terça-feira, 30 de julho de 2013

UM MUNDO SEM FIM - Volume I


Autor: Ken Follett

Título original: World without end


Sinopse: Depois do enorme êxito de Os Pilares da Terra, Ken Follett regressa à cidade de Kingsbridge, mas desta vez cerca de dois séculos após os acontecimentos do primeiro livro. No dia 1 de Novembro de 1327, quatro crianças presenciam a morte de dois homens por um cavaleiro. O sucedido irá para sempre assombrar as suas vidas, mas Merthin, Ralph, Caris e Gwenda ficarão também marcados pelo próprio tempo em que vivem, e em particular pela maior tragédia que assolou a Europa no século XIV, a Peste Negra.



Após ter lido o seu livro Triplo, uma obra de espionagem que gostei bastante, regresso a este autor para ler uma das suas obras mais famosas. Não sendo uma continuação direta, este livro passa-se na cidade do enredo de Os Pilares da Terra, que um dia tentarei ler. Devido a oportunidade e por não ser uma continuação direta, decidi começar por este, ajudando também a que as expectativas não destruíssem esta leitura, algo que poderá acontecer a quem leia primeiro "Os Pilares".

Sendo apenas metade do livro original, não irei alongar-me muito nesta opinião, mas há fatores que devo destacar devido à sua importância. Em primeiro lugar as personagens: a grande maioria está mesmo muito bem construída. Não tendo, por agora, uma favorita, parece-me notório que Caris se destaca, talvez pela sua coerência, mas também porque sai um pouco do espectro (em algumas características) onde estão as restantes personagens. 

O autor demonstra ainda um bom trabalho de investigação, e com isso, não só dá-nos pormenores interessantes a nível histórico, como depois consegue enquadrar muito bem as suas personagens, e nota-se como está bem explorada a ignorância e o preconceito do povo, criando ainda uma inércia contra a evolução. O mundo criado é amplo e profundo, não só graças ao enredo e descrições, mas principalmente (novamente) graças às personagens. O autor explora ainda, e bastante, o desejo sexual, principalmente a homossexualidade, mas falarei mais sobre este tema na opinião ao segundo livro.

Sendo um livro que perde por ser apenas a primeira metade, a verdade é que é viciante do início ao fim. O ritmo da narrativa nunca é lento mas também nunca é rápido. No entanto, a narrativa envolve-nos de tal forma que é impossível parar. Nota-se que o ritmo do enredo sobe e desce frequentemente, mas estas alterações nunca são demasiado extensas para nos mudar o ritmo de leitura, e assim continuei durante todas as suas páginas, sempre sem parar.

Com uma linha muito ténue entre o bem e o mal, com questões morais que farão o leitor dividir-se em opiniões e gostos sobre algumas personagens, o autor tenta expor com suavidade e realismo os dois lados da mente humana e os atos que por vezes tomamos para ajudar os outros ou para nosso interesse. É verdade que em dois momentos senti alguma previsibilidade mas é difícil de discutir para já tais momentos, pois ainda estou a meio da história.

Os aspetos negativos são difíceis de encontrar. É verdade que por vezes senti que as personagens não apresentavam a linguagem que eu esperava para aquela época, e também é verdade que o elevado número de personagens me obrigou a ler mais devagar no início para sentir que estava a perceber tudo, mas nada disto retira qualidade à experiência que está a ser ler esta obra. Assim que acabar o volume II deixo aqui a minha opinião numa visão mais global e mais profunda, principalmente sobre as questões morais que esta obra levanta.

Até agora, muito viciante e com bastante qualidade!

Luís Pinto

Para mais informações sobre o livro Um mundo sem fim - volume I, clique aqui.

