Autor: Alexandra Oliva
Título original: The last one
Sinopse: No começo, eram doze
Quando Zoo aceitou participar num programa de televisão, ela julgava que se tratava de um reality show. Sabia que ia ser testada até aos seus limites para bater os outros onze concorrentes em provas de sobrevivência, mas achou que valeria a pena. Depois das câmaras e dos desafios voltaria para casa, para formar uma família.
Quando Zoo aceitou participar num programa de televisão, ela julgava que se tratava de um reality show. Sabia que ia ser testada até aos seus limites para bater os outros onze concorrentes em provas de sobrevivência, mas achou que valeria a pena. Depois das câmaras e dos desafios voltaria para casa, para formar uma família.
Mas o jogo parece não ter fim
Conforme os concorrentes vão quebrando, física ou psicologicamente, Zoo começa a questionar-se sobre a crescente dificuldade das provas. Pouco depois, dá por si sozinha. Todos os outros concorrentes desaparecem. As cidades vazias, os cenários grotescos. Porque é que o programa não acaba?
Conforme os concorrentes vão quebrando, física ou psicologicamente, Zoo começa a questionar-se sobre a crescente dificuldade das provas. Pouco depois, dá por si sozinha. Todos os outros concorrentes desaparecem. As cidades vazias, os cenários grotescos. Porque é que o programa não acaba?
Descobrir a verdade é o princípio
O que estará a acontecer longe do olhar das câmaras? Zoo precisa de descobrir, e, acima de tudo, precisa de encontrar o caminho para casa de forma a retomar uma vida interrompida.
O que estará a acontecer longe do olhar das câmaras? Zoo precisa de descobrir, e, acima de tudo, precisa de encontrar o caminho para casa de forma a retomar uma vida interrompida.
Neste livro Alexandra Oliva mistura vários conceitos de algumas distopias e cria um thriller intenso e que consegue prender o leitor com facilidade. No entanto, a mistura de tantos conceitos, mesmo tendo em conta que alguns são superficiais, não é fácil, levando a que o livro demore algumas páginas a torna-se coerente.
Tal como a maioria das distopias viradas para o público adolescente, também aqui a autora tenta agarrar o leitor com várias dúvidas sobre o mundo onde a história decorre. Deixando várias pistas mas sempre com o objetivo de criar novas perguntas, a autora vai aumentando as pontas soltas, levando o leitor a tentar perceber tudo o que está a acontecer. A isto junta-se a história em si, muito focada no que um ser humano poderá fazer para sobreviver e também nos conceitos de reality shows.
A base do enredo é mesmo isso, a capacidade que temos de sobreviver, quebrando os nossos limites físicos, mentais e morais. E com isto, aos poucos, o enredo foca-se na essência do ser humano, nos extremos que consegue atingir, quer bons, quer maus. O resultado é uma narrativa forte e emocional que apresenta alguns momentos forçados mas que consegue explorar bastante bem o nosso instinto de sobrevivência que a sociedade deste livro consegue despertar.
Com um ritmo em crescendo, o livro torna-se bastante viciante e o fim está bem pensado. No entanto o enredo falha em dar respostas importantes se começarmos a questionar este mundo. Ao focar-se em algumas personagens a autora perde a capacidade de explicar de forma coerente este mundo para sustentar algumas decisões. Não é uma falha grave porque o foco do livro é a sobrevivência de algumas personagens, mas gostava de ter visto uma maior coerência do que sustenta esta narrativa.
Este é um livro bastante viciante e que explora de forma crua e direta a realidade dos reality show que se espalham pelo mundo. Os conceitos atuais de fama e o que fazemos para sermos adorados, famosos ou idolatrados estão aqui explorados com inteligência e arrepiam. É pena o livro não conseguir ser totalmente coerente ou original, mas mesmo assim é um livro bastante viciante para se ler neste verão e que tão cedo não se esquece. Claramente um livro inteligente em muito do que faz.
Luís Pinto
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