quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

FELIZ NATAL 2015



FELIZ NATAL

A todos os leitores "que se dão ao trabalho" de passar por aqui, participar em passatempos, deixar comentários, ou simplesmente ler algumas opiniões que vou escrevendo, quero agradecer o vosso apoio durante estes anos (foi um apoio muito importante) e desejo-vos um Feliz Natal com tudo o que desejarem! 
(e já agora, uns livros no sapatinho)

Feliz Natal a todos!
E boas leituras!

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Passatempo: Natal Editorial Presença - Vencedor


PASSATEMPO


Natal Editorial Presença

No coração do mar

Os animais domésticos 

Vencedor!


Chegou ao fim mais uma parceria com a Editorial Presença, em que temos um exemplar de cada um destes dois livros para vos oferecer.



Desde já agradeço à editora por esta oportunidade!

A todos os que participaram, muito obrigado, e se não ganharam, desejo melhor sorte para a próxima.












Sinopse "No coração do mar": No verão de 1819, o baleeiro Essex partiu de Nantucket para mais uma expedição de caça à baleia. Quinze meses depois, o impensável aconteceu: numa região remota do Pacífico Sul, um cachalote de enormes proporções provocou o naufrágio do Essex. A tripulação de vinte homens refugiou-se em três botes salva-vidas rumo à América do Sul, numa jornada épica pela sobrevivência. Três meses depois, os oito tripulantes que continuavam vivos foram encontrados à deriva. Para sobreviver, usaram todos os recursos, inclusive o canibalismo.
No Coração do Mar é um relato empolgante de um naufrágio tão relevante no seu tempo como o do Titanic atualmente. A aventura do Essex inspirou Herman Melville a escrever o clássico Moby Dick.



Sinopse "Os animais domésticos": Histórias em imagens, com ilustrações de vivas cores e legendas para aprender as primeiras palavras relacionadas com animais domésticos.
No final, o livro inclui jogos de autocolantes para consolidar os conceitos adquiridos e um puzzle com 12 peças no interior de uma bolsa.




E o vencedor é:

Sílvia Catarina Ferreira Caseiro

Parabéns à vencedora!

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

A HISTÓRIA NÃO CONTADA DOS ESTADOS UNIDOS


Autor: Oliver Stone & Peter Kuznick

Título original: The untold History of the United States




Sinopse: O chamado excecionalismo americano, que atribui aos Estados Unidos caraterísticas únicas entre as nações, continua a moldar a visão que os norte-americanos têm do papel do seu país no mundo e a forma como o mundo interpreta as ações dos norte-americanos.Mas os factos revelam uma outra verdade, como Oliver Stone e Peter Kuznick contam nesta obra fundamental sobre as luzes e as sombras do império americano. Munidos das mais recentes descobertas obtidas em documentos desclassificados e da investigação de académicos prestigiados, os autores revelam a história escondida dos EUA, por vezes chocante, mas meticulosamente documentada. Stone e Kuznick mostram, por exemplo, que:- Os bombardeamentos atómicos de Hiroxima e Nagasaki foram militarmente desnecessários e moralmente indefensáveis. - Foram os EUA, e não a União Soviética, que mais contribuíram para a perpetuação da Guerra Fria. - A preferência dos EUA por ditadores de direita em muitos países traduziu-se pelo afastamento do poder de líderes eleitos, pelo treino e armamento de milícias assassinas, e ainda pelo lançamento na pobreza de milhões de pessoas. - Fundamentalistas islâmicos financiados pelos EUA, que começaram por combater os soviéticos no Afeganistão, vieram depois ameaçar os interesses dos americanos e dos seus aliados. - Os EUA usaram repetidamente o argumento da ameaça de uma guerra nuclear e estiveram muito perto de a gerar. Abrangendo um período de mais de um século da história mundial, este é um documento histórico singular que resulta de uma profunda e rigorosa investigação de cinco anos, revelando toda a verdade sobre os meandros do imperialismo norte-americano.