Para mais informações sobre o autor, consulte o site da Editorial Presença aqui

domingo, 28 de julho de 2013

A LENDA DE SIGURD E GUDRÚN


Autor: J. R. R. Tolkien

Título original: The legend of Sigurd and Gudrún

«Há muitos anos, J. R. R. Tolkien compôs a sua própria versão, agora publicada pela primeira vez, da grande lenda da antiguidade nórdica, em dois poemas intimamente relacionados, a que deu os títulos de «O Lai dos Volsungos» e «O Lai de Gudrún».
Em «O Lai dos Volsungos» conta-se a história do grande herói Sigurd, o assassino de Fáfnir, o mais famoso dos dragões, de cujo tesouro se apoderou, o despertar da valquíria Brynhild, que dormia rodeada por uma muralha de chamas, e o noivado dos dois. Após a chegada de Sigurd à corte dos grandes príncipes niflungos (ou nibelungos), o herói desperta o amor mas também o ódio da feiticeira dos Niflungos, versada nas artes mágicas.
Em cenas de grande intensidade dramática, troca de identidade, paixões frustradas, ciúmes e disputas amargas, as tragédias de Sigurd e Brynhild, de Gunnar, o Niflungo, e Gudrún, sua irmã, atingem o auge com a morte de Sigurd às mãos dos seus irmãos de sangue, o suicídio de Brynhild e o desespero de Gudrún.
Em «O Lai de Gudrún» é contado o seu destino depois da morte de Sigurd, o casamento, contra a sua vontade, com Atli (ou Átila), governante dos Hunos, o assassinato dos seus irmãos, os senhores niflungos, e a sua vingança hedionda.
Sendo a sua versão inspirada, principalmente, no estudo atento das antigas poesias norueguesas e islandesas conhecidas como Edda Poética (e no posterior trabalho em prosa, a Völsunga Saga), J. R. R. Tolkien utilizou estâncias curtas cujos versos conservam em inglês os exigentes ritmos aliterativos e a intensa energia dos poemas da Edda.»



Este não é um livro fácil de se ler mas também é mais um prova (como se ainda fosse preciso) da genialidade deste autor. Tolkien conta à sua maneira um pouco da mitologia nórdica que mais tarde viria a influenciar as suas grande obras, como O Senhor dos Anéis.

O facto de estar todo em poesia e com uma métrica perfeita, demonstra-nos que o autor não só tinha um conhecimento profundo da mitologia sobre a qual escrevia, mas também uma grande mestria a escrever poesia. A história é muito agradável e interessante, no entanto o facto de estar em poesia poderá afastar alguns leitores.

Esse é o problema que afastará muitos leitores: poesia, aquele factor que mostra a qualidade do autor mas torna o livro difícil de ler e compreender. É verdade que não sou um profundo conhecedor de poesia e que alguns significados me podem fugir devido à falta de hábito, mas também é preciso salientar que são muitas as notas de autor que nos ajudam a perceber o que estamos a ler. Este é, aliás, um dos pontos mais importantes do livro: as várias explicações que vamos recebendo e não podemos esquecer a introdução que é essencial para percebermos o contexto onde vamos entrar mas também as motivações do próprio autor e também do seu filho, que aqui "junta" mais um trabalho do seu pai.

Sobre a história não direi nada, pois a sinopse já o faz e a partir dessa base devem começar esta história. Existe traição, honra e muitas dúvidas interiores que irão afetar as personagens e suas decisões. Em certa parte é fácil fazer algumas ligações com O Senhor dos Anéis mas também é muito fácil desligar-mo-nos da Terra Média e absorver toda esta mitologia. No meu caso, a história tornou-se interessante logo no início, mas também devo admitir que nunca estive totalmente viciado, uma vez mais, por a poesia me obrigar a um maior esforço de concentração e a ler todas as explicações do autor.

Falta apenas dizer que Tolkien explora muito bem os sentimentos das personagens e os momentos de maior emoção, principalmente os de perda ou de desespero. Com dois ou três momentos que me surpreenderam no enredo, a leitura tornou-se cada vez mais agradável enquanto ia apreciando os desenvolvimentos e ia entrando no ritmo da poesia. A história é muito boa, ao nível de uma boa mitologia, com base e profundidade, e cheia de valores morais que cada leitor retirará.

Em resumo, este é o livro mais difícil de ler deste genial autor. No entanto não deve ser imediatamente posto de lado por ser um livro de poesia. No meu caso, comecei lentamente e aos poucos o livro conquistou-me. Este é um excelente livro que se não fosse em poesia, teria muitos mais fãs. Vale a pena tentar ler esta excelente obra, tendo consciência que dificilmente será o favorito dos leitores.

Luís Pinto

sexta-feira, 26 de julho de 2013

LAÇOS QUE PERDURAM


Autor: Nicholas Sparks

Título original: The Guardian



Este é o 3º livro que leio de Nicholas Sparks. O seu estilo singular deu-lhe um enorme êxito em todo o mundo e não é difícil perceber porquê. Sparks, consciente que o seu público alvo é o feminino, cria histórias que transmitem sentimentos ao leitor: hipnotiza-os com o poder do amor, entristece-os com a inalterável perda, e no fim, tenta deixar uma mensagem que cada leitor interpretará à sua maneira.

