Autor: Raymond E. Feist & Janny Wurts
Título original: Servant of the Empire
Após ter lido o primeiro livro da saga do Império, estava com uma enorme curiosidade sobre a sua continuação. Neste 2º livro Feist e Wurts voltam a estar muito bem e o livro só sofre por ser apenas metade do livro original (que tem perto de 900 páginas!).
O primeiro fator importante a destacar é o facto de, tal como no livro anterior, este enredo ser muito mais político e com menos fantasia do que as outras sagas presente no mundo de O Mago. Este jogo político é o grande trunfo deste livro e podemos dizer que se trata de uma mistura de várias civilizações da nossa História, como por exemplo a cultura japonesa onde a honra imperava, suaves toques da religião Budista, alguns traços de culturas tribais africanas e ainda as lutas políticas europeias com o poder da religião a comandar. Esta mistura está fantástica e vem confirmar o que disse logo nos primeiros livro que li de O Mago: o mundo de Kelewan é fantástico.
No início o enredo apresenta um ritmo lento, principalmente tendo em conta o livro anterior onde Mara começa de imediato a construir os seus planos. Este livro começa principalmente por construir a base que será necessária nas páginas seguintes, onde iremos ter o fulcral deste livro: o choque de civilizações. É neste choque que o livro assenta, e bem. Mara e Kevin serão os dois personagens responsáveis por mostrar as diferenças entre Kelewan e Midkemia e esta diferença será, certamente, muito importante para os próximos livros.
Estas diferenças servem, essencialmente, para uma crítica social que levará os personagens a pensar e a alterarem a sua forma de pensar e ver o mundo, e com isto novas possibilidades poderão aparecer, pois deixa de existir um conceito estático nas personagens que têm importância neste mundo. Sendo assim, a evolução de Mara é pequena mas muito importante. Os autores tentam ainda oferecer um olhar mais profundo sobre as dúvidas de Mara e como tal a influenciará.
Outro aspeto muito interessante é o facto de termos um olhar muito abrangente sobre os inimigos de Mara, e facilmente percebemos as jogadas de cada um e como as duas frentes se encaixam. Aqui o autor utiliza uma estratégia interessante de nos dar o planeamento de um lado e a reação do outro, e o leitor torna-se no único que percebe todos os fatores e onde estão as falhas de cada plano.
Com um ritmo que aumenta aos pouco, a segunda metade do livro torna-se muito mais interessante e a editora termina o livro num momento muito importante. As batalhas estão bem descritas, foi fácil perceber o que estava a acontecer e apesar de o ritmo baixar ligeiramente, nunca se tornaram em momentos menos entusiasmantes, pelo contrário. Nota ainda para o aprofundar da cultura de Kelewan, também graças ao choque de culturas que antes referi, e o livro ganha imenso com alguns pormenores interessantes sobre como estas personagens encaram a vida e as leias do Império.
Para finalizar, este livro era exatamente o livro que estava à espera desde a primeira saga de O Mago. Não querendo revelar nada, a verdade é que todos nós, quando lemos uma saga paralela a outra que já conhecemos, procuramos "junções" e este livro não só proporciona isso, e de forma brilhante, como abre as portas para algumas explicações no próximo livro, e essas explicações são as que eu procuro há muito tempo, pois estou agora perto de saber o que aconteceu depois de um determinado acontecimento.
Resumindo, este livro só perde por estar dividido, e quando é assim, prefiro deixar um comentário mais profundo para o fim da 2ª parte. É verdade que se assim não fosse, estaríamos perante um livro com mais de 800 páginas e que poderia afastar alguns leitores. Percebo a divisão e percebo em que parte do livro foi feita. Torna-se muito difícil não querer passar já para o próximo. Com a junção do próximo, este livro promete tornar-se num dos melhores do autor, e tendo em conta que estou a falar de Feist, é um grande elogio
Luís Pinto
Olá Luís,
ResponderEliminarComo sabes estou a acompanhar esta nova saga mais virada para a politica, muito do meu agrado e sem duvida que fazes um comentário muito bom em relação ao livro.
Eu entendo a divisão do livro e até ficou bem feita, num acontecimento que irá causar mudanças, mas não deixa de se sentir uma certa quebra, algo que não aconteceu no primeiro volume em que o ciclo ficou devidamente encerrado. Seja como for o 2 volume da versão original será o único a ser dividido o que é bom.
Aproveito para divulgar um passatempo que estou a fazer no meu blog com a oferta dos dois primeiros volumes publicados até ao momento, espero que não te importes, sendo que se apagares o post, tudo bem na mesma :)
http://leiturasdofiachaocorvonegro.blogspot.pt/2013/09/passatempo-filha-do-imperio-e-serva-do.html
Abraço e venha lá esse próximo volume :)
Excelente comentário como sempre. Gostei bastante de alguns pormenores que falas. Acho que tiveste uma abordagem muito inteligente ao livro. Vou de certeza comprar ainda para mais depois desta análise.
ResponderEliminarOlá Luís! Como sempre o teu talento para escrever convence-me a comprar um livro. Comecei a ler a saga Mago por sugestão tua e adorei. Não li os filhos de Krondor mas agora que li esta tua opinião vou começar a ler esta saga. Vou tentar comprar este e o anterior para ler de seguida que sabe sempre melhor. Depois quero ver o que dizes sobre os próximos.
ResponderEliminarBeijinhos e boas leituas.
Sinceramente, não conheço a saga, irei investigar :)
ResponderEliminarBeijinhos*
Uma saga que estou para começar à muito tempo. Quando começaste a falar da saga Mago fiquei com vontade de ler e já comprei o primeiro livro que vou agora começar a ler e se gostar leio os outros de seguida até chegar aqui.
ResponderEliminarParabéns pela análise.
Parece-me uma saga a seguir. Vou esperar pelo último livro e decido mas para já estou com vontade.
ResponderEliminarAbraço, Luís
Olá a todos! obrigado pelos vossos comentários!
ResponderEliminarAssim que o próximo e último livro sair, tentarei lê-lo para vos dar uma opinião!
Boas leituras a todos!