sábado, 28 de dezembro de 2013

Passatempo: Admirável Mundo Novo


PASSATEMPO

admirável mundo novo

Tal como anunciei antes do Natal, este ano o Pai Natal chegou atrasado ao blog (principalmente por culpa minha), mas tentaremos compensar da melhor forma tal atraso.
*
Por isso teremos 5 passatempos que serão lançados nos próximos dias. Estejam atentos e boa sorte a todos!
 *
Este é o 2º passatempo deste Natal! 
*
Aproveito para agradecer a todos os que tornaram estes passatempos possíveis.
 *
Para participarem, basta serem fãs do blog ou seguidores e responderem à pergunta: Aldous Huxley foi professor de George Orwell. Quais os dois livros de George Orwell que já analisei no blog? E dos dois, que livros já leram?
 *
Para saberem a resposta, podem visitar estes dois links com as minhas opiniões: aqui e aqui
 *
O passatempo acaba dia  10 de janeiro
 *
Boa sorte a todos e bom 2014!!!

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Passatempo: Os Jogos da Fome - Pack!


PASSATEMPO

Os jogos da fome

Pack - Trilogia

Tal como anunciei antes do Natal, este ano o Pai Natal chegou atrasado ao blog (principalmente por culpa minha), mas tentaremos compensar da melhor forma tal atraso.

Por isso teremos 5 passatempos que serão lançados nos próximos dias. Estejam atentos e boa sorte a todos!

Aproveito para agradecer a todos os que tornaram estes passatempos possíveis. 

Para participarem, basta serem fãs do blog ou seguidores e dizerem qual foi o livro que mais gostaram de ler este ano. Se por acaso o livro tiver sido comentado por mim, agradeço que coloquem o link da minha opinião para facilitar a contagem automática.

O passatempo acaba dia  8 de janeiro

Boa sorte a todos e bom 2014!!!





terça-feira, 24 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL



O BLOG LER Y CRITICAR DESEJA A TODOS UM

FELIZ NATAL

com muitas prendas, saúde e felicidade!

Este ano o Natal chegará mais tarde ao blog, mas estejam atento, porque a partir de dia 26 teremos 5 passatempos seguidos para entrarmos da melhor forma em 2014!

Feliz Natal a todos! 

Luís Pinto

domingo, 22 de dezembro de 2013

Passatempo: Insurgente - Vencedor!


PASSATEMPO

Insurgente

Vencedor!

Já temos o nome do vencedor que irá receber em casa um exemplar de Insurgente, 2º livro de uma das trilogias mais faladas dos últimos tempos.

A todos os que participaram, muito obrigado! Mais passatempos virão nos próximos dias!

E o vencedor é:

Ana Margarida Matos Campos

Parabéns à vencedora!

Fiquem atentos, mais passatempos em breve!

segunda-feira, 16 de dezembro de 2013

O VOLUNTÁRIO DE AUSCHWITZ


Autor: Witold Pilecki

Título original: The Auschwitz volunteer: Beyond Bravery


Sinopse: Witold Pilecki, capitão do Exército do Estado clandestino polaco, fez algo que mais ninguém teve a coragem de repetir: voluntariar-se para ser preso em Auschwitz, o mais violento e mortífero campo de concentração nazi, e, dessa forma, relatar os horrores ali praticados pelo Terceiro Reich.
A missão, realizada entre 1940 e 1943, tinha dois objetivos: informar os Aliados sobre as práticas nazis nos seus campos de concentração, dos quais se conheciam, então, apenas algumas informações esparsas, mas muito preocupantes; e organizar os prisioneiros em grupos de resistência contra as forças alemãs, na tentativa de controlar o campo.
Sobrevivendo a muito custo a quase três anos de fome, doença e brutalidade, Pilecki foi bem-sucedido na sua missão, conseguindo evadir-se do campo de concentração em abril de 1943.
O Voluntário de Auschwitz é o relatório mais extenso do capitão Witold Pilecki, completado em 1945, no exílio. Escondido pela ditadura comunista na Polónia durante mais de 40 anos, este documento único na história e na literatura sobre Auschwitz, a Segunda Guerra Mundial e o Holocausto é agora publicado pela primeira vez em português.


Este é um dos temas mais sensíveis da nossa História. O que aconteceu em Auschwitz é algo que nunca deveremos esquecer. Tendo visitado este campo em 2010, ainda hoje as imagens perduram na minha memória, e quando li este livro, foram vários os momentos em que quase consegui visualizar o que realmente aconteceu, tal é a força e o detalhe da escrita do autor. Mas, na verdade, nenhum de nós, por mais livros que leia ou filmes que veja, poderá sentir o que realmente aconteceu dentro daqueles muros. E é por isso que nunca o devemos esquecer.

Este relato, objetivo e revoltado, sentimental e desprovido de esperança, é um livro que todos devíamos ler. É um constante alertar sobre aquilo que o ser humano pode fazer, tanto de bom, como de mau. Talvez até esteja aqui uma definição do que é ser humano, e que queremos esquecer. Este é mais do que um livro, é um relato histórico invejável que devemos seguir até ao fim, e mesmo assim não conseguimos perceber o sacrifício que está espalhado por estas palavras. Talvez estas palavras tenham algo mais... talvez tenham amor, pois não acredito que um homem, casado, pai, faça tal missão se não for por amor ao seu povo e à sua nação.

No fundo, este é o relato de uma vida única, dos anos que uma guerra tirou a uma humanidade, das marcas que estas memórias nos deixam. Como é possível o ser humano ser capaz de tal coisa?

