Autor: Jason Matthews
Título original: Palace of treason
Sinopse: Paris. Dominika Egorova entra num bar de má fama, de mini-saia e decote pronunciado. Prepara a cilada. Senta-se à mesa do engenheiro responsável pelos planos nucleares do Irão. Ele tem de ser recrutado, custe o que custar. Langley, Virgínia. Na sede da CIA a operação é acompanhada à distância. A tensão é asfixiante – se a espiã tiver sucesso, os Estados Unidos poderão finalmente perceber quão perto estão os iranianos de construir a bomba atómica. Se ela falhar, porém… Moscovo. Na sede dos serviços secretos russos sabe-se agora que há um agente infiltrado no Kremlin. Começa a caçada. Ninguém suspeita que Dominika, a espiã mais admirada por Putin, afinal trabalha secretamente para a CIA. O Palácio da Traição devolve-nos a mais sexy, letal e fascinante personagem dos romances de espionagem contemporâneos. Dominika Egorova regressa num jogo de gato e rato absolutamente arrepiante. Os americanos infiltraram-se no Kremlin, mas os russos também têm uma toupeira em Langley. Um dos dois será descoberto. Um dos dois está condenado à morte.
Quando li o primeiro livro desta trilogia, chamado Traição, disse que era um dos melhores livros de espionagem que alguma vez lera. Admito que acreditava que o autor não conseguiria fazer melhor, mas fez.
Tal como no livro anterior, Matthews foca-se num estilo de espionagem mais realista, mais lento, focando-se tanto na parte pessoal de cada personagem como na parte política do enredo, sendo um livro com muito menos tiros e muito mais jogo de bastidores. Em relação às personagens o autor melhora em relação ao livro anterior por aprofundar as principais, apesar de algumas secundárias terem tido pouco tempo e espero que no próximo livro se possam desenvolver.
Em termos de enredo o livro está fantástico, com reviravoltas e várias surpresas, todas elas a fazerem sentido. O livro acaba e sentimos que estivemos numa montanha russa mas que tudo fez sentido, nada foi forçado. Pelo meio o autor coloca algumas personagens reais e muitos factos da História da espionagem, o que demonstra um bom trabalho de casa na estruturação do romance e também grande conhecimento na área.
Este é, sem dúvida, um livro que leva os personagens ao limite, e com isso o leitor vê-se envolvido num brutal ambiente em que sentimos que tudo pode correr mal a qualquer momento. No livro anterior o autor demonstrou que não tem problemas em arriscar e deixar o leitor de "boca aberta". Aqui volta a repetir demonstrando um conhecimento profundo da espionagem e de como as forças e decisões políticas são tomadas com base em informações.
Com um bom ritmo e uma capacidade invulgar de nos colocar no mundo da verdadeira espionagem enquanto nos ensina muito sobre esta área, Jason Matthews tem aqui um dos melhores livros de espionagem desta década, um dos melhores que já li, e totalmente obrigatório para os fãs do género. Fantástico!
Luís Pinto
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