segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PRIMEIRA A MORRER

Autor: James Patterson

Título original: 1st to Die


James Patterson é o autor mais vendido no mundo, graças tanto a talento quanto ao incrível número de livros que já publicou. Larry King considerou-o o mestre deste género, a Time afirma que é um autor a não perder. Eu nunca lera nenhum dos seus livros...

Este livro, o primeiro de uma série, traz-nos um grupo quatro de mulheres, que com os seus diversificados conhecimentos tentam encontrar um serial killer.  Esta ideia base pode parecer algo irrealista, mas após ler o livro, parece-me que encaixa bastante bem, pois estamos a falar de pessoas que têm este objetivo como profissão e que ao estarem juntas "nos tempos livres" percebem que muita da burocracia e política pode ser posta de parte.
 
Enquanto leitor, sempre adorei histórias de serial killers, e sempre encarei estes livros como algo que deve ser de leitura rápida, empolgante e que não me deixe adivinhar quem é o assassino. E este livro tem isto tudo!

É verdade que se trata de uma obra com escrita simples, nunca sublime, nem com uma enorme capacidade para transmitir sentimentos aos leitores e agarrar-nos às personagens, mas neste género de livros não é isso que procuro. Eu procuro um livro que não me deixe parar e foi o que aconteceu. As mortes são fortes, cruéis, e aos poucos senti uma ligeira mistura entre Hannibal Lecter e o filme Instinto Fatal, mas quem ler perceberá o que digo.

As personagens são boas, algumas mais estereotipadas, outras com maior profundidade e que ajudam ao suspense. Lindsay é talvez a mais bem conseguida, principalmente porque é ela quem enfrenta a morte e redefine a sua vida, olhando para o que poderia ter tido e não teve nem terá. Este pequeno enredo extra em torno de Lindsay (que não irei revelar) tornou a história mais coerente e profunda, vincando também os problemas pessoais da personagem e não fixando a história apenas na caça ao homem.
 
Mas é nos pequenos detalhes e na forma como a história está montada, que o leitor fica agarrado. Patterson dá especial destaque à forma como o serial killer atua para que o leitor consiga visualizar bem os detalhes que mais à frente serão precisos. E é nesses detalhes que a história será resolvida. 
Lemos o livro como numa montanha russa e os pequenos capítulos ajudam imenso com a história a saltar em tempo e espaço, permitindo que o leitor continue e continue, sem pensar...

É o primeiro livro que leio deste autor, mas para já é fácil perceber o seu sucesso. Os livros são fáceis de ler, são compulsivos e acabamos todos a querer descobrir o assassino. E isto torna-se mais compulsivo porque o autor dá-nos todas as pistas para percebermos que algo está mal... Patterson enganou-me, fez-me olhar para um suspeito e afinal era outro, e isso deixou-me bastante satisfeito. 

Resumindo, não é uma obra prima nem precisa de o ser. Esta obra entretém, foi um vício, lido sem parar, e para quem gostar de suspense, serial killers, uma escrita fácil e cheia de ritmo, este livro é indicado. Certamente não irei ficar por aqui.

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Passatempo: Ratos e Homens

PASSATEMPO

Ratos e Homens
de John Steinbeck


Hoje temos para oferecer um exemplar de um dos melhores livros que já li.



Para participarem, basta serem fãs no facebook ou seguidores do blog! E a seguir respondam a à pergunta. Se não souberem a resposta, vejam o link em cima com a minha opinião ao livro.


O Passatempo termina dia 4 de novembro às 23:59.
Apenas é permitida uma participação por pessoa!

Boa sorte a todos e espero que gostem deste passatempo, pois vale mesmo a pena!



quarta-feira, 24 de outubro de 2012

AS BRUMAS DE AVALON - A Senhora da Magia


Autor: Marion Zimmer Bradley

Título original: The Mists of Avalon


E finalmente comecei uma das sagas mais marcantes da fantasia. Marion Zimmer Bradley agarra a lenda Arturiana e transforma-a como nenhum outro fez. A linha entre o bem e o mal desaparece e apenas interesses e convicções distinguem a maioria dos objetivos das personagens. Está tudo preparado para um excelente jogo de intrigas "atrás dos bastidores".