"“No bloco 3, eu estava na camarata 1, que tinha como supervisor Drozd (...). Foi da janela do primeiro piso deste bloco que, um dia, presenciei uma cena que ficou gravada na minha memória. (...) Chovia e estava um dia tristonho. (...) Três homens das SS, parados junto à vala e impedidos de sair dali com medo de Palizsch ou do comandante, que andava nesse dia a meter o nariz no campo, tinham inventado um jogo. Combinavam qualquer coisa e cada um depositava uma nota em cima de um tijolo. Então, enterraram a cabeça de um dos prisioneiros na areia, com a parte de cima do corpo dentro do buraco e, de olho no relógio, foram contando os minutos em que as pernas continuariam a mexer. Uma nova modalidade de lotaria, pensei. É claro que aquele que desse a previsão mais aproximada sobre o tempo que alguém enterrado aguentava enquanto continuava a agitar as pernas até morrer arrebatava o prémio” 

Ler este livro é uma poderosa e inesquecível mistura de sabores. Este é um livro impregnado de esperança e de ódio, de crueldade e do mais altruísta amor. Este é um livro onde na mesma página vemos o homem que decide matar apenas porque não o olharam devidamente, e o outro homem que se sacrifica para que o seu amigo sobreviva.

"Das novas remessas, eram gaseadas diariamente mais de um milhar de pessoas. Recorria-se a guindastes para içar os corpos das valas. As máquinas cravavam as garras de metal nos cadáveres em decomposição. Em alguns sítios, esguichavam pequenos repuxos de pus fétido. As partes dos corpos arrancados às pilhas de cadavéres pelos guindastes e desenterradas à mão eram levadas para grandes montes, onde se acumulavam alternadamente lenha e restos de seres humanos. Estes montes eram então ateados e, por vezes, não se poupava na gasolina. Depois, ardiam dia e noite ao longe de dois meses e meio, espalhando em redor de Auschwitz o cheiro pestilento da combustão de carne e ossos humanos. As equipas de trabalho destacadas para esta tarefa compunham-se exclusivamente de judeus e viviam apenas mais duas semanas. Depois disso, eram gaseados e os seus corpos quimados por outros judeus recém-chegados, reúnidos em novas euipas, ignorando que apenas lhes restavam duas semanas de vida..."   

Esta foi uma das leituras mais marcantes dos últimos tempos. O facto de estarmos a ler algo verídico torna estas palavras quase esmagadoras para o leitor e é difícil não afirmar que este livro é essencial, não só num contexto histórico, mas também a todos os que queiram ler sobre o tema. Uma leitura fascinante e que felizmente foi recuperada. Uma história de um verdadeiro herói, um daqueles homens que deveria ter sido admirado e aplaudido enquanto vivo, e nunca esquecido, para percebermos tudo aquilo que uma simples pessoa pode fazer por todos nós.

Luís Pinto

domingo, 15 de dezembro de 2013

LIBRA


Autor: Don DeLillo

Título original: Libra


Sinopse: Neste exercício de ficção em torno do assassínio de John F. Kennedy, DeLillo conta a odisseia de Lee Harvey Oswald, desde a sua adolescência conturbada até se tornar um adulto instável que imagina ser um agente da História. Combinando com mestria facto e ficção, Libra é a investigação grave, assombrosa e brilhante de um acontecimento que se tornou parte indelével da História da América e do mundo.

Este foi um tema que sempre me interessou. A morte de JFK não é só um dos acontecimentos mais marcantes dos últimos 100 anos, é também um dos mais controversos, cheio de teorias e de muito por explicar. Aqui, DeLillo tenta explorar a vida e a personalidade de Lee Harvey Oswald, o homem acusado de matar JFK e que foi morto antes de ir a julgamento.

Em primeiro lugar devo salientar a forma exímia como DeLillo junta eventos históricos a este enredo de ficção. Tudo parece pensado ao pormenor, dando resultado a um enredo bem montado, onde vemos que a estrutura usada nos leva, sem esforços, às conclusões que o autor nos quer demonstrar, mas também às questões que nunca ninguém respondeu. No entanto este não é um livro sobre uma teoria da conspiração, não, este é um livro sobre Oswald e o possível porquê que o levou a premir o gatinho aquelas duas vezes que ficaram para a história.

O autor tenta explorar tudo desde a infância do assassino, criando, mesmo que indiretamente, uma crítica social à educação que uma sociedade pode dar a uma criança e como certos acontecimentos a poderão moldar. Talvez nenhum de nós nasça realmente bom ou mau, mas sejamos antes moldados desde o primeiro minuto... e com isto conhecemos um Oswald que tem tanto de ficção como de factos, e o interessante é que o autor nunca puxa de forma óbvia para gostarmos ou adiarmos este homem que em três segundos alterou a história da humanidade. O impacto que um simples acto pode ter... Mas porque terá Oswald feito o que fez?

A verdadeira resposta, provavelmente nunca a teremos, mas o que o autor consegue neste livro é de louvar. Libra é um dos melhores livros que já li sobre o tema, principalmente porque é neutro em muitos aspetos mas, ao mesmo tempo, acutilante, profundo e explorador de várias personagens. Este é, na minha opinião, um livro sobre algumas pessoas e a forma como os seus atos contribuíram para chegar ao final já conhecido. O autor explora, tenta descobrir e dar explicações, sempre olhando para o lado humano, para o que levou à decisão, para o que ficou por fazer e para o que ficou por dizer. Tudo isto num ritmo elevado onde várias vezes a nossa atenção é captada ao máximo com momentos de grande intensidade.

Com uma escrita que apresenta sempre força e vigor, DeLillo surpreendeu-me pela forma como abordou este marcante acontecimento, e esta abordagem torna-o único, principalmente porque a qualidade da sua escrita está presente a cada página. No geral, este não é uma obra prima, mas é um grande livro para quem gostar deste tema. A qualidade da descrição daquele momento em Dallas seria suficiente para recomendar a sua leitura. Recomendo-o a quem quiser explorar este tema e ler algumas personagens de grande qualidade. Muito bom.

