sexta-feira, 6 de julho de 2018

MERIDIANO 28


Autor: Joel Neto



Sinopse: Em 1939, o mundo entrou em guerra. Foi o conflito mais mortífero da história da humanidade. Mas, na pequena ilha açoriana do Faial, ingleses e alemães conviveram em paz durante mais três anos. Eram os loucos dos cabos telegráficos.
Do mar em frente emergiam os periscópios de Hitler. Dezenas de navios britânicos eram afundados todos os meses. Já em terra, as crianças inglesas continuavam a aprender na escola alemã, dividindo as carteiras com meninos adornados de suásticas. As famílias juntavam-se para bailes e piqueniques.
Os hidroaviões da Pan American faziam desembarcar estrelas do cinema e da música, estadistas e campeões de boxe. Recolhiam-se autógrafos. Jogava-se ao ténis e ao croquet. Dançava-se o jazz.
Viviam-se as mais arrebatadoras histórias de amor.
Poderia um agente nazi ter-se escondido nos Açores, consumada a derrota de Hitler?
QUEM FOI HANSI ABKE?
QUE SOMBRA LANÇA HOJE SOBRE O DESTINO DE JOSÉ FILEMOM MARQUES, O SOBRINHO CRIADO NO BRASIL?






Se seguem o meu blog, então devem saber que gosto bastante de livros que abordem a Segunda Guerra Mundial. Já li muito e muitos livros sobre o tema, de ficção ou não, e por isso admito que já não é fácil um livro encher-me as medidas neste tema. No entanto, olhei para esta obra, li a sinopse e houve qualquer coisa que me chamou a atenção. Provavelmente foi a sua originalidade no ponto de vista que estavam naquelas palavras. Decidi que deveria lê-lo.
 
Meridiano 28 é uma história diferente que aborda o famoso conflito de forma suave, apenas como base para um romance que explora outros pontos de vista do conflito, num local que para o conflito tem tanto de importante como de insignificante, um local de que o conflito se pode esquecer, mas onde as pessoas não esquecem o conflito. Apenas o vivem de forma diferente.
 
E é com esta base, bem explorada na sinopse, que o autor vai criando o seu romance, aprofundando personagens credíveis num enredo interessante, bem montado e com um ritmo pausado para explorar, principalmente, a base social. O resultado é um livro que apesar de focado nas personagens, tem na sua base, e como trunfo, uma abordagem e um aprofundar muito interessante à sociedade. Ao olhar para esta sociedade, o autor explorar como as pessoas se adaptaram, o que mudou, como viam o conflito, que jogos de interesse existiam, que peso tinha aquela sociedade no conflito e que peso tinha o conflito nelas. Sendo a Segunda Guerra um choque de ideais (o normal na maioria dos conflitos) é interessante ver este ponto de vista claramente singular, e foi isso que mais gostei no livro.
 
Quando acabei estas páginas, senti que o trunfo está na escrita do autor, na abordagem escolhida e também no enredo simples, mas praticamente sem momentos forçados que nos tentam oferecer um ponto de vista realista. No entanto, aquilo que mais gostei foi a abordagem ao tema, o quanto este influenciou uma sociedade e várias gerações, tanto as que a viveram, como as futuras. Este é um livro simples, mas inteligente na sua essência e capaz de nos levar a pensar e a compreender mais um ponto de vista raramente abordado sobre este conflito.
 
Luís Pinto 

 

1 comentário:

  1. Também gosto bastante deste tema e já li vários sobre pontos de vista diferentes. Este é novo para mim vai para a lista 😊

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