Autor: Robin Hobb
Título original: Assassin's Quest
E finalmente cheguei ao fim desta saga! E o que dizer? Começando por este livro, são várias as personagens que regressam à narrativa. Bobo, por exemplo, volta a ter o seu espaço e ajuda ao mistério. Veracidade também "regressa" e com ele a qualidade aumenta, quer nos diálogos, quer no desenvolvimento de certos momentos.
Mas o que marca este livro é o seu ritmo e o seu final. Começando pelo ritmo, estamos perante a narrativa mais lenta da saga, muito longe do frenético ritmo que o 3º livro nos proporcionou. Este livro é, essencialmente, um livro de dilemas pessoais, muito bem aprofundados pela autora, e com isto vemos a acção a ser arrastada no momento em que queremos desenvolvimentos. No entanto, esse aprofundar psicológico faz com que a narrativa nunca seja enfadonha, pois estamos sempre a aprender algo mais sobre as personagens e seu mundo. +
Ainda falando do desenrolar de acontecimentos, houve um ou outro momento que me pareceram forçados, dando a ideia que poderiam ter sido evitadas situações de aflição para Fitz e amigos. Mas novamente, nada que marque o livro negativamente.
Ficamos a saber mais sobre a Manha e Talento, com algumas curiosidades muito interessantes, mas é sobre os Antigos que este livro mais deslumbra, com Hobb a mostrar o melhor da sua imaginação. Gostei mesmo muito de todos os pormenores deste antigo povo.
Fitz continua a ser uma personagem de sentimentos extremos. Por vezes senti a sua paixão e sentido de dever, outras vezes não consegui perceber totalmente a sua revolta, mas no geral, foi uma personagem que gostei bastante e que sempre se tornou mais coerente quando eu recordava o que este rapaz já tinha passado. Não deixa ainda de ser curioso que apesar de ser a principal, nunca foi a minha preferida, pois Veracidade foi sempre o que mais me marcou.
Muitos segredos das personagens foram revelados, mas não todos, e confesso que fiquei com algumas perguntas sem resposta (talvez para a nova saga), mas no global, penso que Hobb conseguiu um leque extraordinário de personagens.
Mas o que fica deste livro, mais do que o ritmo lento, é o seu final. E aqui posso dizer que adorei!
Hobb é cruel mas realista e coerente com o mundo que inventou, e para mim o final dado à grande maioria das personagens é coerente, sendo para mim a melhor forma de manter o nível que a história nos ofereceu durante os cinco livros. Posto isto, com um final aberto, com sentimentos explorados ao máximo e uma enorme vontade de continuar a ler, digo que este é dos melhores finais de saga que li nos últimos anos.
Claro que gostava de ter visto a autora a explorar mais o povo dos Navios Vermelhos, explicando melhor as suas motivações, crenças e sacrifícios, mas o facto de não o fazer tem uma explicação óbvia e simples, sendo aliás, a mesma explicação para o final quase repentino na história: estes livros foram sempre as palavras de Fitz, e de mais nenhum outro. Apenas vemos o que ele vê!
Esta saga é recomendada a qualquer pessoa que goste de fantasia e digo com toda a sinceridade que gostaria de a ver adaptada ao cinema (desde que com qualidade). Uma história que ao começar, me deu a ideia que estaria perante uma saga de espionagem, jogos de poder e assassínios nas sombras... nada disso. A meio a história deu uma enorme volta, surpreendeu e ganhou o seu próprio espaço na literatura fantástica, graças a algumas personagem e à excelente relação entre Fitz e o seu fiel lobo.
Saga totalmente recomendada!
E pronto, estou convencido. Venha dai o Fitz! Já me convenceste com o Mago, agora será este.
ResponderEliminarOis Luís,
ResponderEliminarBem ainda bem que gostaste do final da saga temia que podia não te agradar mas penso que tal como eu achei o final muito bom em especial a tal crueldade que referes em relação a Fitz.
Mas penso que há aqui algo que penso ser menos positivo, pois o final da saga em relação ao enredo, acabou por ser tudo decidido nas últimas 10 páginas, se tanto, mas é como referes mais pormenores ficam para a próxima saga que como já te referi está ainda melhor.
Outra coisa é que afinal tanto treino tanta coisa e se não me engano Fitz não matou ninguém (no desempenho para aquilo que foi preparado), gostava que essa vertente fosse melhor explorada.
Mas é na beleza da escrita que a escritora se destaca e nisso estou contigo, do melhor que por ai anda a nível de fantasia.
Quanto a personagem adorei Veracidade é um facto, mas se pensas que já conheces tudo do Bobo, ainda vais ser muito surpreendido.
Bem resta-me desejar-te boas leituras e deixo-te uma abraço ;)
parabéns pelo texto. Li a série há um ano e admiro como conseguiste fazer uma opinião tão completa sem revelares nada da história.
ResponderEliminarConcordo contigo quase em tudo. Eu preferi o Bobo mas também o Veracidade está muito bom e agora tentei olhar com os teus olhos para a razão que dás sobre o fim repentino. Concordo quando falas do facto de o livro ser uma especie de memórias do Fitz e por isso o final ser resumido em poucas linhas. Não tinha pensado dessa forma.
Ainda não comecei a próxima trilogia, mas esta é muito recomendada.
Concordo plenamente. Parabéns pela opinião!
EliminarOlá Luís. Ainda bem que acabaste por gostar da trilogia (ou da série, melhor dizendo). Quando ta recomendei fiquei com algum receio que não pudesses gostar, mas agora vejo que foi infundado. E já me apanhaste! :P
ResponderEliminarEu ainda não comecei a ler a próxima trilogia, embora já tenha os livros... Como o tempo não dá para tudo, ainda não sei muito bem quando é que penso pegar neles, embora a curiosidade seja muita!
Olá Filipa.
EliminarSim, ainda me lembro quando me falaste desta saga. Tu e muitas outras pessoas. Realmente gostei bastante e só tenho pena de o último livro ter um ritmo algo desgastante. Mas no geral, muito bom.
Também quero bastante ler a próxima saga e até já tenho os 2 primeiros livros, mas não sei quando lhes vou pegar. O problema do tempo é que estraga tudo...