própria história. Uma
história que esconde um segredo muito mais perigoso e mortal do que ele
alguma vez poderia imaginar.
A Corte dos Tudors é, certamente, dos temas mais escritos dentro do género "Romance histórico". Época que mudaria a componente política e social da Europa, é famosa pelas intrigas, vinganças, loucuras de amor e traições. É nessa base que assenta o enredo deste livro que é, essencialmente, um livro com um bom rigor histórico.
O que devo destacar no início da leitura é a escrita simples de Gortner que, apesar de formal, encaixando nos padrões da época, é capaz de nos convidar a entrar no enredo com grande facilidade. Todavia, o enredo não me agarrou de imediato, pois tudo parecia demasiado simples, forçado em alguns pormenores que estavam a fazer a diferença. Esta sensação passou quando o autor começa a explorar a intriga, começando a oferecer detalhes, mas as perguntas, derivadas de alguns acontecimentos que pareciam forçados, permaneceram durante muito tempo, levando a que a leitura fosse rápida, mas também "desconfiada" porque sentia que o autor me estava a esconder algo.
E aos poucos tudo começou a fazer sentido. A intriga começa a revelar-se mas, mais importante, o autor consegue criar uma sábia mistura entre ficção e factos que nos levam a ler sem sentirmos que o enredo não encaixa. Este é o ponto alto do livro: o rigor histórico do autor que nos empurra para dentro do enredo sem nos cansar. A isso junta-se um bom conjunto de personagens, grande, por vezes complexo, com algumas personagens que não marcam o livro, mas com outras que o definem, principalmente Isabel.
E é suportado por estas personagens que o enredo começa a ganhar peso, sendo cada vez mais abrangente em relação aos principais temas da sociedade. É verdade que dentro dos temas "política", "religião" ou "tradições sociais", alguns factos são mais explorados do que outros, mas também é verdade que este livro tem continuação, e por isso nem tudo terá de ser demonstrado no primeiro livro.
No fim a sensação é que tudo encaixou e pormenores que no início não faziam sentido, ou que não tinham sido revelados, no fim conseguem encaixar. É verdade que algumas respostas ficam para o próximo livro e alguns temas estão em aberto, mas no global este é um livro que se aguenta sozinho. O que Gortner tentou criar neste livro foi uma leitura que tem rigor histórico sem perder o ritmo necessário para não ser difícil de ler e o resultado é um romance histórico que não é exaustivo, que poderá não agradar aos leitores que gostem de leituras muito pesadas em termos de detalhes históricos, mas compensa isso com um bom ritmo e no fim ganhamos um livro equilibrado com bom rigor histórico e sem momentos exaustivos. Se gostam do género, este livro pode ser uma boa escolha, porque apesar de não ser do melhor do género, está bem estruturado e pensado ao ponto de não nos largar. Fico à espera para ver como serão os próximos!
Luís Pinto
Parece-me um livro interessante. Gostei da tua opinião e sendo uma saga acho que é esperar pelas opiniões aos próximos livros mas para já estou muito cuirosa.
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