Luís Pinto 

sábado, 14 de dezembro de 2013

Passatempo: Divergente - vencedor!

PASSATEMPO

Divergente

Vencedor!

Mais um passatempo que chegou ao fim, e com um grande número de participações. Infelizmente apenas podemos oferecer um livro, mas agradecemos a todos os que participaram, e espero que tenham melhor sorte para a próxima!

Aproveitem ainda para participar no passatempo do livro seguinte desta saga, Insurgente!


O Natal aproxima-se e para a semana teremos vários passatempos!  

Estejam atentos!

 E o vencedor é:

Carla Lopes Gonçalves

Parabéns ao vencedor!

E não se esqueçam, para a semana teremos vários passatempos!

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

A LENDA DO VENTO


Autor: Stephen King

Título original: The wind through the Keyhole


Após ter lido o 1º livro desta saga, O Pistoleiro (opinião aqui), seria impossível não regressar a este universo. Este livro, situa-se cronologicamente entre o 4º e o 5º livro da saga, mas apenas para contar uma lenda muito anterior ao 1º livro da saga. Com isto não existe a necessidade de ler os primeiros 4 livros da saga para se perceber este enredo, sendo quase uma leitura independente que não necessita de outros livros.

No entanto, tal como seria de esperar, existe algum desconforto, primeiro porque algumas personagens não são apresentadas, depois porque a complexidade deste mundo também não tem grande explicação, sendo que tudo isto está nos outros livros da saga. Tirando este fator, é notório que estamos perante algo mesmo muito bom, e isso sente-se logo nas primeiras páginas. Aqui, o que King faz é oferecer uma história dentro de uma história, dentro de uma história. Roland, situado cronologicamente entre o 4º e 5º livro, conta uma história passada antes do início da saga, e dentro dessa história, será contada outra história anterior.

A partir desta base somos brindados por um excelente conjunto de personagens, distintas, coerentes e onde algumas evoluções nos irão surpreender. Roland, personagem fascinante que já me deixara de boca aberta no 1º livro da saga, aqui volta a demonstrar uma personalidade marcante e que contrasta com a do rapaz do passado na história que vai contando. Outro aspeto importante, e um dos mais impressionantes, é todo o mundo que King cria e que aqui desenvolve em algumas vertentes. Sente-se que certos aspetos deste mundo já nos deviam ser familiares para uma melhor compreensão, mas, novamente, não existe uma necessidade de conhecimento anterior.

A mistura que King molda neste mundo torna todo este ambiente único, quase apetecível de ler, sempre cheio de suspense, de dúvidas e oferecendo vontade para continuarmos a ler. Aliás, este é um livro que me agarrou facilmente, em primeiro lugar graças à complexidade das várias histórias misturadas, e também pela escrita de King. Começando pelas histórias, a forma como a narrativa salta entre espaços temporais está simplesmente sublime. Tudo parece estar no sítio certo e encaixar de forma perfeita a levar-nos a ler um pouco mais, e no fim muito fará sentido.

O outro grande fator é a escrita de King. Já li vários livros do autor e em cada um me surpreende a forma como o autor escreve. É forte, cru, objetivo e dissimulado ao mesmo tempo, capaz de nos marcar com uma descrição forte, para de seguida nos deixar a pensar com um toque de suspense onde percebemos que muito fica por dizer. É uma qualidade rara, difícil de se superar, e que me leva a ler mais livros do autor.

Sendo um livro que está, ao mesmo tempo, a meio da saga e fora dela, tento não revelar nada do enredo, mas devo mencionar o ritmo nos momentos de ação: simplesmente frenético, e olhando globalmente, "A lenda do vento" torna-se num livro imprescindível para quem queira saber mais sobre Roland e este sublime universo criado por um dos grandes autores do nosso tempo. Destaque final para os diálogos, sempre em grande nível e onde fica a sensação que nenhuma palavra está presente apenas por estar. Tudo parece pensado, e, talvez, esteja aí um dos segredos deste grande escritor. 

Ainda falta muito para acabar esta saga, mas a sua qualidade já é palpável. Com dois livros, King convenceu-me a ler todos os restantes. Muito bom!

Luís Pinto 

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

TRAIÇÃO


Autor: Jason Matthews

Título original: Red sparrow



Sinopse: Nate Nash acaba de ser descoberto. O jovem agente está em Moscovo, onde trafica informações com o mais valioso espião da CIA no Kremlin. Os russos não sabem quem os anda a trair. Mas perceberam que Nate é a peça-chave para desmascarar o agente duplo. Os russos jogam então o seu trunfo - Dominika Egorova, estrela do ballet clássico caída em desgraça no Teatro Bolshoi. Extremamente atraente, dotada de uma capacidade excecional para "ler" emoções, é forçada a aceitar uma missão: seduzir Nate Nash. Começa o jogo. Da Grécia a Helsínquia, dos corredores de Washington aos aposentos imperiais de Vladimir Putin a trama complica-se. Nate e Dominika percebem que dependem um do outro para sobreviver.


Sempre gostei bastante de ler espionagem. Apesar de não ser dos géneros que mais comento aqui no blog, a verdade é que leio bastante. No entanto, nenhum livro se aproximou do grande "O espião que saiu do frio", a obra prima da espionagem e pelo qual todos os outros se regem. "Traição" é um livro que, tal como todos os outros, não consegue chegar à qualidade do livro de le Carré, mas fica perto. Este primeiro livro de Jason Matthews não é para quem goste de ação e ritmo elevado. Aqui temos a espionagem crua e dura, as políticas, os favores, os diplomatas, as regras e os preços a pagar. "Traição" é um verdadeiro livro de espionagem e que agradará aos grande fãs do género.