Quando olhei para a sinopse deste livro fiquei com vontade de o ler, principalmente porque me pareceu um livro que não iria ter como base uma série de teorias da conspiração, mas sim uma pesquisa cuidada a documentos que são fidedignos.

O livro não me desapontou. Longe disso. Gostei da forma cuidada com que o livro foi escrito, tendo um ritmo interessante e uma estrutura bem pensada, com as revelações a serem apresentadas pela ordem certa. Neste aspeto, Oliver Stone demonstra, novamente, que sabe agarrar o leitor que está a tentar assimilar toda esta informação e a criar as suas próprias ligações. Para criarmos as nossas próprias ligações, e consequentes conclusões, ter um bom conhecimento de alguns momentos políticos ajuda, mas o livro faz um bom trabalho ao explicar o essencial e a enquadrar a investigação com esses momentos.

Outro aspeto interessante é que o livro não nos tenta convencer de uma ideologia clara, mas sim que nos tenta levar a pensar. No meu caso, muito do que li neste livro já tinha lido noutros, mas também é verdade que este foi, de longe, a leitura mais acessível e bem estruturada que li sobre este tema. No final, algumas perguntas ficam no ar, mas não porque se queira criar algum tipo de impacto ou suspensa, mas para dar a noção de que ainda há muito para se descobrir, quer seja sobre os EUA mas também sobre os países com os quais tiveram ligações nos últimos anos e que de alguma forma tiveram influência em importantes decisões da nossa história.

Algumas revelações são muito interessantes, e outras conclusões também têm impacto, com a leitura a caminhar por caminhos sinuosos de doses iguais de especulação e certezas. É tendo essa noção que os autores não nos obrigam a aceitar uma ideia, mas sim a pensar sobre ela.

Sendo um livro sobre factos, é complicado mencionar detalhes sem revelar nada. Globalmente, gostei bastante do livro e acredito que agradará a todos os que ao lerem a sinopse ganhem vontade de o ler. Se procuram mais sobre este tema, este é um livro bastante acessível e inteligentemente montado para um público alvo bem definido. Uma boa leitura repleta de factos interessantes. Gostei bastante!

Luís Pinto

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

NOIVA


Autor: Abigail Barnette

Título original: The bride



Sinopse: Ao fim de um ano tumultuoso, a relação de Sophie Scaife com o namorado e dominador Neil Elwood, está mais escaldante e feliz do que nunca. Mas quando o casamento da filha e a celebração dos seus cinquenta anos desencadeiam uma mudança nos planos de Neil, Sophie vê-se perante um futuro muito diferente do que imaginara.




Após dois livros, acabo agora esta trilogia com um misto de sentimentos. Por um lado percebe-se que a autora continua a tentar afastar-se dos clichés do género, mas por outro lado sente-se presa a esse mesmo género, usando uma linguagem muito direta e que por vezes até pode chocar um leitor que não esteja muito familiarizado com o género.

Retirando esse problema de linguagem, que para o meu gosto está exagerado, mas que se enquadra bem na história e na personagem que a narra, a verdade é que este é um livro que se lê com facilidade se apreciarem o género erótico. Se não forem fãs de um livro mais erótico, provavelmente não será este que vos irá agarrar, mesmo tendo em conta que consegue fugir de muitos clichés do género, ainda está bastante agarrado ao que outros livros também nos dão.

Todavia, se gostarem do género, então vão gostar desta trilogia. As personagens são interessantes, com destaque para um personagem masculino, mas os outros personagens acompanham, principalmente porque a autora baixa o ritmo da narrativa em relação ao livro anterior. Com isso as personagens ganham profundidade e o enredo não parece tão apressado, dando algumas respostas e explicando melhor as decisões de cada personagem.