Agora, porque revolucionou MZB a fantasia com esta saga? Não me é fácil dizer, porque apenas li o primeiro, mas já há certos fatores que devem ser assinalados. O essencial é simples: o livro é bom em todos os aspetos principais que uma obra de fantasia precisa e é ao mesmo tempo, diferente de todos os outros.

Em primeiro lugar temos de assinalar o poder da mulher nesta história, pois ao ser tão importante e decisiva, altera todo o conceito base das sociedades medievais que costumamos ler, e MZB consegue-o muito bem. Outro ponto interessante é vermos a história pelos olhos de mulheres num mundo onde os homens combatiam e faziam a diferença. Só estes dois fatores chegam para esta obra ser diferente da grande maioria dos livros de fantasia medieval.

Outro aspeto muito bem conseguido é a grande mistura e luta entre religiões, que dá à história uma magnitude notável e ajuda a desenvolver a intriga, tornando-a mais abrangente. Num mundo onde as convicções religiosas manipulavam todas as decisões, MZB consegue criar esse ambiente na perfeição, e muitas vezes reparamos nas limitações que as religiões provocam, ou até, como a partir da religião se criam novas manipulações.

A história é muito diferente dos contos Arturianos que costumamos ouvir, aumentando também a necessidade de ler cada vez mais, procurando por personagens que já conhecemos de outros contos. E é nas personagens que está um dos principais trunfos. Bem vincadas, coerentes e fortes, facilmente marcam a sua posição e tornam-se fáceis de distinguir, ficando apenas o desejo que esta coerência se mantenha nos momentos mais importantes da saga. Para já, foi muito fácil "agarrar-me" a algumas personagens.

Visto que é apenas o primeiro de quatro livros, não consegue arrebatar o leitor com a sua história, pois muito ainda está para vir, sendo este uma extraordinária introdução ao mundo da saga. Mas é notório que se trata de um livro muito consistente, sem falhas, que agarra qualquer leitor que esteja aberto às alterações que a autora fez. MZB é ainda uma exímia escritora, pois a sua escrita é genial em certos momentos, conseguindo agarrar qualquer leitor às sensações que quer transmitir, tornando-se muito fácil entrar dentro da história, quer seja homem ou mulher, provavelmente ficará fascinado com os rituais e a magia de MZB.

Há muito mais para dizer sobre este livro, mas estaria aqui uma eternidade. É o primeiro livro, como tal ainda é cedo para dizer que recomendo a saga. No entanto já percebi o porquê de ser uma saga tão aclamada, porque se a qualidade se mantiver, então será das minhas preferidas. O que posso dizer é só isto: trata-se de um dos melhores inícios de saga que alguma vez li.

segunda-feira, 22 de outubro de 2012

FRANKENWEENIE

Autor: Tim Burton


Adaptado por Elizabeth Rudnick, e baseado na ideia original de Tim Burton, que também nos traz o filme, Frankenweenie é uma história que nos faz lembrar, tal como o nome indica, Frankenstein.
Aqui o personagem principal também se chama Victor, mas trata-se de um rapaz, apaixonado pelas ciências, que vê o seu cão morrer, deixando-o perante uma situação para a qual ninguém está preparado, qualquer que seja a idade.

A primeira sensação que temos ao agarrar o livro, é que estamos perante algo sombrio, pois as folhas negras e as suas letras brancas fazem-nos acreditar, de forma quase inconsciente, que algo de assustador irá acontecer. No entanto esta é uma história virada para o público adolescente (sem que seja exclusivo, pois qualquer adulto conseguirá tirar prazer deste livro) e como tal, trata-se de uma obra sem grande violência visual.
 
Com uma escrita muito simples, que nos leva a acelerar a leitura, Frankenweenie é uma extraordinária mistura de calorosos sentimentos com um toque de terror. Nestas páginas está presente a força da verdadeira amizade, aquela força que perdura perante tudo, até perante a morte, e sendo assim, um cão e o seu dono serão sempre indicados para mostrar a força da amizade.