Aqui não se espera ação, mas sim a silenciosa batalha de uma guerra fira que nunca acabou, apenas mudou de palco. Pelo meio lemos um enredo forte, lento, cheio de detalhes que apenas quem viveu estas situações nos poderia dar. O conhecimento do autor é palpável a cada linha e com este livro aprendemos imenso, e com isso, este é mais do que um enredo de ficção, este é um livro que ensina e nos deve fazer pensar.

Mais do que nas personagens, esta história assenta na forma de atuar dos serviços de informação e o enredo desenvolve-se com uma facilidade enorme, e com ele o romance e o crescimento das personagens. As personagens estão bem construídas, com especial destaque para Dominika e Gable (o grande personagem deste livro), que apesar de secundário, oferece uma qualidade ao livro que não é fácil de se esquecer.

Por outro lado está o ritmo, baixo, sereno, que nos ajuda a perceber toda a teia de interesses e ações que estão em movimento, e é aqui que está a diferença: o livro, tal como na própria espionagem, demonstra que tudo é importante. Cada detalhe pode fazer a diferença, e este livro não é exceção. Claro que no fim, o que interessa é a história e este enredo é mesmo muito bom. Haverá, certamente, quem não aprecie este livro quando o acabar, mas em grande parte, será mais por culpa do próprio leitor que deseje um enredo mais vibrante e com a ação que costumamos ver no cinema. Isso, aqui, não existe. Aqui as armas são outras...

"Traição" é mesmo muito bom. É, provavelmente, o melhor livro do ano no seu género, mas também é um dos melhores livros de sempre de espionagem. O que o torna tão bom? Tudo, desde a primeira à última linha, onde o final se aplaude após uns segundos de incredulidade. Não sei se haverá um próximo, mas eu vou estar à espera! Mesmo muito bom!

Luís Pinto

sábado, 7 de dezembro de 2013

Passatempo: Insurgente


PASSATEMPO

Insurgente


Após termos lançado o passatempo do 1º livro desta saga (podem participar aqui), lançamos agora a oportunidade de ganharem o 2º livro!

Para se habilitarem a ganhar, basta preencherem o formulário e serem fãs ou seguidores do blog.


Boa sorte a todos!

O passatempo termina às 23:59h do dia 19 de dezembro

E não se esqueçam de participar no passatempo do 1º livro, aqui! 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Passatempo: O Silêncio dos Inocentes - Livro e Blu-ray - vencedor!




PASSATEMPO

O Silêncio dos Inocentes

Pack Livro e Blu-ray

Vencedor!

Acabou mais um passatempo e do qual tivemos imensas participações. A todos os que participaram, obrigado por tornarem este passatempo um sucesso!

Desejo melhor sorte para a próxima a todos os que não venceram!

E o vencedor que irá receber este pack é:

Rogério Tomás Felgueiras

Parabéns ao vencedor!

Mais passatempos em breve!


quinta-feira, 28 de novembro de 2013

CARRIE


Autor: Stephen King

Título original: Carrie


Sinopse: Não é que fosse diferente das outras. Um pouco estranha, sim. E antipática. Talvez por isso, na objecto da chacota e do riso de toda a turma. Ou talvez a sua antipatia fosse antes o resultado de se ver sempre constituída em alvo da troça de todas…
Mas, quanto ao resto não. Carrie era uma moça normal. Como todas as outras. E mais como todas as outras seria se não fosse aquela incrível mulher que era sua mãe.
Mas isso não explica tudo. Sobretudo, não explica que naquela noite, a noite do baile, uma cidade inteira tenha sido arrasada por Carrie, sem que ela precisasse de mexer sequer um dedo.


Stephen King tem uma capacidade única de transmitir emoções nos seus livros. Talvez pela sua escrita forte e explícita, talvez pela complexidade da mesma, talvez por explorar a mente humana como poucos sem que nada disso seja o tema principal dos seus enredos. Com este livro, King leva-nos a odiar algumas personagens, a querer vingança, a sentir a necessidade de fazer algo, e transmitir tudo isto apenas com palavras, é fantástico. King é um escritor que não agrada a todos, talvez pelo seu género, talvez pela sua escrita, mas eu estou a tornar-me num grande fã e este é mais um bom livro para quem gostar do género.

Este não é o melhor livro que li de King, mas a sua qualidade é inegável dentro do género. O primeiro grande trunfo está, novamente, nas personagens que o autor cria. Fortes, credíveis, profundas, criadoras de diálogos marcantes e que definem, não só uma personalidade, mas todo um enredo. Carrie é a personagem mais marcante, mas, na minha opinião, a que consegue demonstrar uma qualidade invejável é a sua mãe, sendo ela o catalisador de muitas das emoções que este livro consegue transmitir.Desafio-vos a ler este livro e a não terem um sentimento especial em relação a esta mulher.

O cinismo e fanatismo são levados ao extremo com a narrativa de King a mostrar como o preconceito pode levar à cegueira ou à loucura. Mas não só. King explora, e bem, a mente juvenil, mostrando e moldando conceitos como beleza, popularidade, vingança, humilhação e amizade. Tudo isto num enredo que tem tanto de previsível como de surpreendente. Foram vários os momentos em que acreditei perceber até onde a história me iria levar sobre um determinado assunto, e depois King surpreende com um ou outro detalhe que não esperava.

Com um enredo forte e emotivo, este é um livro que nos faz sentir mais do que um livro normal nos consegue transmitir. Este livro agarra-nos e pede-nos para nos revoltarmos com ele. Não é uma obra prima, nem o melhor trabalho do escritor, mas é bom, muito bom, principalmente pelo seu final, do qual se podem tirar algumas conclusões e que vos deixará a pensar durante algum tempo. 

