Autor: Simon Scarrow
Título original: The Gladiator
Sinopse: Após uma campanha brutal contra a Pártia, os centuriões Macro e Cato navegam para Roma. Ao aproximarem-se da costa de Creta, a viagem é interrompida pelo abalo de um terramoto e quase perdem as vidas no mar. Com o navio severamente danificado, são forçados a dar à costa. E o que encontram é uma província mergulhada no caos. Os escravos aproveitaram o desastre natural para se revoltarem. Contra uma legião forte, não teriam hipóteses, mas a guarnição é fraca e os rebeldes começam a ganhar em todas as linhas. Apanhados de surpresa, Macro e Cato são forçados a lidar com uma rebelião que pode alastrar a todo o Império. Mas para isso terão de derrotar o líder dos rebeldes: Ajax, um gladiador que não teme a morte e é movido por um imenso desejo de vingança. Será que o fim do Império Romano pode estar na ponta da espada de um gladiador?
Este nono livro da saga da Águia é, em vários aspetos, o mais diferente de todos. Como podem ver pela sinopse, os personagens principais têm pela frente uma tarefa diferente da normal, dando ao autor a possibilidade de explorar outros temas e formas de executar a narrativa. O autor foge, e bem, de alguns temas já explorados na saga para conseguir explorar outros, com grande foco na revolta e no ódio dos escravos.
Com a atenção nesta realidade, a linha que separa os bons dos maus é bastante ténue em alguns momentos. Uma vez mais o autor não se limita a mostrar a imagem que alguns romanos têm de Roma, tornando o livro mais equilibrado. Para tal, explora as condições dos escravos, a vida de algumas personagens, as injustiças da sociedade e como são tratados pelos romanos. Graças a isso, é possível sentir o porquê da revolta e perceber como para esses escravos era preferível morrer a lutar do que continuar numa vida de escravidão.
Usando uma calamidade natural, o autor explora a possibilidade de um grupo de escravos arriscar tudo numa oportunidade que poderá, caso bem sucedida, alastrar por todo o império, podendo criar uma sensação de revolta e esperança que deve ser combatida pelos romanos para que o caos não seja instalado. E é com estes dois pontos de vista que o livro avança, e bem, levando algumas personagens a importantes decisões que surpreendem mas são coerentes com o que conhecemos dos mesmo.
O que me agrada nesta saga é a facilidade como se lê e a consistência que tem. Ao fim de nove livros é fácil perceber que o autor nunca chega ao nível de obra prima, mas também nunca desilude. Como já disse, não conseguiria ler todos os livros de seguida, mas ao fazer intervalos, sempre que regresso a esta saga, regresso com vontade e a leitura é sempre muito agradável e viciante. Próximos livros daqui a uns tempos!
Luís Pinto
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