Não sendo um género do qual seja fã absoluto, Nicholas Sparks é um dos autores em que apenas leio um livro de vez em quando. Os outros dois livros que li foram interessantes, nunca fascinantes para mim, mas tocaram em temas interessantes e que com uma escrita leve, me proporcionaram leituras sem esforço. Neste enredo não conseguimos encontrar grande originalidade, mas a verdade é que neste género já não é fácil criar algo refrescante. No caso de Sparks não é a originalidade nem a surpresa que marca o livro, mas sim os sentimentos. No entanto, este dá um passo em frente em relação à força do enredo.

Este é o meu livro preferido do autor. Em termos críticos, é difícil dizer se tem mais qualidade do que os outros, pois parecem-me todos ao mesmo nível onde vários temas de interligam. O que me fez gostar mais desta obra é o facto de ser o enredo mais negro do autor e aquele que explora melhor a mente doentia a que um ser humano pode chegar. Este era um caminho que não esperava ver nesta obra, e gostei.

Após ler três livros deste autor, começa a ser possível descobrir as semelhanças. Em alguns momentos, Sparks é previsível, não porque a história indicia que acontecimento X vai acontecer, mas simplesmente porque já aconteceu noutros livros seus. Existem certos acontecimentos que se repetiram nos três livros que li do autor e que imediatamente identifiquei, mas o autor consegue compensar esses momentos com personagens que facilmente gostamos (apesar de por vezes também serem previsíveis) e com momentos de grande emoção. 

A história segue Julie, uma mulher que perdeu o marido e vive com o seu cão, Singer (é muito fácil gostarmos deste cão), e aos poucos vemos o aparecimento de um triângulo amoroso a "dois tempos". Com a escrita rápida e simples, Sparks expõe uma boa construção de personagens, mas a verdade é que, na minha opinião, Richard consegue sobressair muito mais do que as outras, o que por um lado é mau, por outro é bom. 

Sem querer revelar a história, é preciso dizer que o autor volta novamente ao tema da perda. A morte, solidão e incapacidade para seguirmos a vida durante bastante tempo. Neste aspeto nada de novo mas é verdade que o autor faz bem o seu papel (se não o fizesse não teria tanto êxito), mas é no lado negro que este livro me convenceu. Sparks leva-nos ao interior mais sombrio da mente humana, e se por um lado algumas ações não surpreendem, a própria forma como o autor expõe a sua personagem mais negra é uma excelente adição e que muito deve contribuir para este ser o seu livro melhor classificado no GoodReads. 

Personagens interessantes, um cão memorável e um livro mais intenso e negro do que esperava. Sparks não escreve o meu género, não o conseguiria ler consecutivamente nem redefine os acontecimentos do género, mas consegue criar emoções como poucos, e é por isso que o seu público alvo lhe é tão fiel. Para quem gostar do género ou do autor este é mais uma boa adição, e para quem quiser experimentar este autor, este é o livro que recomendo (dos três que já li).

Luís Pinto

quarta-feira, 24 de julho de 2013

SACRIFÍCIO DE SANGUE


Autor: Kristen Painter

Titulo original: Flesh and Blood



Após ter lido o primeiro livro desta saga, e com tantas perguntas no ar, decidi continuar com a saga e ver até onde me poderá levar. Passado poucos meses após o fim da história do livro anterior, voltamos a sentir um suave equilíbrio entre os vários temas que constituem o enredo, mas também existem várias dúvidas sobre como este mundo se mantém devido à forma como a autora o expõe. Existem várias respostas que a autora nos dá aos poucos mas, inevitavelmente, mais perguntas se criam.

A autora mantém o seu estilo, que provavelmente durará toda a saga para sentirmos a identidade da história, com uma escrita direta e forte, com descrições espaçadas para que o ritmo não caia, tudo envolto num mundo negro que agradará aos fãs do género. As personagens mais importantes continuam a demonstrar que têm segredos, o que ajuda a aumentar a vontade de lermos o livro até ao fim, no entanto, os segredos revelados continuam a criar novas alternativas, novos caminhos e decisões. Ainda falando sobre os segredos e revelações, Tatiana continua a ser a personagem mais interessante (apesar de achar que a autora exagerou na exposição da mesma) porque é a mais coerente. No entanto, não é ela quem faz a história avançar, mas sim Chrysabelle e Malkom, não enquanto casal, mas individualmente.