O livro é bastante abrangente e completo, com momentos cómicos, alegres, tristes e outros que nos assustam, e onde a imaginação de Tim Burton recria vários monstros que já vimos noutros livros e filmes, alterando-os por forma a serem introduzidos neste mundo. 
As personagens são boas, bem definidas e coerentes, com especial destaque para Victor e para o Professor de Ciências. São ainda estes dois personagens, os grandes impulsionadores das duas críticas mais importantes no livro. A primeira é a forma como as pessoas, enquanto sociedade, não aceitam grandes transformações, principalmente se não as compreenderem, limitando assim o avanço da ciência e das mais recentes gerações para o conhecimento. Mas a grande crítica está ligada a Victor: inventor do que seria no mundo real, a melhor invenção de sempre, fica perante o problema que a nossa sociedade sempre criará ao inventor... estará uma invenção destinada a praticar o bem, ou condenada a praticar o mal devido à demência ou ganância de quem a usa?

Sendo um livro para o público adolescente, mas que poderá ser lido por pessoas de qualquer idade, será normal que cada leitor encontre significados que a mim me fugiram, e que certamente marcará esta leitura, levando-a para outros sentimentos. A própria forma como levamos a leitura marcará a diferença, e poderemos olhar para esta obra como algo divertido e com momentos de acção, ou para páginas cheias de sentimentos e significados. 
No meu caso, este livro levanta a grande questão da vida e da morte, e a forma como um rapaz a encara quando a sente pela primeira vez. O momento em que algo acaba definitivamente, deixando de respirar, mexer e sentir, marca qualquer criança, sendo o papel dos pais muito importante. Victor vê-se privado do seu companheiro, e muitos dos significados da sua vida são alterados sem aviso prévio. 

O seu leve toque de terror, ideal com o Halloween tão perto, torna a obra mais interessante, mas não a marca definitivamente, e como tal, não deverá de deixar de ser lido se não gostarem de terror.

Um bom livro, que não sendo uma obra-prima dentro do seu género, conseguiu ser uma agradável surpresa. Quem gostar de Tim Burton, adorará este livro.

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

UMA DEUSA PARA O REI

Autor: Mari Pau Domínguez

Título original: Una Diosa para el Rey


Salamanca, séc.XVI... a facilidade com que entrei nesta época deve-se bastante à escrita de Mari, que, com uma narrativa viciante, diálogos interessantes e objetivos, e uma boa mistura de ficção com realidade, leva-nos facilmente a compreender aquela época e a entrar na mente de algumas personagens, sendo Filipe II e Isabel de Osório as mais importantes nesta  história.

A grande temática desta obra é as condicionantes daqueles que detinham o poder. Filipe, eternamente apaixonado por Isabel, vê a sua condição de futuro governante de um dos maiores impérios mundiais, obrigá-lo a uma vida onde o amor é menos importante do que o estatuto de uma nação e segurança futura da mesma. Rodeado por importantes figuras da história, como por exemplo, Carlos V, Imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Filipe vê-se como um peão na mão de outros que desejam as grandes alianças, e os seus quatro casamentos serão fruto desse plano.

O trabalho com que a autora consegue juntar tantas personagens, é de assinalar, principalmente porque temos aqui várias famílias reais, desde a realeza Espanhola e Portuguesa, passando pelos Tudors, entre outros. Tudo isto misturado, torna a história muito mais consistente e dependente de vários fatores, o que ajuda a aumentar o jogo de interesses (passado nos bastidores), mas também a dar credibilidade ao próprio jogo. 

Posto isto, é fácil de perceber como Filipe II (Filipe I de Portugal), apesar do enorme poder que teve ao dominar duas super potências, nunca foi mais do que um peão na sua própria vida. Incapaz de ser feliz com Isabel, de abraçar os filhos dessa paixão e de ser livre, este foi um homem a quem se retirou a liberdade, aquela liberdade que nos leva aos braços de quem amamos e que não deve ser negada a nenhuma pessoa. Sem essa liberdade, quem pode dizer que foi feliz? Nós não escolhemos quem amamos!

Com personagens muito interessantes que ajudam a sustentar a história e uma sociedade onde os seus costumes e mentalidades estão bem presentes, Mari dá-nos um enredo cheio de momentos de crueldade e desespero, onde o próprio Filipe II demonstra a loucura de uma mente que nunca foi livre nem segura de si mesma. Há momentos cómicos, outros de cortar a respiração e acabamos com um livro muito agradável, principalmente porque a escrita nunca tornou o livro demasiado denso.

