segunda-feira, 31 de julho de 2017

A SOMBRA DO VENTO


Autor: Carlos Ruiz Zafón





Sinopse: Edição Especial dos três primeiros livros da série de maior sucesso de Carlos Ruiz Zafón
O Cemitério dos Livros Esquecidos. A Sombra do Vento, O Jogo do Anjo e O Prisioneiro do Céu, com uma nova imagem e um formato inédito, que combina a capa dura, com uma sobrecapa em acetato transparente, a cores. Um autor viciante, que não se consegue parar de ler.





De todos os livros de Zafón, este era o que me faltava comentar no blogue. É também o seu melhor livro. Mas é mais do que isso. É uma obra prima.

Tal como a maioria  das obras primas, pode não agradar a todos, pode não prender de imediato, pode não ser viciante, mas a qualidade de cada linha, as emoções de cada página, tornam-no único.

Zafón tem um talento raro para criar ambientes. A forma como explora tons, cores, sons e cenários para criar o ambiente necessário é algo que poucos autores conseguem atingir. A cada momento sentimos aquela atmosfera, aquele ar sombrio, aquela sensação de que viajámos para outro lugar onde existe uma neblina. É isso que Zafón faz ao nível dos grandes autores que já li: leva-nos facilmente pelo seu mundo, tornando-o nosso, quase palpável. 

Ao fantástico ambiente, Zafón junta personagens única, coerentes, capazes de nos fazer sentir algo. Os seus passados, os seus medos, objetivos, traumas e sonhos... Zafón explora tudo com mestria enquanto nos leva a questionar o que nos define como pessoas, o que queremos passar às gerações futuras, o que desejamos alcançar enquanto estamos vivos. 

Com um enredo inteligente e brilhantemente montado, a viagem é singular, cheia de surpresas e de momentos que não se esquecem, quer seja pelo arriscar do autor, quer pela tensão que nos cria. É como se nós próprios estivéssemos naquela neblina, naquelas ruas de Barcelona.  

Não existe muito mais que possa dizer sem revelar momentos que devem ser absorvidos durante a leitura e não agora. Este não é um livro que agradará a todos, principalmente porque demora a arrancar, demora a tornar-se na obra prima que é. Mas se avançarem na leitura, então o que vos espera é uma viagem de grande qualidade e que, mesmo podendo não ser um dos vossos livros favoritos, dificilmente não o irão admirar como a obra prima que é.

Luís Pinto


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