Chrysabelle, personagem principal, é, ironicamente, a menos coerente, tomando decisões e caminhos forçados em alguns momentos. Claro que a história também tem momentos em que encaixa bastante bem, até com esta personagem, mas o facto de estarmos a ler um livro a meio de uma saga deixa aqui o sabor de não percebermos se a autora se está a desviar do caminho ou se somos nós que não o vemos.
Sobre outras personagens, devo dizer que surgem algumas bastante interessantes mas a todas falta alguma profundidade e nota-se que a autora deseja manter algum suspense sobre as mesmas, ficando a noção que serão exploradas mais tarde.

A autora continua a dar-nos várias perspectivas, talvez demasiadas, e tal facto afasta-nos um pouco da história. Por um lado é mau pois perdemos alguma ligação com personagens importantes, mas também ganhamos com uma visão mais alargada sobre o que está a acontecer. Contudo, acredito que a autora tenha de "afunilar" este enorme leque de personagens para aumentar o ritmo quando as decisões importantes forem tomadas. A perspectiva de Tatiana é bastante importante, apesar de achar que talvez tenha sido exagerada neste livro, e percebe-se que a autora tenta criar uma ligação com o leitor e esta vilã. A verdade é, que apesar de ser uma personagem difícil de gostar, Tatiana é a personagem mais coerente, objetiva, e, provavelmente, a melhor conseguida, ficando no ar a pergunta se a autora conseguirá manter esta vilã até ao fim da saga ou se terá de renovar "o mau da fita".

Devido a algumas decisões das personagens principais, este livro é mais virado para o público feminino do que o anterior. Continua negro, continua a dar vontade de ler e o mundo criado pela autora é o seu maior trunfo até agora. Por vezes parece que perde alguma objetividade mas rapidamente se recompõe. Todavia é preciso referir que, olhando apenas de um ponto de vista crítico, este livro não está ao nível do anterior... um problema que vários livros a meio de uma saga acabam por apresentar.

Para mim ainda é cedo para recomendar esta saga, mas nota-se que se trata de uma saga que tem tudo para agradar aos fãs do género, principalmente a um público mais feminino que se identifique melhor com a personagem principal. Fico a aguardar para ver até onde esta autora me irá levar.



Luís Pinto

segunda-feira, 15 de julho de 2013

A REVIRAVOLTA


Autor: Michael Connelly

Título original: The reversal


Sinopse: Em 1986, um crime brutal abalou a vida dos habitantes de Hancock Park: Melissa Landy, de doze anos, foi raptada e brutalmente assassinada, e o seu corpo atirado para uma lixeira. Vinte e quatro anos depois, o caso regressa à barra dos tribunais, sob o olhar atento dos meios de comunicação social. Jason Jessup, o suposto infanticida, tem em seu poder uma prova de ADN capaz de o ilibar do crime. Porém, o advogado Mickey Haller, conhecido pelas suas defesas vitoriosas, aceita agora uma nova missão: trabalhar pela primeira vez com o gabinete do procurador do Ministério Público para provar a culpa de Jessup.
Com a ajuda do detetive Bosch e da ex-mulher, a destemida Maggie McPherson, Haller terá então de superar um advogado de defesa hábil na manipulação dos meios de comunicação social, um réu ardiloso e uma testemunha relutante em depor ao fim de tantos anos. E o jogo torna-se cada vez mais perigoso à medida que a família de Haller e Bosch se veem transformadas em peças de xadrez num tabuleiro fatal.


Apesar de não ser o primeiro livro desta personagem (Mickey Haller), o enredo não exige que se tenha lido os anteriores. A sinopse agradou-me bastante mesmo tendo em conta que "thrillers de tribunais" não seja um género que leia muito, e por isso arrisquei, e valeu a pena.

O primeiro ponto a destacar é a mistura entre factos históricos e ficção. Quando a crítica internacional diz que o autor está no topo do seu género, a verdade é que tal nota-se em pequenos detalhes, e a forma como liga factos e ficção é prova disso. O ritmo é bom, nunca deixando que o livro se torne monótono, e nota-se que o autor teve a intenção de nos dar os factos históricos aos poucos, para que haja uma melhor compreensão e não saturação de alguns temas. Outro detalhe interessante é o facto do autor esclarecer alguns modos de funcionamento da polícia na investigação, levando o leitor a sentir-se à vontade com certos temas mais complexos.