Sendo o fim da trilogia não quero aprofundar muito mais sobre o enredo. Quem já tiver começado esta trilogia e se estiver a gostar, também gostará deste livro final,  e que deixa a parta aberta a continuações. Dentro do seu género foi das trilogias que mais apreciei mas faltou sempre alguma profundidade e algumas explicações. A autora foca-se nas relações amorosas e em algumas necessidades sexuais, mas também na forma como essas necessidades sexuais são o espelho de características da própria personalidade dos personagens. Tal agradou-me, mas fica a sensação que podia ter sido melhor se o ritmo não fosse tão alto. Por outro lado, este ritmo irá agradara muitos leitores que procurem um livro entusiasmante e sem grandes paragens.

Globalmente não é um livro fantástico, podia ter sido melhor (pois tinha ideias básicas para o ser), mas consegue "entregar" o que os fãs do género procuram. Se procuram uma nova saga erótica, então esta é uma boa escolha.

Luís Pinto

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

PRESENTES CULINÁRIOS FEITOS POR SI


Autor: Alison Walker




Sinopse: Encante-se com esta seleção de presentes gastronómicos de fazer crescer água na boca, que pode preparar na sua cozinha. Desde as magníficas pastilhas de chocolate aos marshmallows macios e fofinhos, desde o azeite de limão e funcho ao crème de cassis e à compota agridoce e picante, cada receita do Presentes Culinários Feitos por Si pode transformar-se num presente.
Este livro apresenta não só ideias fabulosas para oferecer, mas também sugestões para embalagens bonitas e originais. É o guia ideal para criar a prenda perfeita para os amigos e familiares apreciadores de petiscos.


Apesar de cozinhar com relativa regularidade, a verdade é que muito raramente faço doces, e ainda mais raro é seguir uma receita de um livro. Talvez por não olhar para elas, o que cozinho não é muito variado e raramente consigo fazer algo realmente fantástico. Perante esta realidade e perante a sinopse deste livro, decidi oferecer a mim próprio o desafio de criar uns presentes de Natal, cozinhar e aprender um pouco, e também aproveitar para analisar o livro aqui no blog.

De forma objetiva, não sou minimamente capaz de analisar a qualidade deste livro de um ponto de vista crítico, mas enquanto utilizador/leitor normal, posso falar-vos da minha experiência a fazer algumas receitas e presentes para a família. Portanto, este texto não é uma análise, mas apenas um texto sobre um livro que me deu várias ideias novas.

Enquanto pessoa pouco criativa na cozinha, ter lido este livro deu-me algumas ideias muito interessantes. No entanto o que me agradou nestas páginas foi a facilidade com que consegui fazer as receitas que escolhi. O resultado foram presentes interessantes e diferentes para a família e que me ficaram bastante baratos (e que irei entregar nos próximos dias). Obviamente que os próximos Natais não serão apenas prendas destas mas a verdade é que voltarei a repetir, mesmo sem ser nesta fase do ano. Achei a ideia interessante e o livro é acessível a quem não domina a cozinha, tendo sido fácil executar as receitas e ter um resultado aceitável para ser oferecido.

Se procuram ideias alternativas para este Natal, aqui encontram soluções sem grande complexidade. Como disse no início, não faz sentido analisar este livro de um ponto de visto apenas crítico, pois não domino este género de livros, mas enquanto leitor e cozinheiro bastante banal, a verdade é que foi um livro que me deu jeito, e por isso falo aqui sobre ele.

Bons presentes a todos!

