Título original: Una Diosa para el Rey
Salamanca, séc.XVI... a facilidade com que entrei nesta época deve-se bastante à escrita de Mari, que, com uma narrativa viciante, diálogos interessantes e objetivos, e uma boa mistura de ficção com realidade, leva-nos facilmente a compreender aquela época e a entrar na mente de algumas personagens, sendo Filipe II e Isabel de Osório as mais importantes nesta história.
A grande temática desta obra é as condicionantes daqueles que detinham o poder. Filipe, eternamente apaixonado por Isabel, vê a sua condição de futuro governante de um dos maiores impérios mundiais, obrigá-lo a uma vida onde o amor é menos importante do que o estatuto de uma nação e segurança futura da mesma. Rodeado por importantes figuras da história, como por exemplo, Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Filipe vê-se como um peão na mão de outros que desejam as grandes alianças, e os seus quatro casamentos serão fruto desse plano.
O trabalho com que a autora consegue juntar tantas personagens, é de assinalar, principalmente porque temos aqui várias famílias reais, desde a realeza Espanhola e Portuguesa, passando pelos Tudors, entre outros. Tudo isto misturado, torna a história muito mais consistente e dependente de vários fatores, o que ajuda a aumentar o jogo de interesses (passado nos bastidores), mas também a dar credibilidade ao próprio jogo.
Posto isto, é fácil de perceber como Filipe II (Filipe I de Portugal), apesar do enorme poder que teve ao dominar duas super potências, nunca foi mais do que um peão na sua própria vida. Incapaz de ser feliz com Isabel, de abraçar os filhos dessa paixão e de ser livre, este foi um homem a quem se retirou a liberdade, aquela liberdade que nos leva aos braços de quem amamos e que não deve ser negada a nenhuma pessoa. Sem essa liberdade, quem pode dizer que foi feliz? Nós não escolhemos quem amamos!
Com personagens muito interessantes que ajudam a sustentar a história e uma sociedade onde os seus costumes e mentalidades estão bem presentes, Mari dá-nos um enredo cheio de momentos de crueldade e desespero, onde o próprio Filipe II demonstra a loucura de uma mente que nunca foi livre nem segura de si mesma. Há momentos cómicos, outros de cortar a respiração e acabamos com um livro muito agradável, principalmente porque a escrita nunca tornou o livro demasiado denso.
No fim ainda temos direito a um pequeno texto, e que gostei muito, onde a autora nos explica alguma da sua investigação que levou a este livro, e que me deu uma melhor visão sobre a realidade.
Não sendo uma obra-prima dentro do género, a verdade é que foi uma leitura viciante e compulsiva, onde a qualidade está presente. Para quem gostar deste género, este livro é certamente uma excelente escolha.
Para os interessados, encontram o livro aqui!
O meu tipo de literatura e já olhei para ele algumas vezes. Ainda não tinha visto nenhuma opinião sobre ele mas para já estou convencido a comprar quando estiver numa feira ou em promoção. Excelente divulgação e continua com os romances históricos.
ResponderEliminarNão sabia que existia uma mistura de tanta realeza. Gostei bastante do teu texto e o tema parece muito interessante.
ResponderEliminarMesmo o meu tipo de livros, juntamente com espionagem. Obrigado por não teres revelado nada. Achei muito interessante o tema e não conheço muito sobre este rei.
ResponderEliminarJá está na lista para comprar e não vai demorar muito.
ResponderEliminarJá está na lista! Depois aviso quando o ler!
ResponderEliminarOpinião muito interessante. Já estive a olhar para ele na fnac. beijinhos!
ResponderEliminar