sexta-feira, 28 de julho de 2017

A MULHER DO CAMAROTE 10


Autor: Ruth Ware

Título original: The women in cabin 10




Sinopse: Emocionante e compulsivo, este romance evoca o ambiente clássico dos policiais de Agatha Christie: um ritmo que aumenta gradualmente de tensão, a sensação de perigo iminente e um conjunto de suspeitos reunidos num único lugar.
A jornalista Lo Blacklock recebe um convite irrecusável: acompanhar a primeria viagem do cruzeiro de luxo Aurora Borealis. O serviço é exclusivo e a bordo estão vários empresários e pessoas influentes da sociedade. No entanto, a viagem ganha outros contornos para a jornalista. Certa noite, testemunha aquilo que acredita ser um crime no camarote ao lado do seu.
Desesperada, denuncia o ocorrido ao responsável pela embarcação. Ninguém acredita na sua versão, pois todos os passageiros continuam no navio. Blacklock decide investigar o crime por conta própria. Colocando a carreira e a própria vida em risco, ela não vai descansar enquanto não encontrar resposta para o mistério do camarote 10.



A ideia base deste enredo é bastante interessante mas nada fácil de se concretizar durante todo um livro sem parecer demasiado forçada. A questão é se a autora o consegue com mestria ou não. Ruth Ware tem um estilo diferente do normal, conseguindo criar suspense a cada página, sempre com uma sensação de que algo corre mal, algo está a falhar. Este estilo, muito usado há uns anos por uma senhora chamada Agatha com o seu personagem Poirot, é aqui mais soft, mas muito bem utilizado.

Claro que para manter tal trama durante tanto tempo, alguns momentos são forçados para que certas explicações não sejam dadas ou para que se consiga manter um pouco mais o mistério ou a desconfiança de algumas personagens, levando-nos a olhar para todas com várias questões na nossa mente.

O grande trunfo da autora está na inteligência com que monta a história, com certos acontecimentos nos momentos certos, levando o enredo numa rápida espiral até ao fim, sempre com o autor a desconfiar de tudo e de todos. Destaque para duas personagens, que não irem identificar, e que ajudam bastante ao suspense com uma história base bem conseguida e diálogos inteligentes que revelam objetivos que me surpreenderam.

É verdade que na segunda parte do livro a autora comete um ou outro erro que podem ajudar o leitor a perceber como será o final, mas nada que retire o suspense que o livro cria de forma constante. Não é uma obra prima, e provavelmente não agradará a todos os leitores, mas se gostam de thrillers claustrofóbicos e que nos levam a vários cenários coerentes até ao grande final, então este é um bom livro para este verão, e que me faz querer mais livros da autora. Uma agradável surpresa!

Luís Pinto

 

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