Autor: Carlos Ruiz Zafón
Título original: El juego del ángel
Sinopse: Na Barcelona turbulenta dos anos 20, um jovem escritor obcecado com um
amor impossível recebe de um misterioso editor a proposta para escrever
um livro como nunca existiu a troco de uma fortuna e, talvez, muito mais.
Com deslumbrante estilo e impecável precisão narrativa, o autor de A
Sombra do Vento transporta-nos de novo para a Barcelona do Cemitério
dos Livros Esquecidos, para nos oferecer uma aventura de intriga,
romance e tragédia, através de um labirinto de segredos onde o fascínio
pelos livros, a paixão e a amizade se conjugam num relato magistral.
Há muito tempo que estou para ler algo deste famoso e largamente aplaudido autor. Simplesmente porque calhou, comecei por este, na tentativa de perceber se o autor me iria conquistar a ler outros livros, se a sua escrita me agradaria, mesmo sabendo que não é este a obra prima do autor.
O que se torna óbvio ao fim de poucas páginas é que Zafón escreve mesmo muito bem. Com beleza e objetividade, conseguiu-me transportar para o interior do livro, levou-me a imaginar e sentir aqueles locais, tentando perceber o que estava a acontecer. Zafón sabe cativar um leitor, isso é totalmente evidente a cada linha, com as suas personagens fortes e algumas pontas soltas que vai deixando pelo caminho, levando-nos a questionar e a querer saber mais. Quando estava a meio do livro, encontrei-me totalmente absorvido pelo enredo, quer pela inteligência dos diálogos, quer pela escrita forte do autor, mas principalmente pela personagem principal.
Todavia, existiu um momento, sensivelmente a meio do livro, em que me senti perdido. Tinha demasiadas perguntas na minha cabeça e nada batia certo. O que estava a acontecer? Qual era o objetivo de algumas personagens? Porque estava o autor a tentar baralhar-me? O que movia a narrativa para lá do que era óbvio, e que era pouco para um livro que começava tão bem? Convencido que o autor não me iria desiludir, continuei, tentando apanhar todas as respostas, enquanto criava mais perguntas... até que Zafón começa a "abrir o jogo".
A verdade é que esta leitura começou fascinante, depois tornou-se algo confusa, mas no fim dá as respostas e torna-se num livro muito bom. Muitas das respostas do autor são dadas de forma indireta, obrigando o leitor a pensar, a armazenar informação e a estar atento, existindo, todavia, uma margem oferecida pela autor que nos levará a tirarmos conclusões. Sendo assim, acredito que este é um livro em que cada leitor tirará a sua própria conclusão do que moveu esta história e qual é a sua mensagem final. A esperança que algumas personagens têm ao continuar, foi a esperança que tive que este livro me daria as respostas que desejava, e assim foi. A forma como Zafón nos esmaga em alguns momentos com a sua escrita é o grande trunfo de um livro que nos quer marcar, deixando que algo fique na nossa memória. Talvez uma imagem, talvez uma personagem... no meu caso, a inteligência com que o autor consegue montar e "desmontar" o enredo.
Este final, que gostei, não é uma conclusão direta. Existe espaço para sermos nós a descobrir alguns factos e tal agradou-me porque tudo o que o autor nos dá faz sentido. Os temas que Zafón aqui explora, como o amor, esperança ou solidão, todos eles bem explorados, são a base de uma narrativa que, apesar de não ser uma obra prima, é, sem dúvida, um grande livro, mas que não agradará a todos. Da minha parte, fiquei convencido e voltarei a ler este autor que tantos fãs tem espalhado pelo mundo.
Luís Pinto
Uma bela análise como sempre. Também nunca li este autor mas estou muito curiosa.
ResponderEliminarBoas leituras e feliz natal!
Simplesmente excelente.
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