segunda-feira, 14 de setembro de 2015

FRANKENSTEIN


Autor: Mary Shelley








Todos nós conhecemos o seu nome mesmo que muitos associem o nome ao monstro e não ao criador. Frankenstein é considerado o primeiro livro de ficção científica e terror, e qualquer leitor ficará abismado com o facto de a autora ter escrito este livro com apenas 19 anos.

Frankenstein é um livro negro e intenso. A atmosfera que a autora cria é palpável a cada página, criando uma ligação bastante invulgar entre leitor e este personagem do qual nunca sabemos o nome. Aliás, este pequeno toque de nunca sabermos o nome do monstro foi um detalhe fantástico e raro para o seu tempo, pois o leitor nunca olha para a criatura de uma forma totalmente humana, principalmente porque não tem nome. Falta-lhe uma parte da sua identidade e que é essencial a qualquer humano: o nome.

Apesar de ser um livro bastante pequeno, e com ritmo elevado, a verdade é que algumas vezes senti que eu próprio abrandava a leitura, para absorver melhor aquelas palavras antes que acabassem. Claro que, sendo um livro bastante forte em alguns aspetos, não será uma leitura apaixonante para todos os leitores, mas é mesmo difícil não sermos marcados pelos temas aqui explorados indiretamente.

A criatura é, essencialmente, um escravo que procura libertar-se para dar significado à sua vida, para saber quem é, o que deve fazer neste mundo e o que o distingue dos que o rodeiam. Na sua essência este é apenas mais uma pessoa que não se encaixa no mundo que a rodeia, levando a um dos temas mais presentes neste livro sem que se nota de imediato: a solidão e consequente falta de amor.

De forma poética poderia dizer que a solidão deste personagem se ligou com a minha solidão naquele instante em que estou a ler e em que nada à minha volta me desperta a atenção, pois o livro roubou-ma. A verdade é que as palavras da autora são, em vários momentos, murros invisíveis contra a sociedade que despreza o que é diferente.

Somos responsáveis pelo que criamos? De certa forma, estamos aqui perante um pai e a educação do seu estranho filho... do filho que ama e despreza, que abraça e mal trata. É uma poderosa mistura de temas que uma autora de 19 anos conseguiu colocar num livro tão pequeno e que muito poucos autores conseguem alcançar. Esta criatura, por muito artificial que possa ser, apresenta várias aspetos humanos, e um deles é a necessidade de se ligar a alguém e ser amado.

Não existe muito mais que possa dizer sobre este livro sem falar do seu enredo. Frankenstein é um livro que nos deixa tensos e que nos rouba horas de sono até o acabarmos. Um dos maiores clássicos de sempre do terror, talvez ao lado de Drácula, Frankenstein é um livro que se deve ler e reler um dia, talvez captando outros significados, tanto nas suas personagens como no seu final. Fantástico!

Luís Pinto

3 comentários:

  1. Boa análise. Parabéns. Li este li há uns anos porque mo emprestaram e agora fiquei com vontade de o ler. Já tinha na lista para comprar no futuro e acho que o vou meter na linha da frente. Excelente leitura sem dúvida.

    ResponderEliminar
  2. Tiago Rodriguessetembro 14, 2015

    Clássico imortal e que todos deviam ler. Análise fantástica da tua parte como sempre e espero que os leitores percebam que este é um livro a ter na prateleira.

    Abraço

    ResponderEliminar
  3. Como sempre as escolhas literárias neste blogs são fantásticas. Grandes clássicos e não apenas o que é novo. Este livro nunca li mas ganhei vontade. Não sei porquê mas nunca me puxou ver um filme ou ler um livro com esta história, mas agora fiquei curioso. Deve ser um livro barato por isso devo comprar.

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.