Luís Pinto

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

HISTÓRIAS DE AVENTUREIROS E PATIFES


Autor: George R. R. Martin

Título original: Rogues




Sinopse: Há personagens malandras e sem escrúpulos cujo carisma e presença de espírito nos faz estimá-las mais do que devíamos. São patifes, mercenários e aldrabões com códigos de honra duvidosos mas que fazem de qualquer aventura uma delícia de ler.
George R. R. Martin é um grande admirador desse tipo de personagens – ou não fosse ele o autor de A Guerra dos Tronos. Nesta monumental antologia, não só participa com um prefácio e um conto introduzindo uma das personagens mais canalhas da história de Westeros, como também a organiza com Gardner Dozois. Se é fã de literatura fantástica, vai deliciar-se!
AO LER ESTE LIVRO, ESTARÁ A ASSINAR UM PACTO DE COMUNHÃO COM OS SEGUINTES AUTORES:
Gillian Flynn – autora de Em Parte Incerta
Neil Gaiman – autor de Sandman
Patrick Rothfuss – autor de O Nome do Vento
Scott Lynch – autor de As Mentiras de Locke Lamora
Connie Willis – autora de O Dia do Juízo Final
E MUITAS OUTRAS MENTES PERVERSAS DA LI ERATURA FANTÁSTICA.



Martin, Gaiman, Rothfuss, Flynn, Abercrombie, Lynch, e muitos outros. Esta coletânea de contos é um verdadeiro show de nomes de grandes autores de fantasia e thrillers.

Um dos aspetos que mais me agradou foi o facto de muitos dos autores terem oferecido aqui contos que se enquadram com as suas sagas mais famosas. Gaiman com Neverwhere, Martin com A Guerra dos Tronos, Rothfuss com a sua saga que se tornou famosa com O Nome do Vento. E há mais...

Com isto, um leitor que tenha lido estas sagas, entra de imediato no mundo da história e vive-a com maior emoção. Por outro lado devo salientar que também quem não tenha lido estas sagas, poderá ler este livro de contos e retirar bons momentos, pois existem contos muito interessantes, até de autores que possam ser menos famosos em Portugal.

Claro que é complicado falar de um livro de contos querendo falar de tudo e de nada ao mesmo tempo, pois não quero revelar nada. O que me deixou verdadeiramente espantado é a qualidade global de todos os contos. Acho que não existe um único conto que não tenha qualidade acima da média, mesmo tendo gosto mais de uns e não tanto de outros, e todos sabemos que nestas coletâneas existem sempre contos que pouco ou nada nos dizem. Apesar de não ser um grande fã de contos, a verdade é que gostei da grande maioria das histórias, e algumas são mesmo muito boas.

Obviamente que cada leitor terá aqui contos que goste mais e menos, e também é óbvio que facilmente conseguimos perceber que existem temas comuns a todas as histórias. Perda, redenção, revolta, os contos são bastante completos quando inseridos nos seus mundos e muitos acabam por partilhar o tema principal, algo que no início não parecia tão óbvio. Pelo meio várias personagens de grande qualidade e excelentes mundos que já foram criados em grandes sagas e que aqui são aproveitados.

Sendo um grande fã de literatura fantástica, é impossível não recomendar este livro mesmo a pessoas que, como eu, nunca foram grandes fãs de contos. Claro que não irão gostar de todos os contos, mas alguns irão ler, e um dia irão reler. Acima de tudo este é um livro que em muitos aspetos melhora as sagas nas quais os contos estão inseridos (aqui destaque para o conto de Rothfuss).

Por fim, devo salientar a forma como os autores escreveram os seus contos, com ritmos bem mais elevados do que o normal nos seus livros.

Visto que é um livro de contos, não quero falar sobre nenhum deles. O que vos posso dizer é que este é um dos melhores livros de contos que li nos últimos tempo, e que gostei bastante, sendo claramente indicado para os fãs destes autores. 