Outro ponto interessante trata-se da manipulação que o livro tenta na mente do leitor, levando-nos a apoiar um lado, fiquei atento, a tentar perceber se o enredo me levava com verdades ou mentiras. No entanto, também é preciso destacar que em vários momentos notamos que não existe uma linha que defina bons e maus. Este facto agradou-me bastante porque na realidade essa linha é tão ténue que por vezes não existe, mesmo nestes casos. Todos têm os seus objetivos e motivações, e muitos de moralidade discutível. E neste caso, tal facto torna o livro muito mais realista e oferece-nos a sensação de que o final do livro nunca será o final da história, porque a luta entre bem e mal, justo e injusto, nunca terá fim.

Com a narrativa centrada em Bosch e Haller, o enredo salta em cada capítulo, para a visão de um ou do outro, levando o autor a escrever de forma diferente. Este aspeto é bastante positivo, pois ajuda-nos a distinguir imediatamente as personagens e também a conhecê-las melhor, pois a narrativa está apoiada na personalidade de cada um. As personagens são bem construídas, principalmente porque são coerentes (o que para mim é muito importante num livro onde a argumentação lógica é tão relevante), e existem três ou quatro que se destacam, principalmente Haller que conseguiu aproximar-me da história, que é sempre um dos objetivos de personagens importantes.

O final não esperava desta forma. Acredito que alguns leitores não apreciem, mas eu gostei bastante, e a excelente nota que o livro tem no site GoodReads demonstra que foram muitos os que gostaram deste livro (juntamente com a crítica internacional que aplaudiu este livro). Pode não ser o marco no seu género (não o consigo dizer porque não sou grande conhecedor do mesmo), mas foi um livro de leitura agradável, que gostei bastante e me convenceu a ler mais livros do autor.

Luís Pinto

sábado, 6 de julho de 2013

Passatempo: A Guerra dos Tronos - Pack Série em Blu-ray e marcadores


O blog Ler y Criticar vai estar de férias na próxima semana e decidimos deixar mais um passatempo aberto para festejar o aniversário! Boa sorte a todos!

PASSATEMPO

A Guerra dos Tronos
Pack: Blu-ray 1ª Temporada e 9 marcadores de livros



Este foi um passatempo mesmo muito difícil de se tornar possível e espero que gostem! Novamente, obrigado a todos os que tornaram possível esta oportunidade!

Para se habilitarem a ganhar, existem duas formas possíveis:

1ª opção: responderem à pergunta e serem fãs do blog no facebook ou seguidores pela Rede Social Google.

2ª opção: se quiserem ter mais hipóteses de ganhar este prémio, convençam um amigo a tornar-se fã ou seguidor do blog e a participar neste passatempo. O vosso amigo deve indicar o vosso nome no último local de respostas.

Portanto, se a pessoa X participar, terá o seu nome inscrito uma vez no sorteio, mas se convencer, por exemplo, três amigos a participarem e eles indicarem o nome da pessoa X, a pessoa X terá o seu nome inscrito 4 vezes no sorteio! Quantas mais pessoas recrutarem, mais hipóteses de ganhar!

O passatempo termina às  23:59 de 31 de julho!


Boa sorte a todos! Vejam a série! Leiam os livros!
E recrutem muitos amigos!



sexta-feira, 5 de julho de 2013

O ESTRANGULADOR DE CATER STREET


Autor: Anne Perry

Título original: The Cater Street Hangman


Sinopse: Enquanto as irmãs Ellison - Charlotte, Sarah e Emily - visitam amigos e tomam chá nos melhores salões londrinos, uma das suas criadas é brutalmente assassinada. Para Thomas Pitt, o jovem e pacato inspetor destacado para o caso, ninguém está acima de suspeita. A sua investigação na requintada casa da família Ellison vai provocar reações extremas: para uns, será de absoluto pânico; para outros, de deselegante curiosidade; para a jovem Charlotte será algo mais íntimo e empolgante. Algo capaz de levar Thomas a perder momentaneamente o seu instinto detetivesco e a andar com a cabeça nas nuvens. Mas sobre o casal pairam sombras impossíveis de ignorar: Charlotte é uma menina da sociedade e Thomas pertence à classe trabalhadora... e o assassino que atormenta as ruas da cidade continua à solta, implacável.

