Autor: Jorge M. Fazenda
Sinopse: E se houvesse um pacto secreto entre Hitler e Salazar?
Cádis, 1938.
Um
navio português lança amarras no porto espanhol. Está ali em missão
confidencial. Leva a bordo uma carga secreta. E leva também um oficial
desconfiado, Eduardo, que contra ordens superiores desembarca numa
cidade devastada pela guerra civil. Só consegue sair de lá vivo por
milagre – e com a ajuda da bela Francisca.
Sagres, 1940
Eduardo
retirou-se da marinha. Vive agora em Sagres, é lá que refaz a vida,
como guardião do farol. A Europa está em guerra, mas Portugal insiste em
ser neutral. E, naquele canto do mundo, nada parece importunar a sua
paz… Até ao dia em que, mesmo à frente dos seus olhos, ao largo do Forte
de Beliche, vê a torre negra de um submarino. E, pintada no metal,
inequívoca, a cruz suástica dos nazis. Na Marinha todos tentam abafar o
caso. Mas Eduardo é tão teimoso como desconfiado. Suspeita que talvez
Salazar esteja a fazer um jogo duplo, e a trair a aliança histórica com
os ingleses. E decide investigar, mesmo correndo o risco de pôr em
perigo a mulher que ama… sobretudo quando a PIDE começa a apertar o
cerco ao antigo marinheiro.
Vencedor do prémio literário "book.it 2013", este foi um livro que me cativou pela sua sinopse. Com uma história simples e cativante no início, foi muito fácil avançar nestas páginas, principalmente porque a escrita do autor é simultaneamente leve e de grande qualidade. O ritmo conseguiu sempre levar-me a avançar, nunca sendo uma leitura maçadora ou lenta para me fazer parar e aos pouco começa a despertar o interesse pela personagem Eduardo e também pela intriga que move o livro.
Não querendo revelar pormenores do enredo, devo salientar que o autor cria um ambiente de constante intriga na 2ª metade do livro, dando ao leitor a sensação que algo está mal e começamos a desconfiar de tudo e todos, sendo este um dos aspetos que mais gostei, mas que outros leitores poderão não sentir. Eduardo, personagem principal e a que apresenta uma melhor construção a nível de personalidade, é um personagem que cativa graças ao seu espírito de nunca vacilar, mas também porque em alguns momentos nos revemos na simplicidade de um homem que pode estar perante algo maior do que ele próprio.
Um dos méritos do autor está, certamente, na sua capacidade de criar um enredo, coeso e com conteúdo, em menos de 200 páginas. Assim o ritmo nunca baixa e o livro lê-se rapidamente, ajudando a que todo o conteúdo permaneça na nossa memória até ao fim, ajudando a perceber todos os detalhes do seu final. Pelo meio outras personagens aparecem, bem criadas, interessantes e com relevo para a história, mas não irei revelar os seus nomes. Outro pormenor bem explorado pelo autor, mesmo que quase indiretamente, é a forma como a propaganda do estado era feita naquela época, onde a imagem passada, não só aos estados vizinhos, mas também ao povo, era tão importante para o controlo do que nos rodeava.
Este é um livro rápido e interessante que apresenta uma ideia bem explorada e sobre a qual muitos de nós já nos questionámos: qual era a verdadeira natureza da neutralidade de Portugal na Segunda Guerra Mundial? Para todos os que gostem de uma boa ficção histórica sobre o nosso país, este é um livro viciante e que demonstra uma maturidade literária elevada, mesmo tendo em conta que estamos perante o primeiro livro o autor.
Luís Pinto
Parece-me um livro com interesse e que não conhecia. Gosto de livros rápidos e pequenos e este parece ser uma boa opção. Obrigada pela sugestão. Beijinhos.
ResponderEliminarnão conheço o livro mas vou dar uma vista de olhos. Um livro para colocar na lista quase de certeza.
ResponderEliminarNão conheço o livro mas se ganhou o prémio qualidade tem de ter e a tua opinião deixou-e curioso. Vou procurar!
ResponderEliminarBoas leituras