Luís Pinto

sexta-feira, 4 de dezembro de 2015

VÍRUS MORTAL


Autor: James Dashner

Título original: The Kill Order



Sinopse: Antes de a CRUEL existir, de a Clareira ser construída e de Thomas ter entrado no Labirinto, os fulgores do Sol atingiram a Terra, arrasando o planeta e dizimando grande parte da humanidade.
Mark e Trina estão entre os sobreviventes que agora lutam por uma existência em condições precárias nas pequenas comunidades que se formaram nas montanhas. Mas se eles achavam que a situação em que se encontravam não podia piorar, estavam enganados. Um inimigo surge, infetando a população com um vírus altamente contagioso e mortal. Ninguém parece ser imune. Porém, Mark e Trina estão convencidos de que existe uma maneira de travar a pandemia e estão determinados a encontrá-la. O futuro dos sobreviventes pode estar nas suas mãos…



Maze Runner foi um dos grandes sucessos literários dos últimos tempos. Eu li a trilogia, percebi o seu sucesso, mas a mim não me conseguiu convencer totalmente. O autor começara com uma ideia interessante mas que não explica no fim o porquê de muita coisa. É uma saga rápida, entusiasmante mas que é focada num público que procure mais entretenimento e menos coerência. Agora, ao chegar a prequela, decidi regressar a este enredo e ver se o autor consegue explicar o que ficou sem resposta.

Globalmente é fácil perceber qual foi o objetivo do autor: dar respostas. É óbvio que o consegue em boa parte, sendo, de longe, o livro que mais explica sobre toda a saga. Todavia, acreditem, muitas perguntas continuam sem resposta.

As duas personagens principais, Mark e Trina, são personagens interessantes e criadas com maior maturidade dos que as personagens da trilogia inicial, mostrando que o autor está a melhorar. Mark é aquela com a qual o leitor poderá ganhar maior ligação e é com ele que iremos avançar por entre perigos, algumas surpresas e também uns momentos mais forçados.

A escrita do autor mantém o seu estilo, rápida, direta, com grande floreados e claramente direcionada a um público mais juvenil. Com tudo isso o livro torna-se, aos poucos, numa leitura importante para os fãs da saga. É, claramente, uma melhoria em relação aos livros anteriores, e mesmo não explicando tudo, consegue dar muitas respostas e aumentar a nossa visão sobre aquele mundo e o que aconteceu antes. Ainda fica muito por explicar, mas este livro consegue melhorar toda a saga, principalmente pela forma como explora a doença.

Enquanto crítico, vejo que a saga continua a ter falhas, mas melhorou. Não é, no meu ponto de vista, uma saga obrigatória, mas este livro é obrigatório para todos os fãs da saga. Se gostaram de Maze Runner e querem mais respostas, então devem ler este livro. Fica agora a faltar apenas um livro, aquele que irá ligar este livro à trilogia inicial, e que deverá sair no próximo ano.

Luís Pinto

quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

NAMORADA


Autor: Abigail Barnette

Título original: The girlfriend




Sinopse: Grávida, desempregada e caída em desgraça, Sophie Scaife tem a vida virada do avesso. A sua relação com o milionário Neil Elwood está destruída. A carreira da melhor amiga ascende rapidamente. E Sophie receia ter de tomar uma das mais difíceis decisões da sua vida sozinha.
Quando um diagnóstico devastador obriga Neil a regressar a Londres, Sophie deita a cautela para trás das costas para seguir o coração para o outro lado do Atlântico.



Este é o segundo livro da saga O Chefe que muitas pessoas me pediram para ler. Após um primeiro livro interessante, com alguns detalhes que indicavam que a autora tentava afastar-se do comum neste género, este livro ganha um novo ritmo, tornando-se numa leitura mais rápida, mais viciante, mas que também sofre com esse mesmo ritmo. A autora pretende agarrar o leitor desde a primeira página, e consegue, pois há sempre algo novo a acontecer. O leitor não "descansa" e a leitura prossegue. Todavia, com esse ritmo elevado muitos temas que poderiam, e deveriam, ter sido explorados, acabam por não ser. O enredo é mais sério, tem temas mais delicados, mas tudo acontece demasiado depressa, perdendo-se o peso do momento.