Há algum tempo que estava curioso com os livros desta autora, que criou uma personagem principal, o inspetor Thomas Pitt, e com ele mais de vinte policiais, originando uma das série mas consistentes segundo a crítica internacional. Este primeiro livro, considerado por muito o melhor trabalho da autora, leva-nos até à face mais esplendorosa de Londres e a uma investigação misturada com um efervescente romance.

No entanto, e para minha surpresa, o livro não se foca exclusivamente na investigação. Este é, principalmente, um livro com forte crítica social e focado nas lutas interiores de cada personagem. A narrativa vai saltando entre protagonistas e com elas vemos os seus suspeitos, levando a algumas revelações, muitos preconceitos, e a uma indireta manipulação da autora para nos levar a tentarmos adivinhar quem é o assassino.

Com um elenco rico, o livro tem como grande trunfo a forma como nos mostra o pânico que as personagens sentem quando começam a perceber que qualquer um pode ser o assassino, e por isso, qualquer um pode ser a próxima vítima. Até que ponto conhecemos realmente a pessoa com quem lidamos todos os dias?

A surpresa foi mesmo a crítica social. Pelo meio da investigação, a autora consegue demonstrar uma forte e desprezível divisão entre ricos e pobres, e mais importante, a opressão e desprezo que ricos têm pela classe trabalhadora. Mas também existe uma forte crítica entre a ideia que se cria sobre quais serão os objetivos de um homem e de uma mulher, e quais os fatores pelos quais medimos o sucesso das mesmas. Tudo misturado dá uma sociedade hipócrita e que não sabe enfrentar esta situação.

As personagens principais, estão muito bem construídas,  principalmente Thomas e Charlotte, com diálogos bem montados, inteligentes, sem nunca parecerem irreais ou forçados, dando ao livro um toque de qualidade. A ligação entre os dois e a sociedade é o que dá consistência a este livro e também coerência, inclusive na parte final. Claro que não é fácil temer por algumas mortes numa sociedade onde se constrói a ideia que as vítimas mereçam mesmo morrer, mas é este realismo que me agradou no livro: o facto de a autora não se limitar a escrever uma investigação. Pelo meio há ainda espaço para um romance, que ajudará à crítica da sociedade, mas sobre isso não irei revelar mais nada. 

Tempo ainda para falar do final: não estava à espera e acredito que a grande maioria dos leitores, quer gostem ou não, não irão adivinhar as últimas revelações. Por tudo isto, este é um policial que gostei bastante. É coerente, é sólido e é crítico. A investigação é inteligente e facilmente me viciei na busca do assassino. Quem gostar de policiais deve dar uma vista de olhos a este livro, sem dúvida!

Luís Pinto

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A ÚLTIMA FUGITIVA


Autor: Tracy Chevalier

Título original: The last runaway


Sinopse: A Última Fugitiva é um romance vibrante sobre os tempos que antecederam a guerra civil norte-americana e a abolição da escravatura. Passa-se no Ohio rural, na década de 1850. Honor Bright é uma jovem quaker de Dorset que parte para a América em busca de uma nova vida. Cedo toma contacto com o Underground Railroad, um movimento de pessoas que ajudam os escravos negros a fugir para norte em busca da liberdade, uma causa a que os quakers eram muito sensíveis. Tracy Chevalier entretece com entusiasmo e beleza a história dos quakers pioneiros e a dos escravos fugitivos, revelando o espírito e a coragem de homens e mulheres comuns que tentaram fazer a diferença, desafiando até as suas próprias convicções mais profundas.


Esta leitura foi uma surpresa em alguns aspetos. Em primeiro lugar, a narrativa apresenta um ritmo mais elevado do que estava à espera, transmitindo ao leitor alguma da adrenalina que por vezes a nossa personagem principal sente. Por outro lado, também apresenta uma narrativa que "dança" entre uma escrita juvenil e suave, e uma escrita forte e madura, levando-me a sentir que a autora quer demonstra uma eovulção da personagem principal também com este aspeto e também alguma da luta interior da mesma.

Honor, a rapariga com a qual vivemos este romance, é uma personagem muito interessante, pelo que mostra, mas principalmente pelo que não mostra. Aliás, para mim, todo este livro ganha qualidade se o leitor tiver a atitude de questionar as decisões da personagem principal, porque é aqui que está a maior qualidade do livro.

