sexta-feira, 21 de junho de 2013

A HORA SECRETA


Autor: Scott Westerfeld

Título original: The secret hour


Sinopse:
Jessica Day chega a Bixby contrariada por deixar Chicago para trás, e as primeiras impressões não são positivas. A pequena cidade é muito quente, a água tem um sabor estranho, e Jessica não demorará a descobrir que este não é o único aspeto peculiar de Bixby.
Logo na primeira noite ela desperta de um sonho esquisito, que lhe revela que é a única pessoa que existe e que o mundo está suspenso no tempo. Rapidamente se aperceberá de que não se trata apenas de um sonho, e nesse momento o seu mundo muda para sempre. Jessica descobre um restrito grupo de jovens, chamado Midnighters, que consegue mover-se livremente numa hora da noite que não existe para mais ninguém: a 25.ª hora. Durante anos, os Midnighters e as criaturas das trevas partilharam esta hora tentando evitar-se mutuamente. Mas tudo isso muda com a entrada em jogo de Jessica e dos seus poderes secretos.

Numa narrativa claramente virada para adolescentes, este primeiro livro da saga Midnighters traz-nos um conceito original (pelo menos para mim). O livro apresenta um ritmo elevado do início ao fim, o que ajuda o leitor a entrar na história, e quando nos apercebemos o livro já está a acabar. Torna-se viciante e as personagens são agradáveis, levando a que seja uma boa leitura para o público juvenil.

No entanto o livro não foge a alguns clichés dos livros de adolescentes. Aliás, o meio onde o enredo se passa quase que obriga o autor a seguir certos caminhos que já vimos noutros livros, mas devido ao elevado ritmo do livro, tais acontecimentos não "matam" a experiência da leitura. As personagens são interessantes e coerentes, sendo o esperado dentro deste género, ajudando a tornar o livro divertido e também a manter a sua identidade mais adolescentes. No entanto, Jessica, a personagem principal, não foi a que me cativou mais, talvez por ser a que menos surpreende, e preferi a forma como o autor desenvolveu algumas personagens secundárias, por exemplo, Rex e Melissa, dando-lhes personalidades que me surpreenderam em alguns aspetos. 

Se olharmos de forma objetiva, muito do segredo de uma boa história mais adolescente passa pela capacidade do livro nos apresentar personagens com os quais o público se liga, quer seja por se identificar com alguma, ou por sonhar ser igual ou alcançar o mesmo feito, e neste fator o autor não falha, e certamente cada leitor mais jovem conseguirá encontrar a sua personagem, e mais facilmente entrar neste mundo que em alguns momentos é tão igual ao nosso, noutros tão diferente. 

O final é o ponto alto do livro. Bem pensado, explica muito do que não se percebia e cria novas perguntas, mas essencialmente, torna o livro melhor e mais coerente. No entanto, muito fica por explicar se adotarmos um espírito crítico. Existe uma sensação de que algo está forçado, principalmente a forma como todo o enredo de ação e perigo se inicia, mas também existe a sensação, devido a alguns diálogos, que o autor tem as respostas, mas só as dará nos próximos livros. E para mim, tal será fundamental.

Olhando para este livro, agora que o acabei, e tendo noção que é o início de uma trilogia, a obra cumpre o seu papel. Apresenta a história, personagens e deixa perguntas no ar. Os intervenientes são cativantes, dão-nos momentos de alegria, encaixam na narrativa rápida e sem grandes paragens para descrições. A premissa tem partes originais e demonstra que tem conteúdo para melhorar quando nos mostrar mais sobre este mundo. Eu fiquei com curiosidade em saber o que acontecerá nos próximos e acredito que a grande maioria dos leitores também fique. No entanto volto a indicar que se trata de um livro mais virado para o público juvenil, que certamente irá gostar deste início de saga. 

Luís Pinto

7 comentários:

  1. Este é para comprar! Obrigado pela sugestão!

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  2. Gostei da opinião e está dentro dos livros que gosto. Vou dar uma vista de olhos. Boa sugestão.

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  3. Tenho algum interesse em ler esta trilogia, considerando que gostei da Leviathan do Scott Westerfeld. Mas fico sempre com a pulga atrás da orelha em relação à leitura orientada para o público juvenil, porque isso tanto pode estar relacionado com a idade dos intervenientes ou com a velocidade de progresso da história, como com personagens angustiadas, egocêntricas e prontas a apaixonar-se por tudo o que mexe. Neste caso, se posso perguntar, o que o leva a dizer que é orientado para o público juvenil?

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    1. Olá André. Como o Luís só costuma responder à noite, dou-te a minha opinião que também li o livro. Acho que o Luís quando fala que é para um livro juvenil, está a falar do enredo e do facto das personagens serem adolescentes. mas o Luís responde-te muito melhor a esta matéria.

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  4. Parece interessante! Vou dar uma vista de olhos!

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  5. Em primeiro lugar, obrigado a todos pelos comentários.

    Respondendo ao André Nóbrega, o Mota disse o que também é a minha opinião. Quando digo que se trata de um livro virado para o público juvenil, é principalmente porque o enredo é composto por adolescentes e por isso não foge a alguns desenvolvimentos. Por outro lado, apesar de ter alguns dos clichés de adolescentes, não apresenta aquelas personagens forçadas e sempre iguais que se apaixonam e depois choram muito sabe-se lá porquê e no fim são felizes para sempre. Claro que um leitor mais exigente, poderá dizer que o livro não tem a profundidade de enredo ou de descrições necessárias, mas acho que o objetivo do autor foi criar um livro rápido, que seja lido em poucas noites, não dando ao leitor tempo para respirar, assemelhando-se assim ao ambiente do livro e que é vivido pelas personagens.

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    1. Era mesmo isso que queria perceber. Sendo assim, mantenho o meu interesse no livro. Nunca me incomoda ler personagens adolescentes ou crianças, por mais que tenha impacto no enredo, o que me tira mesmo a vontade de ler é o autor não saber criá-las, acabando por inventar gente estúpida para popular as histórias que querem escrever.

      Obrigado a ambos pelas respostas rápidas!

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