Com isso, nota-se, tal como no primeiro, que a autora está perto de romper com os temas banais do género, mas depois não concretiza essa separação. A sensação que fica no final da leitura é que se explorasse melhor certos temas, o livro teria sido muito melhor, pois temos aqui uma narrativa que tem mais qualidade do que este género nos costuma dar.

Outro ponto interessante é vermos como a autora por vezes volta de imediato ao género erótico com momentos quase sempre inesperados e que originam os momentos mais eróticos do livro, e com descrições mais diretas do que no primeiro livro. Para os fãs do género, estes momentos dão identidade ao livro e tornam-no mais aliciante, pois algo pode acontecer a qualquer momento. No entanto, parece que a autora está algo presa ao género com que iniciou a saga, e agora tendo um enredo mais maduro e menos erótico, continua a ter necessidade de oferecer aos leitores certos momentos mais picantes. Pessoalmente acho alguma linguagem demasiado descritiva, mas percebo que se enquadre dentro dos padrões do género.

Com esta mistura de ideias, o livro consegue ser erótico mas também um romance interessante e que seria muito melhor se a autora não aumentasse tanto o ritmo pois alguns momentos teriam sido chave para o aprofundar das personagens, dos seus receios e dos seus objetivos.

Tal como no livro anterior, a autora deixa-nos com um final interessante e que tem como grande objetivo levar-nos de imediato para o livro seguinte. É um livro de transição e de crescimento de algumas personagens mas podia ser mais. Dentro do seu género, é das leituras mais originais que já li, mas a autora não conseguiu, para já, aproveitar as questões morais e os momentos emocionais que criou.

Se apreciam o género erótico, mas também procuram algo que não se agarre totalmente ao que o género tem oferecido, então esta saga é ideal. Podia ser melhor, mas a autora focou-se no ritmo, que agradará a uns leitores, e não a outros. É, claramente, uma saga para os fãs do género mas que poderá não conseguir captar a atenção de quem não goste do género erótico. O último livro já está lido e dentro de dias dou-vos a minha opinião mais aprofundada a toda a saga.

Luís Pinto

quarta-feira, 2 de dezembro de 2015

ARRANHA-CÉUS


Autor: J. G. Ballard

Título original: High-rise




Sinopse: «Mais tarde, sentado na varanda a comer o cão, o Dr. Robert Laing refletiu sobre os estranhos acontecimentos que nos últimos três meses tinham ocorrido no interior do prédio enorme.»
Num imponente edifício de quarenta andares, o último grito da arquitetura contemporânea, vive Robert Laing, um bem-sucedido professor de medicina, mais duas mil pessoas. Para desfrutarem desta vida luxuosa, não precisam sequer de sair à rua: ginásio, piscina, supermercado, tudo se encontra à distância de um elevador. Mas alguma coisa estranha borbulha por baixo desta superfície de rotina.
Primeiro atacam-se os automóveis na garagem, depois os moradores. Um incidente conduz a outro e, acossados, os vizinhos agrupam-se por pisos. Quando aparecem as primeiras vítimas, a festa mal começou. É então que o realizador de documentários Richard Wilder resolve avançar, de câmara em punho, numa viagem por esta inexplicável orgia de destruição, testemunhando o colapso do que nos torna humanos.
Entre a alucinação e a anarquia, a visão nunca ultrapassada de J. G. Ballard oferece-nos um retrato demencial de como a vida moderna nos pode empurrar, não para um estádio mais avançado na evolução, mas para as mais primitivas formas de sociedade.



"Arranha-céus" é uma das distopais mais aclamadas dos últimos anos pelos fãs do género. Sendo um género cada vez mais popular entre os adolescentes, Aranha-céus é uma distopia adulta, forte e que não agradará a todos, mas que é um bom livro, é!

Não me é fácil falar sobre este livro sem revelar nada sobre história ou personagens, mas tentarei. Aranha-céus é a história sobre um enorme grupo de vizinhos que habita um enorme prédio, tal como o nome indica. No início a história pode parecer banal, e até algo lenta, pois o autor não acelera a sua narrativa, sendo metódico e pausado, mas rapidamente percebemos que não será a história em si, com todos os seus acontecimentos, que marca o livro. Este é um livro para nos levar a pensar, pois o arranha-céus, enquanto edifício, é uma poderosa metáfora e crítica social.