No fim ainda temos direito a um pequeno texto, e que gostei muito, onde a autora nos explica alguma da sua investigação que levou a este livro, e que me deu uma melhor visão sobre a realidade.
Não sendo uma obra-prima dentro do género, a verdade é que foi uma leitura viciante e compulsiva, onde a qualidade está presente. Para quem gostar deste género, este livro é certamente uma excelente escolha.

Para os interessados, encontram o livro aqui!




terça-feira, 16 de outubro de 2012

ALGO MALIGNO VEM AÍ

Autor: Ray Bradbury

Título original: Something Wicked this Way Comes


Este é o 3º livro que leio do autor Ray Bradbury e a qualidade continua presente. Este é um livro fantástico, e no entanto, não será para qualquer leitor.

Com uma escrita rica, quase poética, Bradbury hipnotiza-nos com uma narrativa cheia de significados. Este é talvez o grande trunfo deste livro: a forma como Bradbury escreve. Diferente em muitos aspectos da escrita de outros livros seus, aqui cada frase pode apresentar vários significados, com as mais diversas palavras a serem aquilo que o leitor deseja ler. 
Os mais jovens conseguirão imaginar toda a fantasia, toda a magia desta feira do Senhor Dark, enquanto os adultos poderão perceber melhor o significado da luta que este livro é.
E que significados são esses? Eu senti o medo e as inseguranças das personagens, a incerteza e a necessidade de criar algo que perdure, a busca sobre quem realmente somos, a necessidade do jovem rapaz em descobrir algo. Outros, certamente, conseguirão ver estas personagens de forma que a mim me escaparam.  

A história mostra-nos Will e Jim, dois rapazes inseparáveis, e ainda mais importante, dois extremos que se unem e completam. Um impulsivo, outro não. Um ambicioso e sonhador, o outro não... Um atento, o outro não. Numa noite a feira chega. Senhor Dark mostrará aos rapazes, tal como Bradbury nos mostra a nós, as maravilhas e os truques que hipnotizaram gerações, e como se de um próprio truque de ilusionismo, o leitor vê-se embrenhado num mundo de esplendor gráfico e onde cada coisa poderá, ou não, ser o que julgamos... e vemos que o livro é apenas uma extensão da própria história, tal como em O Prestígio, onde o livro é também um truque de magia, tal como os seus acontecimentos.

A história é dada envolta em mistério e narrada como se fosse um simples murmurar, como qualquer história de mistério deve ser contada. As personagens são complexas e provavelmente não terei captado tudo o que Bradbury disse sobre cada uma delas, pois, uma vez mais, a sua narrativa enche-se de belos significados e poderosas metáforas que levará, cada leitor, a completar as próprias personagens com a nossa imaginação.

Mas acima de tudo, este livro é a luta do bem contra o mal, da liberdade contra a imortal opressão, é a luta entre a felicidade e a apatia desprovida de sentimentos. Essa é a luta que cada personagem irá travar enquanto se conhece a ela própria, pois é nos piores momentos que nos conhecemos. É perante os sonhos que vemos o que estamos dispostos a sacrificar, e é ao enfrentar a morte que damos valor à vida. E no fim... este é o livro que nos manda sorrir, que nos obriga a tal, porque apenas assim seremos felizes, e porque apenas assim estaremos realmente vivos. E porque apenas sem ódio poderemos realmente criar um mundo melhor. Esta foi a mensagem que vi neste livro.

Uma verdadeira surpresa pela sua tremenda qualidade, principalmente na prosa de Bradbury, e que agarra qualquer leitor que aprecie tal narrativa, e mesmo não sendo o meu livro favorito do autor, é uma obra marcante.
Como disse, não é um livro para qualquer leitor, pois a forma como Bradbury divaga pelas sensações do ser humano, podem tornar-se um entrave para quem queira um ritmo alto, que este livro não tem. Mas quem gostar da exploração profunda do que nos rodeia e torna humanos, num mundo incrivelmente belo, terá aqui um excelente livro.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

A DEMANDA DO VISIONÁRIO


 Autor: Robin Hobb

Título original: Assassin's Quest



E finalmente cheguei ao fim desta saga! E o que dizer? Começando por este livro, são várias as personagens que regressam à narrativa. Bobo, por exemplo, volta a ter o seu espaço e ajuda ao mistério. Veracidade também "regressa" e com ele a qualidade aumenta, quer nos diálogos, quer no desenvolvimento de certos momentos.