Se gostam de suspense, terror, e de sentirem o que a personagem principal está a sentir, este é um livro que devem ter em conta.

Luís Pinto

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

CRIME DE LUXO


Autor: Ngaio Marsh

Título original: Death in a white tie



Sinopse: As jovens debutantes suspiram, ansiosas. As mães casamenteiras planeiam minuciosamente cada lanche, baile e jantar. Em Londres, uma nova temporada está prestes a começar. Mas por detrás de tão enérgica atividade, a alta sociedade está a ser vítima de um crime tão abjeto quanto silencioso. Alguém está a chantagear as mais notáveis famílias da cidade... e essa pessoa também planeia cuidadosamente todos os seus passos. O inspetor-chefe Roderick Alleyn, ele próprio um aristocrata, move-se suficientemente bem naquele meio para perceber que algo de estranho se passa. Encontrou, até, o aliado perfeito. O seu amigo Lorde Robert Gospell aceitou misturar prazer e dever num dos bailes mais aguardados do ano.
E para mal dos seus pecados, o bom lorde descobriu o culpado.



Este é, cronologicamente, o 7º livro com o inspetor Roderick Alleyn, fazendo parte de um total de 32 livros lançados pela autora. Sem qualquer necessidade de ler pela ordem cronológica, cada livro é independente, e por isso a editora decide lançar o que é, indiscutivelmente, o seu mais famoso livro. 

Claro que quem ler este livro e souber que existem livros anteriores, irá notar que nos falta algum conhecimento quer na construção das personagens, quer no desenvolvimento de algumas relações. No entanto, fiquei com a sensação que apenas senti esta falta porque sabia que existiam livros anteriores, e se olhar de forma global e objetiva, já encontrei muitos outros livros, inícios de saga, onde também sentimos que existe muito no passado que não sabemos, e nesses casos não existem livros.

Um dos trunfos deste livro é o ambiente que a autora cria numa sociedade luxuosa. A intriga, inveja e segredos sombrios estão por toda a parte, levando a imensas chantagens que ajudam ao mistério, levando-nos a desconfiar de vários suspeitos. A isto alia-se um conjunto de personagens de grande qualidade, bem definidas, que por vezes surpreendem mas que também demonstram os estereótipos da época e sociedade.

Pelo meio temos a personagem principal, Roderick, que para além de uma relação interessante com Agatha e de excelentes diálogos com o seu colega de investigação, consegue ser um homem com o qual nos ligamos facilmente. Senti uma ligação quase imediata com a sua personalidade e acredito que o mesmo aconteça com a maioria dos leitores. Em termos de enredo, o livro começa forte e não o consegui largar, empurrando-me a continuar com novos desenvolvimentos e diálogos onde se sente que fica algo por descobrir. Como em qualquer bom policial, este livro centra-se na busca de provas até à descoberta do culpado, levando o leitor, na maioria dos casos, a alternar entre suspeitos até ao momento final em que tudo é revelado. 

Não ter adivinhado o culpado é, para mim, um fator muito positivo e a surpresa foi ainda maior ao ver a inteligência de todo o enredo. Foram vários os diálogos que recordei após o fim da leitura e que ganharam novos significado, demonstrando que a resposta esteve sempre ao nosso alcance, mas que dificilmente a conseguiria prever. Outro ponto a salientar é a narrativa de todo o livro. A autora usa uma escrita bonita, cheia de qualidade e classe, que encaixa de forma perfeita no estilo aristocrático em que o enredo se passa, e que ganha ainda maior fulgor na personalidade do nosso personagem principal.

No global, este é mais um livro muito bom para esta nova coleção da editora ASA, que em três livros oferece três excelentes policiais, sendo difícil dizer qual é o melhor, no entanto eu acredito que este seja o melhor até agora. Aos fãs do género, recomendo os três. A qualidade está presente a cada página e o enredo é muito bom, com personagens que devemos aplaudir.

Luís Pinto

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Passatempo: Divergente


PASSATEMPO

Divergente


Tendo sido um enorme sucesso de vendas e com o filme cada vez mais perto, aproveitamos para vos oferecer um exemplar do 1º livro da saga que tem sido um enorme sucesso em todo o mundo

Para se habilitarem a ganhar, basta preencherem o formulário, responderem à pergunta e serem fãs ou seguidores do blog.


O passatempo termina dia 9 de dezembro às 23:59h

A todos, boa sorte!

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O TANGO DA VELHA GUARDA


Autor: Arturo Pérez-Reverte

Título original: El tango de la guardia vieja



Sinopse: 1928. No salão deserto e silencioso de um transatlântico que navega pela noite dentro, um casal dança um tango ainda por escrever… Ela é Mecha Inzunza, uma mulher enigmática e melancólica. Ele é Max Costa, um elegante fura-vidas. Rumam a Buenos Aires, onde Armando de Troeye, marido de Mecha e músico afamado, enfrenta um extravagante desafio. Ao abrigo das ruelas lúgubres e ilícitas da cidade, nasce entre Mecha e Max uma história de amor arrebatadora que será precocemente interrompida. Voltarão a encontrar-se apenas duas vezes ao longo das suas vidas.
Em 1937, numa intriga de espionagem na Riviera Francesa, um dos destinos preferidos da alta sociedade europeia. E em Sorrento, 1966, durante uma inquietante partida de xadrez. Aqui, o tempo é já de nostalgia. O jogo dos amantes está perto do fim. A sua paixão acompanhou o esplendor e a decadência da Europa do século XX e transcendeu o tempo e a distância. Sempre presente e sempre impossível.


