terça-feira, 25 de julho de 2017

LEONARDO & MIGUEL ÂNGELO


Autor: Stephanie Storey

Título original: Oil and Marble




Sinopse: No início do século XVI, Miguel Ângelo Buonarroti e Leonardo da Vinci viviam e trabalhavam em Florença. Quando se conheceram, Leonardo era um homem bem-parecido de 50 anos que se encontrava no auge da fama, enquanto Miguel Ângelo era um desmazelado escultor de 26 anos, desesperado por deixar o seu nome na História.
A rivalidade entre ambos tem início quando, em 1501, Miguel Ângelo consegue que lhe seja atribuída a si, e não ao grande mestre Leonardo, a encomenda para esculpir aquela que viria a ser a escultura mais famosa de todos os tempos: David.
Após perder tão ansiada obra, a vida de Leonardo começa a desmoronar-se. É então que conhece uma mulher por quem fica encantado e cujo retrato aceita pintar. O seu nome é Lisa, e tornar-se-á a sua musa.
Leonardo despreza a falta de sofisticação de Miguel Ângelo mas, ao mesmo tempo, admira-o. Por seu lado, este rejeita a genialidade de Leonardo tanto quanto a venera. Ambos tentam superar-se criando extraordinárias obras-primas. Ambos desejam a glória, mas qual será considerado o maior artista do seu tempo?



Há uns anos li um livro, escrito por um historiador inglês, sobre a grande rivalidade entre estes dois génios. Agora, ao olhar para um romance que utiliza a mesma base, tive curiosidade de ver como alguém poderia criar um enredo interessante sem ficar abaixo na genialidade exigira quando se utilizam estes dois homens como personagens de uma história.

Este é, na minha opinião, o grande desafio da autora: o de recriar estes dois homens sem ficar abaixo do que eles eram social, mental e intelectualmente. Globalmente a autora consegue-o apesar de com algumas falhas. No entanto, alguns diálogos estão bastante bem conseguidos e as suas decisões são coerentes com as personalidades e passados que a autora vai expondo.

O enredo desenvolve-se a um bom ritmo, sempre focado no que aproxima e afasta estas personagens, na forma como viam o mundo e a arte, e também como queriam ser recordados e o legado que queriam deixar. Pelo meio uma suave intriga política e religiosa, mas que nunca se torna no centro das atenções.

Globalmente, gostei das personagens, diálogos e do caminho que a história teve. Surpreendeu-me a forma como a autora conseguiu desenvolver um enredo que numa fase inicial não parecia ter muito para desenvolver de forma coerente. Não é um livro fantástico nem o tenta ser. É sim uma leitura viciante e interessante, focada para quem gostar do tema, principalmente porque a autora explora bastante bem as obras destes dois personagens, ajudando o leitor a sentir-se em casa mesmo se for um tema do qual pouco conheça. Se ficaram interessados depois de ler a sinopse, então têm aqui uma leitura interessante para este verão.

Luís Pinto

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