Autor: Ken Follett
Título original: Triple
No ano de 1968, Israel esteve por detrás do desaparecimento de 200
toneladas de urânio, material destinado a dotar o Egito da bomba atómica
com a ajuda da União Soviética. Contudo nunca se conseguiu determinar
como é que um carregamento daquele minério, suficiente para produzir 30
armas nucleares, desapareceu no mar alto sem deixar provas que
comprometessem Israel. Follett pegou nesta enigmática ocorrência e criou
a partir dela um thriller único, onde um suspense de alta voltagem se combina com factos históricos.
Este é o primeiro livro que leio de Ken Follett. Após muitas pessoas me recomendarem o autor, acabei por ler este livro, uma das suas primeiras obras, pois a sinopse conquistou-me de imediato com a sua mistura entre ficção e factos históricos, e neste caso o tema é muito interessante.
Esse é um dos pontos altos do livro: a forma como Follett junta factos com ficção, não senti que nada fosse forçado, e a partir desse ponto o enredo começa coma elegância e ritmo necessários para se criar um bom livro. Follett explica algumas curiosidades históricas (até para ajudar à construção das personagens) mas um conhecimento mais aprofundado do leitor ajudará a perceber tudo o que se está a desenrolar, pois apesar de nos enquadrar no contexto, Follett vira-se muito mais para a construção das personagens, este sim, o grande trunfo do livro.
Follett não se limita a criar três espiões. O autor constrói, com todo o pormenor necessário a este género literário, os três homens, mostrando-nos os seus passados, essenciais para percebermos a primeira pergunta que se deve fazer sobre uma personagem de espionagem: qual o motivo que o levou a ser espião? Nat, a personagem principal, é bastante credível e ajuda a tornar o livro mais intenso e sombrio nuns momentos, e mais leve e romântico noutros. Pelo meio temos um toque de romance, essencial a prender o leitor e aumentar a sua preocupação, e que está bem conseguido apesar de num momento ter sentido algum forçar, mas que depende como cada leitor abordará o próprio romance.
Não posso deixar de mencionar que o autor afasta-se bastante da
componente política, não dando ao leitor a necessidade de definir quem
está bem e quem está mal. O que vemos nesta obra, é a determinação de
três homens, onde cada um acredita que faz o correto, ou o necessário
para um bem maior, e assim não temos a tendência de julgar estes três operacionais pelas ordens que outros dão.
É verdade que este enredo apresenta alguns dos clichés que tornaram a espionagem famosa na literatura/cinema, mas são quase insignificantes para o desenrolar da história, nunca sendo momentos decisivos. A narrativa não tem um ritmo muito elevado, pois o autor não deixa que a acção nos afaste do que o personagem está a sentir, tentando manter constante o nosso conhecimento em relação ao espião que estamos a seguir. No entanto, mesmo a narrativa não sendo rápida, o enredo é, pois estamos constantemente a ser agarrados por acontecimentos importantes que nos "obrigam" a continuar a ler e será difícil a um fã do género parar de ler.
Espionagem é um dos meus géneros favoritos e quando mistura ficção e factos históricos, torna-se difícil largar o livro desde que este seja bom. É este o caso. Follett constrói muito bem as suas personagens e faz uma ligação muito suave entre a realidade e a sua imaginação. Acredito que esta não seja a sua melhor obra mas sendo um género que gosto tanto, a leitura foi mesmo muito agradável, e por isso fico com a noção de que mais que um livro para os fãs do autor que se maravilharam com Os Pilares da Terra, esta é uma obra para os fãs de thrillers com forte componente histórica.
Luís Pinto
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Nunca tinha lido espionagem até começares a falar do género e agora gosto bastante. Temos de trocar uns mails sobre que livros ler e entretanto se dizes que este é bom, vou ter de ler :) eheh. Boas leituras!
ResponderEliminarAdoro este autor mas não li este livro. Nem sabia que tinha saído e agora vou ter de dar uma vista de olhos! Obrigada pela sugestão. Adoro adoro!
ResponderEliminarPara comprar. Este é o meu género e tenho gostado das tuas sugestões. Parabéns
ResponderEliminarGrande escritor mas este ainda não li. Gostei mesmo muito dos Pilares e recomendo. Gostava de saber o que tens a dizer sobre essa obra prima.
ResponderEliminarBjs!
Li os Pilares e o Mundo sem fim. Agora fiquei convencida a ler este mas as finanças não vão gostar. Continua com este excelente autor!
ResponderEliminarEstou convencido a comprar este livro. O autor é mega-falado mas nunca li nada dele e acho que vou fazer como tu e comprar este primeiro porque o tema parece mesmo muito interessante e já andei à procura pela net sobre os factos reais.
ResponderEliminarParabéns pelo texto.
Tirando este já li todos os livros do autor e aconselho. Parabéns pela opinião. Qualquer dia vou comprar e depois digo-te o que gostei mais.
ResponderEliminarBoas leituras
Olá Luís.
ResponderEliminarJá li este livro e gostei bastante. Não é o meu género mas o toque que falas de factos históricos deixou-me agarrado ao livro. A tua opinião está excelente e sem revelar nada. Parabéns como sempre. Continua com este autor. Eu ainda não li os Pilares mas li a Ameaça e é muito bom.
Abraço
Ois,
ResponderEliminarApenas li Os Pilares da Terra do escritor e fiquei admirador do escritor sem duvida.
Tenho pena de ainda não ter lido mais livros do escritor, mas o preço dos seus livros são muito caros, seja como for acredito que sejam sempre bons livros, como é o caso.
Abraço