Tal como a sinopse refere, o enredo passa-se em três momentos distintos: 1928 num cruzeiro, em 1937 durante a guerra civil de Espanha e em 1966, onde a Guerra Fria envolve as personagens principais. O enredo tem ainda como personagens principais Armando, Mecha e Max. Com estes ingredientes, o autor constrói um romance marcante, com muito para ensinar ao leitor e que está ao nível das grandes obras deste autor. 

Numa mistura explosiva entre "tango" e espionagem, o autor dá-nos excelentes personagens, principalmente Mecha, que demonstra uma profundidade e uma personalidade que marcam todo o enredo e que influenciam a própria leitura. Existem ainda outras personagens de grande qualidade, e nota-se que o autor as constrói com calma, dando pequenos detalhes nos mais insignificantes diálogos ou gestos, ajudando à construção de uma imagem vincada por parte do leitor. A isto junta-se o ambiente, que aqui salta por três momentos e o autor altera certos aspetos como uma facilidade tal que imediatamente nos sentimos também a saltar entre épocas, e nunca me senti desligado da história.

Nesse aspeto, é importante referir que Reverte demonstra conhecimentos históricos que ajudam bastante a nossa leitura, ensinando sempre algo ao leitor para uma melhor noção de "onde estamos", mas toda a narrativa é focada no amor. Aliás, o autor descreve sempre, com simplicidade, as diferenças, as evoluções de mentalidade, de cultura, de segurança ou até do próprio ambiente entre pessoas, ao explorar como suas vidas se alteraram durante o salto temporal na narrativa... mas nunca sem ter como tema principal o amor e as marcas que o passado deixa dentro de nós.

Com várias revelações, traições e diálogos fortes num ritmo elevado de narrativa, a forma como Reverte escreve é cheia de vida, de intensidade, quer a explorar pessoas, sentimentos ou locais. E tal capacidade nota-se e agarra o leitor até a um final que deve ser aplaudido e que me surpreendeu em vários aspetos, principalmente porque o autor, novamente, tal com fez noutras obras suas, deixa uma mensagem moral, uma lição que cada leitor deverá interpretar à sua maneira e com ela perceber muito do que se passou neste livro, pois é importante percebermos as decisões de algumas personagens... o que sentiram.

Este é um livro sobre a força do amor. É interessante pensar sobre como um sentimento no nosso cérebro pode durar tantos anos até renascer, cheio de força no mais inesperado momento. Afinal qual é o limite para esse sentimento? Será um limite imposto por nós? Pela sociedade? Pelo nosso instinto de sobrevivência?

Arturo Pérez-Reverte faz parte daquele lote de autores que não faz maus livros. Existe sempre um toque de qualidade e uma noção de detalhe que se notam, quer no enredo, quer nas personagens, e que acabam por oferecer finais marcantes com uma lição moral. Este livro não foge à regra. Não será o melhor livro do autor, mas fará as delícias de todos os seus fãs. Quem gostar do autor ou do género, tem aqui um excelente livro!

Luís Pinto

domingo, 24 de novembro de 2013

Passatempo: O Pistoleiro - vencedor!


PASSATEMPO

O Pistoleiro
de Stephen King

Saga A Torre Negra - Livro 1

Chegou ao fim este passatempo onde oferecemos um exemplar do 1º livro da famosa saga de Stephen King.


A todos os que participaram, os meus agradecimentos, e espero que tenham mais sorte para a próxima!

E o vencedor é: 

Rui Cardoso Pinho

Parabéns ao vencedor!

O homem de negro fugiu pelo deserto e o pistoleiro foi no seu encalço.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Passatempo: O Silêncio dos Inocentes - livro e blu-ray


PASSATEMPO

O Silêncio dos Inocentes

Livro e Blu-ray

Hoje temos um novo pack para oferecer:

Desta vez o livro e a versão Blu-ray da grande obra: O Silêncio dos Inocentes.



Para se habilitarem a ganhar basta preencher o formulário e serem fãs ou seguidores do blog.

O passatempo termina às 23:59h do dia 1 de dezembro

A todos desejo boa sorte!











quarta-feira, 20 de novembro de 2013

Passatempo: O Jogo Final - vencedor!

PASSATEMPO

O Jogo Final
de Orson Scott Card

Chegou ao fim mais um passatempo em parceria com a Editorial Presença e desta vez oferecemos um exemplar de um dos grandes livros do seu género.


Obrigado a todos os que participaram, e aos que não ganharam, desejo-vos boa sorte para a próxima! Continuem a participar e espero que um dia tenham sorte!

E o vencedor é:

Catarina Ribeiro

Parabéns à vencedora!

Se ainda não leram o livro, aconselho-o sem reservas!

 Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui
Para mais informações sobre o livro O Jogo Final, clique aqui.

O JOGO FINAL


Autor: Orson Scott Card

Título original: Ender's Game


Para quem não conheça este livro, o que em Portugal é normal para este caso (agora não tanto graças ao filme), deixo aqui uma pequena introdução histórica: Orson Scott Card lança este primeiro livro da saga Ender em 1985 e de imediato consegue o que muito poucos conseguiram: vencer com o mesmo livro o Hugo e o Nebula Award, os dois conceituados prémios da literatura fantástica. No ano seguinte o autor lançaria o segundo livro da saga e repetiria o feito, tornando-se no único autor em toda a História a vencer estes dois prémios em anos seguidos, feito no mínimo notável.
Mas voltando a Ender's Game, a popularidade dentro dos fãs do género é enorme, e tal nota-se quando vemos, por exemplo, votações de sites da internet: o site Sci-Fi Lists coloca-o em primeiro lugar no top dos melhores livros de FC; e a mega votação do site NPR coloca-o em terceiro no top dos melhores livros de fantástico, deixando para trás clássicos como 1984 ou a saga do momento de George R. R. Martin, Game of Thrones. Procuramos pela internet e este livro aparece sempre nos tops. Juntamos a isto o facto de ser um dos livros com melhor classificação do GoodReads e vemos que estamos perante a saga mais premiada da Ficção-Científica e uma das mais adoradas. Motivos suficientes para a ler.
Mas este livro é muito mais do que FC.