Imaginem um prédio enorme, em que quanto mais alto se vive, maior o estatuto, maior a riqueza, maior a influência sobre os vizinhos que vivem mais abaixo. É esta a poderosa base de um livro que marcará a grande maioria dos leitores. Arranha-céus nunca é uma leitura compulsiva ou extremamente viciante. É sim uma leitura inteligente, que pede ao leitor para pensar sobre o que vai lendo.

Pelo meio, personagens interessantes vão-se tornando nas imagens que assemelhamos a algum tipo de pessoa ou a algum tipo de profissional. A forma como o autor usa a própria mentalidade instalada na nossa sociedade leva a que o livro tenha, simultaneamente, sentido mas também uma imagem de "ridicularidade" que apenas serve para expor a nossa sociedade. E aos poucos o livro encaminha-nos a questionar afinal o que é uma pessoa bem sucedida. O que é, e o que define, o sucesso profissional? E o pessoal? O que nos define como bons ou maus vizinhos?

A mistura de tantos temas e filosofias ajuda a que esta seja uma leitura completa. Por vezes a escrita é algo lenta, mas a qualidade é palpável a cada página. Percebemos o que o autor está a tentar fazer, a tentar mostrar, e acompanhamos as suas palavras pelos vários andares do seu edifício enquanto ele nos expõe como vivemos com as outras pessoas. Apesar de não o conseguir comprar aos geniais 1984 ou Admirável Mundo Novo, a verdade é que Arranha-céus é uma das melhores distopias que li nos últimos anos e que daqui a alguns anos será olhado como um clássico que terá agradado a alguns, mas não a todos.

Se este é um género que gostam e se apreciam uma boa crítica social, então este livro tem de estar na vossa prateleira, ser lido e relido daqui a alguns anos. E provavelmente quando o voltarem a ler a crítica estará tão atual como está agora, e isso tem tanto de fantástico como de preocupante. Uma leitura muito boa e que estará entre os melhores que li este ano.

Luís Pinto

terça-feira, 1 de dezembro de 2015

Passatempo: Natal Editorial Presença


PASSATEMPO


Natal Editorial Presença

No coração do mar

Os animais domésticos


Em parceria com a Editorial Presença, temos um exemplar de cada um destes dois livros para vos oferecer.



Desde já agradeço à editora por esta oportunidade!

Para participarem, basta serem fãs ou seguidores do blog e responderem a uma pergunta!

O passatempo termina a 18 de dezembro
Apenas é permitida uma participação por pessoa









Sinopse "No coração do mar": No verão de 1819, o baleeiro Essex partiu de Nantucket para mais uma expedição de caça à baleia. Quinze meses depois, o impensável aconteceu: numa região remota do Pacífico Sul, um cachalote de enormes proporções provocou o naufrágio do Essex. A tripulação de vinte homens refugiou-se em três botes salva-vidas rumo à América do Sul, numa jornada épica pela sobrevivência. Três meses depois, os oito tripulantes que continuavam vivos foram encontrados à deriva. Para sobreviver, usaram todos os recursos, inclusive o canibalismo.
No Coração do Mar é um relato empolgante de um naufrágio tão relevante no seu tempo como o do Titanic atualmente. A aventura do Essex inspirou Herman Melville a escrever o clássico Moby Dick.



Sinopse "Os animais domésticos": Histórias em imagens, com ilustrações de vivas cores e legendas para aprender as primeiras palavras relacionadas com animais domésticos.
No final, o livro inclui jogos de autocolantes para consolidar os conceitos adquiridos e um puzzle com 12 peças no interior de uma bolsa.




Boa sorte a todos!