Mas o que marca este livro é o seu ritmo e o seu final. Começando pelo ritmo, estamos perante a narrativa mais lenta da saga, muito longe do frenético ritmo que o 3º livro nos proporcionou. Este livro é, essencialmente, um livro de dilemas pessoais, muito bem aprofundados pela autora, e com isto vemos a acção a ser arrastada no momento em que queremos desenvolvimentos. No entanto, esse aprofundar psicológico faz com que a narrativa nunca seja enfadonha, pois estamos sempre a aprender algo mais sobre as personagens e seu mundo. +
Ainda falando do desenrolar de acontecimentos, houve um ou outro momento que me pareceram forçados, dando a ideia que poderiam ter sido evitadas situações de aflição para Fitz e amigos. Mas novamente, nada que marque o livro negativamente.

Ficamos a saber mais sobre a Manha e Talento, com algumas curiosidades muito interessantes, mas é sobre os Antigos que este livro mais deslumbra, com Hobb a mostrar o melhor da sua imaginação. Gostei mesmo muito de todos os pormenores deste antigo povo.

Fitz continua a ser uma personagem de sentimentos extremos. Por vezes senti a sua paixão e sentido de dever, outras vezes não consegui perceber totalmente a sua revolta, mas no geral, foi uma personagem que gostei bastante e que sempre se tornou mais coerente quando eu recordava o que este rapaz já tinha passado. Não deixa ainda de ser curioso que apesar de ser a principal, nunca foi a minha preferida, pois Veracidade foi sempre o que mais me marcou.
Muitos segredos das personagens foram revelados, mas não todos, e confesso que fiquei com algumas perguntas sem resposta (talvez para a nova saga), mas no global, penso que Hobb conseguiu um leque extraordinário de personagens.

Mas o que fica deste livro, mais do que o ritmo lento, é o seu final. E aqui posso dizer que adorei!
Hobb é cruel mas realista e coerente com o mundo que inventou, e para mim o final dado à grande maioria das personagens é coerente, sendo para mim a melhor forma de manter o nível que a história nos ofereceu durante os cinco livros. Posto isto, com um final aberto, com sentimentos explorados ao máximo e uma enorme vontade de continuar a ler, digo que este é dos melhores finais de saga que li nos últimos anos.

Claro que gostava de ter visto a autora a explorar mais o povo dos Navios Vermelhos, explicando melhor as suas motivações, crenças e sacrifícios, mas o facto de não o fazer tem uma explicação óbvia e simples, sendo aliás, a mesma explicação para o final quase repentino na história: estes livros foram sempre as palavras de Fitz, e de mais nenhum outro. Apenas vemos o que ele vê!

Esta saga é recomendada a qualquer pessoa que goste de fantasia e digo com toda a sinceridade que gostaria de a ver adaptada ao cinema (desde que com qualidade). Uma história que ao começar, me deu a ideia que estaria perante uma saga de espionagem, jogos de poder e assassínios nas sombras... nada disso. A meio a história deu uma enorme volta, surpreendeu e ganhou o seu próprio espaço na literatura fantástica, graças a algumas personagem e à excelente relação entre Fitz e o seu fiel lobo. 

Saga totalmente recomendada!

terça-feira, 9 de outubro de 2012

Passatempo: Uma Deusa para o Rei - Vencedor!

PASSATEMPO

Uma Deusa para o Rei

Vencedor!


Chegou ao fim mais um passatempo que teve muitas participações! Desde já, um obrigado a todos os que participaram!

Para os que não ganharam, desejo-vos boa sorte para a próxima e uma vez mais, obrigado!



Este foi mais um passatempo em parceria com a Editorial Presença, à qual agradeço, e para os curiosos, podem visitar o site com a informação sobre o livro!


E o vencedor é:

Maria de Lurdes Branco dos Reis

Parabéns à vencedora!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Passatempo: Naruto vol.1, 2 e 3 - Vencedor!


 PASSATEMPO
 
Vencedor!

Naruto - vol 1, 2 e 3
de Masashi Kishimoto
 
 
 
E chegou ao fim mais um passatempo. Desta vez oferecemos os três primeiros volumes da manga Naruto, uma das mais famosas dos últimos anos!
 
 
 
E o vencedor é:
 
Paulo Gouveia Andrade


Desde já agradeço a todos os que participaram, tornando este passatempo num enorme sucesso e só tenho pena não poder oferecer mais livros!

