Autor: A. J. Finn
Título original: The woman in the window
Sinopse: Anna Fox não sai à rua há dez meses, um longo período em que ela vagueou pelos quartos da sua velha casa em Nova Iorque como se fosse um fantasma, perdida nas suas memórias e aterrorizada só de pensar em sair à rua. A ligação de Anna ao mundo real é uma janela, junto à qual passa os dias a observar os vizinhos. Quando os Russells se mudam para a casa em frente, Anna sente-se desde logo atraída por eles - uma família perfeita de três pessoas que a fazem recordar-se da vida que já teve. Mas um dia, um grito quebra o silêncio e Anna, da sua janela, testemunha algo que ninguém deveria ter visto e terá de fazer tudo para encobrir o que presenciou . Mas mesmo que decida falar, irá alguém acreditar nela? E poderá Anna acreditar em si própria?
Este livro demorou a conquistar-me por dois motivos. O primeiro está na sua base, já muito usada. O que temos aqui numa primeira fase é uma narradora, mulher, com vários problemas por resolver e que a levam a não ser uma narradora confiável. Bebe, não se cuida e começamos a perceber que muito do que nos é dito, pode não ser totalmente verdade. Para além disso, passa o seu tempo a ver outras pessoas, imaginando as suas vidas, vivendo-as indiretamente. A isto junta-se o segundo motivo, o ritmo lento da fase inicial em que a base é construída. É verdade que esta rampa inicial do enredo é necessária para que o leitor perceba o que está a ler e compreenda as primeiras camadas da personagem que lhe conta a história. No entanto, dificilmente um leitor ficará viciado nesta história nas primeiras 70 ou 80 páginas.
Contudo, depois as coisas começam a mudar. Apesar de existerem alguns momentos óbvios e outros um pouco forçados, o enredo começa a respirar qualidade, graças a algumas personagens secundárias bastante cinzentas e sobre as quais nem sabemos o que pensar. Todo o livro está feito para nos deixar em constante desconfiança. E é aqui que se torna viciante, por começamos a fazer a nossa investigação e estarmos completamente perdidos.
Na recta final o livro acelera de forma inteligente. Com algumas surpresas e revelações que alteram o caminho do livro para algo que não esperava, apreciei o facto de estar perante algo coerente, mesmo tendo em conta as constantes desconfianças. O livro não se limita a surpreender, mas também a deixar espaço para ser percebido. A isto junta-se, no meu caso, uma relação algo complicada com a personagem principal por várias decisões que vai tomando. Mas, assim que o seu passado começa a ser revelado, ficamos a perceber, finalmente, as várias camadas desta personagem. O resutaldo final é um livro inteligente, com algumas falhas, ams que são esquecidas graças a uma personagem principal e a alguns twists que ficam na memória. Se este gostam de thrillers psicológicos, este é um livro a ter na estante. Totalmente convencido a ler os próximos deste autor.
Luís Pinto
Concordo contigo.
ResponderEliminarBom fim-de-semana
Teresa Carvalho