quinta-feira, 5 de março de 2015

NO LIMIAR DA ETERNIDADE


Autor: Ken Follett

Título original: Edge of Eternity




Sinopse: Enquanto as decisões tomadas nos corredores do poder ameaçam extremar os antagonismos e originar uma guerra nuclear, as cinco famílias de diferentes nacionalidades que têm estado no centro desta trilogia O Século voltam a entrecruzar-se numa inesquecível narrativa de paixões e conflitos durante a Guerra Fria.
Quando Rebecca Hoffmann, uma professora que vive na Alemanha de Leste, descobre que anda a ser seguida pela polícia secreta, conclui que toda a sua vida é uma mentira. O seu irmão mais novo, Walli, entretanto, anseia por conseguir transpor o Muro de Berlim e ir para Londres, uma cidade onde uma nova vaga de bandas musicais está a contagiar as novas gerações. Nos Estados Unidos, Georges Jakes, um jovem advogado da administração Kennedy, é um ativo defensor do movimento dos Direitos Civis, tal como a jovem por quem está apaixonado, Verena, que colabora com Martin Luther King. Juntos partem de Washington num autocarro em direção ao Sul, numa arriscada viagem de protesto contra a discriminação racial. Na Rússia, a ativista Tania Dvornik escapa milagrosamente à prisão por distribuir um jornal ilegal. Enquanto estas arriscadas ações decorrem, o irmão, Dimka Dvornik, torna-se uma figura em ascensão no seio do Partido Comunista, no Kremlin.


Apesar de não ter lido os dois anteriores livros, quando me ofereceram esta obra de Follett tive de o ler. A verdade é que, obviamente, a minha leitura teria ganho se tivesse lido os dois anteriores, mas mesmo assim a leitura foi muito boa, sendo fundamental a forma como o autor nos explica, indiretamente, alguns pormenores dos livros anteriores, e também o facto de existir sempre um salto temporal entre cada livro, sendo as personagens novas a cada livro, não existindo uma ligação total.

Decidi colocar aqui a totalidade da grande sinopse deste livro, porque ela demonstra muito bem o que ele nos oferece. Tal como a sinopse, também o livro é bastante grande mas vale a pena ser lido porque a forma como o autor explora meia dúzia de histórias tão diferentes para mostrar acontecimentos tão diferentes, mas ligados, do século passado, leva-nos a uma leitura extremamente completa, ficando no final uma sensação de plenitude em relação a alguns temas que inevitavelmente se ligam.

O que gostei mais foi a mistura de histórias que este livro oferece, tendo todas como pano de fundo a Guerra Fria e explorando os grande movimentos e acontecimentos dessa época. O resultado final é um enredo de ficção que ajuda a mostrar a história da humanidade durante aquela época. E assim, o livro não é apenas ficção, mas também uma excelente obra capaz de ensinar quem queira saber um pouco mais sobre esta época.

Claro que sendo a Guerra Fria uma das épocas que mais gosto de ler, apreciei bastante esta obra, não só por aprofundar o tema da espionagem e crise política, passando pela manipulação social e tentativas de recrutamentos dos vários serviços secretos, mas também pela propaganda do Kremlin, aqui bem descrita e que torna a história mais objetiva em relação a algumas personagens. Por outro lado, o autor também explora as lutas pelos direitos humanos entre as várias raças, e se em alguns momentos parecia que o autor estava a colocar demasiada informação num só livro, o resultado final é mesmo muito bom.

O único "defeito" que podemos apontar a este livro é o seu ritmo. Follett faz um trabalho exaustivo ao explorar alguns temas, diminuindo o ritmo durante grande parte da narrativa. Este não é um livro para lermos sempre parar, mas sim para absorvermos de forma quase estudiosa enquanto vemos o desenrolar da vida destes personagens que, ao serem tão diferentes, com passados e ideologias distintas, encaixam muito bem no livro, proporcionando bons momentos que não esquecemos.

Este enorme livro em tamanho é uma leitura lenta mas de grande qualidade. Gostei bastante do tema, como foi exposta e como o livro parece coeso e global em relação ao que foi importante nesta época. As personagens cativam e, apesar de não me identificar com todas, Follett volta a demonstrar que cria excelentes personagens. Totalmente convencido a ler os dois anteriores livros, para saber mais sobre as famílias destas personagens noutros momentos do século, resta-me apenas recomendar o livro a quem goste do tema e para quem uma leitura mais lenta não seja problema desde que haja qualidade. Muito bom.

Luís Pinto

3 comentários:

  1. Eu estou agora mesmo a ler o 2º, inverno do mundo. Realmente são leituras muito lentas, mas essencial para se perceber todas as questões políticas que deram aso ao que se foi passando entre os países. Tenho gostado bastante :)

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  2. Este comentário foi removido pelo autor.

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  3. Acabei ontem "A Queda dos Gigantes", e gostei muito, mas sinceramente não fiquei curioso para ler os restantes dois... O livro é quese que como um manual de História (estou no décimo segundo ano) com um pouco de romance aqui e ali...
    Vou agora começar "O Bicho-Da-Seda"!��
    Boas leituras (e críticas)!

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