Como curiosidade aproveito para dizer que as personagens mais votadas como favoritas foram: Naruto, Itachi, Kakashi, Sasuke e Gaara (por ordem de votação)

Uma vez mais obrigado a todos e boa sorte para a próxima!

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

O CAVALEIRO DE WESTEROS - BD

Autor: George R. R. Martin

Título original: The Hedge Knight



Enquanto George R. R. Martin não nos presenteia com um novo livro das Crónicas mais famosas do momento, sabe sempre bem voltar a Westeros e ler um pouco mais sobre este mundo, mesmo que seja passado 100 anos antes da história que conhecemos.

Aqui os Targaryen ainda estão no trono, apesar de já sem dragões, notando-se o início do declínio que todos nós sabemos, e as restantes casas já apresentam, na maioria, o estatuto que lhes conhecemos.
Para um fã da série, regressar a Westeros é motivos suficiente para ler esta BD e a experiência foi muito gratificante.

O primeiro aspecto positivo é que rapidamente entramos na história porque já conhecemos as casas principais, os costumes do povo e até já lemos sobre uma ou outra personagem. Tudo isto ajuda a que a leitura seja compulsiva para qualquer fã e até a enorme quantidade de nomes não se apresenta como grande problema para quem já estiver habituado às árvores genealógicas de George R. R. Martin.

A história é boa, simples, sem a grande complexidade que um livro das Crónicas pode oferecer com as suas centenas de páginas, e preparem-se para algumas surpresas e reviravoltas que me agarraram até ao fim do livro, ou não fosse este um livro de Martin, com todo o jogo político sustentado naquela ténue linha que divide "os bons dos maus". Devo ainda dizer que Martin consegue, como sempre, em poucas páginas, vincar a personalidade de qualquer personagem, distinguindo-se facilmente entre si, o que se torna imperativo numa boa BD.

Sobre a história não falo mais, pois acabaria por revelar qualquer coisa, mas não posso deixar de afirmar que a visão que Martin nos dá da casa Targaryen, com todas as suas questões e diferenças, tal como qualquer casa de Westeros, é muito interessante e se torna num "conhecimento extra" que vale a pena ter.

Como já o disse aqui no blog, não sou um grande conhecedor de BD, apesar de gostar imenso, e como tal a minha opinião sobre a qualidade gráfica não será, algumas vezes, a mais correcta. No entanto devo dizer que aplaudo a qualidade metida neste livro, que vai desde a qualidade do papel, até à qualidade dos desenhos. Todo o livro me pareceu graficamente muito bom, com detalhes interessantes (que os fãs irão adorar), com cores vivas e desenhos apelativos, nada confusos e que fazem o leitor imaginar facilmente a acção. Eu, pelo menos, não senti dificuldade em imaginar a acção entre imagens.
Reparei num ou noutro "erro", mas totalmente irrelevantes para a qualidade do livro.

Para quem gostar de BD, este será uma boa aposta, e para os fãs de Westeros ainda mais. Um livro que se lê facilmente, muito depressa, e que é uma boa introdução para quem nunca tenha lido BD ou que nunca tenha lido sobre Westeros. E agora ficou a vontade de ler mais!

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Passatempo: Uma Deusa para o Rei

PASSATEMPO

Uma Deusa para o Rei
de
Mari Pau Dominguez


Numa parceria com a Editorial Presença, temos para vos oferecer um exemplar do livro Uma Deusa para o Rei, um romance histórico do Séc. XXI sobre a vida de Filipe II de Espanha e o seu futuro casamento com Maria Manuela de Portugal.





Para se habilitarem a ganhar, basta ler o texto apresentado em baixo e responder às perguntas.
Passatempo aberto até às 23:59 de 8 deOutubro
Aceite apenas uma participação por pessoa
Válido apenas para Portugal continental e ilhas

O livro já se encontra disponível no site da Editora

 
Salamanca, 1543. Com apenas 16 anos, o futuro rei Filipe II de Espanha antecipa inquieto o momento que mudará a sua vida: o casamento com a prima Maria Manuela de Portugal. Os interesses estratégicos de Espanha impõem que o príncipe cumpra o seu dever, mas o jovem impulsivo não consegue renunciar à relação que mantém com Isabel de Osorio, dama de companhia da sua irmã. Durante mais de quinze anos, esta paixão intensa incendiará os corações dos dois amantes – sem no entanto nunca se conseguir sobrepor aos desígnios de uma nação...