Scott Card tem uma escrita simples, rápida, e que tem como objectivo ajudar-nos a perceber com relativa facilidade a mente prodigiosa da sua personagem principal. Ender, um rapaz genial, tem a capacidade de criar incríveis tácticas em batalhas, e até aqui tudo normal em relação a outros livros, mas Scott Card "mostra-nos" mesmo essas movimentações, essas manobras geniais, não se limitando a escrever "Ender chegou e ganhou". Juntamos a isso o facto de o autor nos dar muitas vezes no início de capítulos, acontecimentos com outras personagens, principalmente aquelas conversas entre os verdadeiros manipuladores da história, aqueles que a fazem avançar, oferecendo a esta obra uma intriga sempre presente e um carácter quase estratégico às suas páginas, pois aos poucos vemos outras movimentações que não as de Ender.
Sendo um livro para qualquer idade, a verdade é que será mais fascinante para um adolescente, pela acção e amizade entre as personagens, mas por outro lado terá uma maior qualidade para um adulto pelas questões que levanta. Os treinos das crianças tornam-se por vezes angustiantes, por serem levadas ao limite, tocando a extrema violência nos seus actos, sem que o autor as descreva com pormenor, dando a oportunidade a uma criança de ler este livro e não ficar impressionada, mas também oferecendo a qualquer adulto uma imagem negra, que nos faz questionar os actos destas crianças, o seu estado psicológico e o que os levou a tal situação.

Precisamos de conhecer e compreender um inimigo para o conseguir derrotar? O tempo em que somos crianças será realmente a idade da inocência, mas também é a criança o ser que muda mais rapidamente de estado, amando e odiando a mesma coisa em poucos minutos de intervalo. Será então uma criança o comandante perfeito? Quente e frio, fácil de manipular mas com o qual se consegue criar uma verdadeira paixão? Aos poucos o livro mostra-nos a manipulação, a inveja do ser humano, a ética moral que nos prende e a violenta loucura que nos solta... mas será a sobrevivência da espécie desculpa para qualquer acto? A verdade é que existe sempre algo que consegue destruir a mais forte das determinações, quer seja por termos perdido alguém que amamos e só desejamos desistir, ou porque simplesmente deixámos de ser felizes. Roubaram-nos isso.
Este livro é sobre as motivações das crianças. A capacidade de superação seguida da tentação de simplesmente encolher os ombros e desistir, porque afinal a vida não é justa e a criança que "cresce" mais depressa, também o aprende primeiro. Esta personagem principal é fantástica e realista, porque ser um génio não retira à pessoa nada de humano. Que criança, por mais genial que seja, não se sentiu pelo menos uma vez incompreendida ou inferior? Que criança não desejou pelo menos uma vez ser especial sem perceber que certamente já o é?

Orson Scott Card é fantástico. Se não o fosse não teria ganho todos os prémios que ganhou, não teria feito um Universo tão fácil de se perceber, não teria criado aquela que é para mim, muito provavelmente, a mais incrível raça alienígena que já li... se Card não fosse tão bom, não teria inventado, muito antes de J. K. Rowling, uma escola com equipas, jogos e pontos, e que realmente funciona apesar de não tão detalhado como em Harry Potter.
Um livro com alguns anos e ainda tão actual, basta lermos e percebermos como algumas pessoas neste livro manipulam outras em "redes sociais", e perguntamo-nos se estaremos a caminhar na mesma direcção...
O final, bem, é simplesmente incrível. Alguns poderão não gostar, mas para mim é excelente, pois percebemos que todo o livro nos levou nesta direcção. As questões morais que levanta são muitas e não as irei explorar, para não revelar nada, mas existe sempre algo a pagar pelo que fazemos, pois existe sempre orgulho ou remorso. 
Um livro que me deu um verdadeiro prazer, como poucos. A questão é: se és fã de literatura fantástica, ou se simplesmente és uma pessoa que adora ler, como é possível ainda não teres lido este livro?

Luís Pinto

Para mais informações consulte o site da Editorial Presença aqui
Para mais informações sobre o livro O Jogo Final, clique aqui

segunda-feira, 18 de novembro de 2013

Passatempo: O Livro Negro - vencedor!

PASSATEMPO

O Livro Negro
de Hilary Mantel


Chegou ao fim mais um passatempo, com centenas de participações e devo agradecer a todos os que participaram. Infelizmente só podemos oferecer um livro mas temos mais dois passatempos ativos, por isso participem!

Ao vencedor, os nossos parabéns!

E o vencedor é:

Joana Alves Carminho

Parabéns à vencedora!

A todos os que não ganharam, desejo-vos boa sorte para a próxima e participem nos nossos passatempos ativos!

MISERY


Autor: Stephen King

Sinopse: Paul Sheldon é um famoso escritor de romances cor-de-rosa, tornado célebre pela personagem principal das suas obras, Misery Chastain. Porém, Sheldon entendeu que estava na hora de virar a página e decidiu «matar» Misery.
É então que sofre um terrível acidente de viação e é socorrido por Annie Wilkes, uma ex-enfermeira que o leva para sua casa para o tratar. O que Paul não sabe é que Annie, a sua salvadora, é também a sua maior fã, a mais fanática e obcecada de todas — e está furiosa com a morte de Misery.
Ferido e incapaz de andar, totalmente à mercê de Annie, Paul é obrigado a escrever um novo livro para «ressuscitar» Misery, como uma Xerazade dos tempos modernos nas mãos de uma psicopata tresloucada que há muito deixou de distinguir a realidade da ficção.
Repleto de complexos jogos psicológicos entre refém e captor, Misery é uma obra de suspense e terror no seu estado mais puro.


