Autor: Elisabeth Gifford
Sinopse: Profundamente apaixonados e prestes a casar, os estudantes Misha e Sophia fogem da Polónia, procurando escapar à ocupação nazi da capital, Varsóvia. Obrigados a regressar ao gueto, resta-lhes ajudar o mentor de Misha, o Dr. Korczak, a cuidar das 200 crianças que vivem no seu orfanato, conseguindo, assim, sobreviver.
Do outro lado do muro, a violência aperta as suas garras em torno deste pequeno oásis de esperança e bondade, criado pelo bom doutor de Varsóvia, e Misha e Sophia são obrigados a separar-se e a enfrentar os seus piores medos sozinhos.
Mas, apesar de todos os esforços em preservar alguma humanidade em pleno caos, numa manhã de agosto de 1942, o chamado Pequeno Gueto é cercado pelas tropas das SS, com instruções para encaminhar os seus ocupantes para Treblinka, o campo para onde quem vai nunca volta. O Dr. Korczak não desiste da sua missão e recusa abandonar as crianças e funcionários do orfanato, partindo com eles para o destino final.
Tendo como base algumas personagens verídicas, a autora cria nestas páginas uma história intensa e, por vezes, dura, que nos transporta para uma realidade que muitos tentamos esquecer que aconteceu. O enredo começa com um ritmo baixo, apresentando as personagens que serão a base de toda a narrativa. A história foca-se em duas personagens prestes a casar num dos momentos mais escuros da História da humanidade.
Como claramente se percebe pela sinopse, este é um livro de extremos. Por um lado temos um poderoso amor que aguenta tudo, por outro lado temos a cruel realidade que nos choca porque sabemos que muito do que lemos aqui é real. E é nesta balança que o livro se equilibra, entre o amor de algumas pessoas e o mais extremista dos ódios de outras. E com um ritmo em crescendo e com uma carga de suspense que vai aumentando, é difícil ficar indiferente a este livro, porque este casal tem muito de real e queremos que tudo acabe bem. Esta história tem muito de real... e por vezes custa.
Com personagens muito bem criadas, o trunfo está no ambiente que é criado. A cada página somos relembrados do ambiente em que estas pessoas viveram, do medo, do receio, da insegurança de não saberem se vivem até ao fim do dia, da desconfiança... e pelo meio, o esforço, a luta para melhorar aquele mundo, para melhorar a vida das pessoas que vivem naquele local, debaixo do medo provocado pelos atos de outras pessoas.
Com uma história interessante e um grande rigor histórico, os detalhes das descrições tornam o livro muito melhor, mais realista, mais forte, mais duro. É um livro emocional, que agarra o leitor e que nos faz querer saber mais sobre algumas personagens verídicas, o que fizeram, o que lhes aconteceu após esta história. Com uma carga emocional muito forte e que nunca nos larga, este é um livro que fica na nossa memória durante bastante tempo.
Luís Pinto
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