Mari Pau Domínguez é escritora e jornalista, tendo ao longo da sua carreira trabalhado, entre outros meios, para a TVE, Telemadrid e para a cadeia SER. Colabora regularmente com a revista Yo Dona. É autora de vários livros, tendo o mais recente, A Casa dos Sete Pecados, já publicado nesta coleção, sido galardoado com o Prémio Caja Granada de romance histórico.


Boa Sorte a todos!



segunda-feira, 1 de outubro de 2012

O RITUAL DA SOMBRA

Autor: Eirc Giacometti, Jacques Ravenne

Título original: Le Rituel de L'Ombre


Sinopse: Roma. Um arquivista do Grande Oriente é assassinado na altura de uma festa na embaixada francesa, cumprindo um ritual que evoca a morte de Hiram, o lendário fundador da Maçonaria.
Em Jerusalém, um arqueólogo que tem na sua posse uma enigmática pedra gravada tem uma morte semelhante.
O comissário Antoine Marcas, mestre mação, e a sua parceira, Jade Zewinski, são confrontados com assassinos de uma irmandade nazi, a Sociedade Thule, oponente ancestral da Maçonaria.
Sessenta anos após a queda do Terceiro Reich, os arquivos dos mações, que haviam sido roubados pelos alemães em 1940, continuam a fazer o sangue correr…
Mas que segredo intemporal estará escondido entre aquelas folhas amarelecidas?


Um thriller que mistura Maçonaria e o Terceiro Reich é mais do que suficiente para me despertar a atenção, pois gosto bastante dos dois temas e imediatamente ganhei curiosidade sobre como poderiam funcionar juntos.
Começando com o um ritmo baixo (que irá aumentar progressivamente), rapidamente fiquei agarrado a esta investigação conduzida por duas personagens completamente diferentes. Este aspecto é dos mais interessantes do livro, pois apesar de as duas personagens principais não me terem deslumbrado (por falta de conhecimento sobre as mesmas), a interacção entre ambas é muito boa, pois dá-nos duas visões distintas sobre os mais variados temas e que ajudam ao desenvolver do mistério mas também da investigação.
Ainda sobre os personagens, fica a ideia que ainda há muito para revelar, porque existe em todo o livro a sensação de algum mistério sobre o passado das mesmas (ficando, certamente, algumas perguntas para serem respondidas nos próximos livros).

A história é boa, ganhando ritmo de forma constante. Apresenta algumas reviravoltas interessantes e um final que me surpreendeu (e que provavelmente poderá deixar os leitores divididos). Enquanto enredo, este livro consegue misturar bem (dentro da investigação) a acção com a explicação ao leitor, onde lemos bastante sobre a maçonaria, desde rituais, crenças, factos históricos e a mentalidade de alguns dos seus antigos membros mais famosos. Com esta mistura, usando uma escrita simples, os autores conseguem agradar a quem procure um thriller mas também a quem quiser mergulhar nos factos das sociedades secretas (Ravenne é o pseudónimo de um mação que chegou a Grão Mestre no Rito Francês).

Este é um livro que apresenta uma história original em muitos aspectos e que levanta o véu a algumas perguntas sobre estas sociedades secretas, levando o autor a perguntar para que existem, se são benéficas para a sociedade ou apenas para os seus membros, qual o seu objectivo, qual o seu verdadeiro poder na conjectura política e social, e por fim, se estaremos cegos perante as suas movimentações.

Este não é o melhor livro que li sobre maçonaria (já li vários), mas este livro não é exclusivamente sobre maçonaria, mas sim sobre uma investigação ficcional com bastante originalidade. Quem quiser ler um pouco sobre estas sociedades secretas, este livro será um excelente começo e ganha pontos ao juntar toda uma conspiração à volta do Terceiro Reich.
Quem gostar deste género de thrillers, certamente gostará deste livro, ficará à espera dos próximos e acredito que tornem esta série de livros num sucesso.

Nota ainda para dizer que este livro é o primeiro de uma saga, em que cada livro é sobre um tema específico, podendo ser lidos independentemente dos outros.