Honor aprende aos poucos o que o mundo é. A visão juvenil e limitada desaparece aos poucos enquanto a própria sociedade lhe demonstra o que na realidade ninguém quer ver e muito menos preocupar-se. Honor terá pela frente decisões difíceis e enfrentará uma luta entre o que é moralmente correto, o que é socialmente aceite e o que a sua religião permite. E assim, este livro transforma-se num conjunto de questões onde o racismo e a religião ganham grande fulgor. 

Para quem questionar um pouco mais, verá que a autora não se limita a estes temas. Outros estão presentes, em algumas falas ou mesmo ideias que a nossa protagonista apresenta, levando, muitas vezes, a uma questão demasiado importante e que estará sempre atual: o direito de igualdade, e aqui não falo apenas em questões morais ou religiosas, mas também na enorme desigualdade financeira que sempre será a grande ferida numa sociedade. A juntar, devemos realçar que existe um notório trabalho de investigação por forma a misturar factos históricos e ficção, algo que foi muito bem conseguido pela autora, pelo menos para um leitor como eu, que não domina alguns dos factos históricos desta época.

As personagens são, na sua maioria, bastante interessantes, e tirando uma mais estereotipada, todas as outras são bem construídas. O mesmo podemos dizer dos locais e do ambiente social bem descrito pela autora. No entanto este livro é uma obra que marca pela coragem da autora em juntar religião e racismo de forma tão direta mas também tão indireta, e aos poucos esta história ganha coerência. 

Comovente e preenchido por um amor que surpreende em alguns momentos, esta foi uma leitura fácil e que me deixou a noção que melhora a cada capítulo: a início algo morno para acabar de forma madura e marcante. É verdade que existem momentos que parecem forçados e alguns leitores poderão não gostar, mas no meu entender, fazem parte do objetivo da autora em nos mostrar personagens com dúvidas e ingénuas. Este livro é o primeiro que leio da autora e lê-se rapidamente. Não é um livro marcante mas é uma obra que explora questões importantes enquanto no embala com um romance interessante. Quem gostar da autora, dos temas presentes ou até da época, este é um livro a ter em conta e que muitos irão gostar.

Luís Pinto 

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui
Para mais informações sobre o livro A Última fugitiva, clique aqui

PERIGO DUPLO


Autor: James Patterson

Título original: Double Cross


Ao fim de ler vários livros de Patterson, já sabemos que a sua fórmula resulta para quem gostar de thrillers rápidos. O autor brinda-nos, novamente, com um conjunto de pequenos capítulos que oferecem sempre algo de interessante ao enredo, e mesmo que ainda não estejamos "agarrados" à história, esta montagem leva-nos a continuar, pensando "só mais um capítulo".

Desta vez Alex Cross terá de enfrentar dois problemas. Um contra um ex-colega, outro contra um serial killer que está a deixar a cidade em pânico. Olhando para o livro como um todo, este poderá não estar ao nível do livro anterior em termos de qualidade, mas está perto. A grande diferença está no facto de este livro ser muito menos "pessoal" em relação a Alex e ao focar-se mais na "busca" perde-se algo. Num livro tão rápido, nunca há tempo para se criar uma personagem num só livro, e então espera-se que em cada um se aprenda um pouco mais sobre as personagens principais, e neste aprendemos pouco sobre Alex, pois é, essencialmente, um livro sobre Craig.

Outro fator importante é o facto de o autor ser refém da sua própria escrita. Com tão pouco "tempo", o enredo apenas nos dá o essencial, logo, qualquer personagem que apareça mais do que duas vezes, terá de ser importante em algum momento, e assim, por vezes se estraga uma revelação. No entanto, Patterson consegue sempre surpreender em algum momento, e este, um dos livros mais negro que li do autor, traz algumas surpresas.  

Falando ainda do enredo, existem dois pontos que me desagradaram: em primeiro lugar existe um momento forçado em que Alex não leva a sua arma, que não encaixa no perfil da personagem, e ainda o facto ( e este enquanto informático custa-me um pouco a aceitar) de um qualquer assassino conseguir apagar o seu rasto na internet sem que os génios do FBI o encontrem. E isto parece forçado porque não temos tempo para conhecer melhor a personagem e saber o porquê de ser tão bom com computadores.

Como em qualquer livro da saga, este não necessita que os anteriores sejam lidos, apesar de achar o que anterior (Alex Cross) é muito importante para a leitura de qualquer um na saga. No entanto, senti que falta saber o passado de algumas personagens e que esse conhecimento tornaria este livro melhor. Por outro lado, e agora olhando apenas a este livro, o enredo peca por não nos dar a base do assassino. Sabemos o seu motivo mas não se nota qual o seu objetivo lógico nem a forma como se tornou naquilo que é, e, uma vez mais, o autor é refém do seu próprio ritmo. Quem sabe, talvez num próximo livro!

Num livro mais virado para a amizade e menos para as preocupações familiares que estavam presentes no livro anterior, este é um livro para os fãs do autor. Muito fica em aberto para a saga continuar e isso poderá levar alguns leitores a desejar um maior clímax, mas sinceramente, tal foi o que gostei mais no livro: o facto de não ficar tudo definido e nem sempre acabar como queremos.

Perigo Duplo é mais um livro que se lê sem parar. É aquilo que os fãs querem e este será mais um livro que irão gostar. Eu leio-os sem parar e fico à espera dos próximos! Se são fãs de Patterson, este é mais um livro para se ler!

Luís Pinto

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Passatempo: Star Wars - vencedor!

PASSATEMPO


Star Wars

Pack Livro Darth Plagueis e filmes Blu-ray (Episódios 4, 5 e 6)


Chegou ao fim um dos passatempos dos festejos do 2º aniversário do blog.
Obrigado a todos os que tornaram este passatempo possível!

Obrigado também a todos os que participaram. Infelizmente só temos um pack para oferecer aos fãs deste grande universo!

E o vencedor é:

Miguel Alberto Alves

Parabéns ao vencedor!

Mais passatempos em breve!

Passatempo: A Última fugitiva - vencedor!

PASSATEMPO

A Última fugitiva

E já temos o nome do vencedor que irá receber um exemplar do mais recente livro de Tracy Chevalier!

Obrigado a todos os que participaram, e claro, à Editorial Presença por tornar possível esta oportunidade!

E o vencedor é:

Alice Silva Santos


Parabéns!

A todos, uma vez mais, obrigado e boa sorte para a próxima!

Mais passatempos em breve! Estejam atentos!

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui
Para mais informações sobre o livro A Última fugitiva, clique aqui.



A Última Fugitiva é um romance vibrante sobre os tempos que antecederam a guerra civil norte-americana e a abolição da escravatura. Passa-se no Ohio rural, na década de 1850. Honor Bright é uma jovem quaker de Dorset que parte para a América em busca de uma nova vida. Cedo toma contacto com o Underground Railroad, um movimento de pessoas que ajudam os escravos negros a fugir para norte em busca da liberdade, uma causa a que os quakers eram muito sensíveis. Tracy Chevalier entretece com entusiasmo e beleza a história dos quakers pioneiros e a dos escravos fugitivos, revelando o espírito e a coragem de homens e mulheres comuns que tentaram fazer a diferença, desafiando até as suas próprias convicções mais profundas.      

Tracy Chevalier nasceu em Washington D.C., mas aos 22 anos foi viver para Londres, onde reside atualmente com o marido e o filho. Tem um mestrado em Escrita Criativa pela Universidade de East Anglia e é uma autora muito acarinhada pelo público e pela crítica. O seu segundo romance, A Rapariga do Brinco de Pérola, recebeu o Barnes and Noble Discover Award, foi um estrondoso sucesso internacional e deu origem a uma versão cinematográfica nomeada para os óscares e protagonizada por Colin Firth e Scarlett Johansson.



«... o melhor romance da autora desde A Rapariga do Brinco de Pérola.» - The Times


terça-feira, 2 de julho de 2013

Passatempo: Cloud Atlas - vencedor!

 
PASSATEMPO

Cloud Atlas
Pack Livro e filme versão Blu-ray
 


Chegou ao fim um dos passatempos dos festejos do 2º aniversário do blog.
Obrigado a todos os que tornaram este passatempo possível!

Obrigado também a todos os que participaram. Infelizmente só temos um pack para oferecer!

E o vencedor é:

Paula Sousa Dores

Parabéns ao vencedor!

Mais passatempos em breve!

segunda-feira, 1 de julho de 2013

Passatempo: O Hobbit - vencedor!

PASSATEMPO


O Hobbit
Pack Livro e filme Blu-ray versão 2D/3D



Chegou ao fim um dos passatempos dos festejos do 2º aniversário do blog.
 
Obrigado a todos os que tornaram este passatempo possível!

Obrigado também a todos os que participaram. Infelizmente só temos um pack para oferecer!

E o vencedor é:

Rúben Lopes Rosa

Parabéns ao vencedor!

Mais passatempos em breve!