Forte, violento, assustador, psicológico. Este livro de Stephen King prende-nos ao seu mundo e faz o nosso coração acelerar. "Misery" pode não ser o melhor livro do autor, mas é muito bom e fica na nossa memória durante algum tempo.

O que torna esta obra tão boa é a forma como o autor escreve: forte, cruel, crua, atento ao detalhe e sempre com um esforço notório para nos agarrar ao livro e nos fazer sentir o que o personagem principal sente. É este jogo psicológico que vamos presenciando que nos deixa sem fôlego e a continuar até à página seguinte. O enredo, bem construído e inteligente, consegue ser sempre coerente e, novamente, a escrita do autor apresenta uma qualidade única com detalhes preciosos e surpresas que não esperamos. 

Mas, para além do ambiente, sempre pesado do livro, um dos grandes trunfos do livro são as personagens, e se com Paul vamos sentindo o seu desespero, com Annie estamos perante uma personagem verdadeiramente memorável, capaz de nos arrepiar com as suas falas, com as suas mudanças de humor. É quase como se ao ler, sentíssemos o seu olhar reprovador, maníaco. Annie é, sem dúvida, uma das melhores personagens que alguma vez li, sem qualquer falha, sendo ela todo o catalisador do ambiente e da qualidade do livro.

Também devo salientar outros aspetos, como por exemplo a forma como vamos vivendo o processo criativo do escritor Paul, e que me surpreendeu bastante. King cria todo um processo, explica-nos e deixa-nos perceber as decisões de Paul sobre o seu novo livro, algo muito raro de se ver numa leitura. É como se King nos estivesse a explicar como escrever um bom livro. Tais momentos fogem um pouco do enredo principal e do ambiente, para se tornarem em momentos onde sentimos a pressão do autor em escrever, em criar algo bom porque a sua vida depende disso. No fundo, trata-se de uma segunda forma de tortura psicológica para o próprio leitor.

Por fim, a violência. Este é um livro violento, gráfica e psicologicamente, que nos tenta colocar na cama de Paul, inválidos, impotentes, perante uma mulher que há muito deixou de distinguir realidade e ficção. E talvez, mais do que a violência, seja este o facto mais arrepiante do livro: estamos perante algo raro, mas real. O fanatismo, a incapacidade de separar as coisas e por fim a obsessão, a doença mental que não terá barreiras para os seus objetivos. O nosso cérebro, é, realmente, algo fantástico e que ainda estamos longe de perceber totalmente.

Não querendo desvendar o enredo, este livro vale pela atmosfera, pelas personagens e pela facilidade com que o autor nos mostra até onde pode ir o fanatismo de um lado, e do outro como o pensamento lógico pode ser morto pelo desespero e pela destruição da esperança. Um livro que não é para todos, mas que dentro do seu género é do melhor que já li, ou não estivesse perante Stephen King. Se gostam de leituras fortes, este é um excelente livro.

Luís Pinto

domingo, 17 de novembro de 2013

Passatempos ativos!



Neste momento temos 2 passatempos ativos no blog e por isso aqui ficam os links para que possam participar! 



Não se esqueçam de participar e de pedir aos vossos amigos que participem também!



Boa sorte a todos!
 
 




URTH DO NOVO SOL


Autor: Gene Wolfe

Título original: The Urth of the New Sun



Ler esta saga de Gene Wolfe, que acaba neste livro, é o mesmo que ler o livro Inception (A Origem - análise aqui ao livro), e fazer tal comparação com um filme tão fantástico, já é um grande elogio. 

A saga "O Livro do Novo Sol", composta por 5 livros, é, sem dúvida, uma das melhores sagas que já li, mas é também uma das mais difíceis e confusas, sendo um verdadeiro desafio que sabe bem enfrentar. Existiram, pelo menos 3 momentos, em que após longa reflexão, acreditei já ter percebido tudo o que este mundo era, mas depois, voltavam a aparecer novas dúvidas e quanto mais pensava, mais construía, e mais questões se levantavam enquanto respondia a outras.

A genialidade do livro está em não nos dar todas as respostas. Em termos de enredo tudo fica explicado, mas em relação ao mundo que Wolfe nos mostra, muito fica por explicar, tal como na própria vida. Este livro leva-nos, facilmente, a questionar qual a nossa importância num tão vasto universo, qual o sentido da vida que é algo tão frágil, o que existe depois da morte ou até se enquanto seres vivos estaremos destinados a fazer algo marcante no universo.

O ponto fulcral está no facto de o autor nos dar tudo isto com uma escrita genial, capaz de nos esclarecer e confundir ao mesmo tempo, e com esta ginástica mental, que sempre foi feita com a maior vontade, pois a história é realmente boa, profunda, viciante e com significado, vamos continuando, e no meu caso, com grande prazer. A parte que mais me agarrou foi a constante noção de que aos poucos tudo faria sentido e no fim, Gene Wolfe não falhou.

Apesar de no anterior livro (e claramente o melhor da saga) a história parecer ter chegado a um fim, este livro vem dar uma noção sobre o que poderá acontecer no futuro, não deixando apenas a ideia que a história acaba na última página e a partir daí nada acontece. Por outro lado, vi um final onde a minha vontade enquanto leitor pedia mais, pois estamos perante um mundo tão original e fantástico, que é difícil aceitar qualquer fim.

Este 5º e último livro não é o melhor da saga, pois muito dificilmente poderia bater o anterior, mas é também um excelente livro. Um bom ritmo, nem sempre constante, novas personagens e uma nova visão sobre alguns dos temas mais importantes da saga, onde destino, sacrifício e morte continuam a ser os temas onde o autor explora a nossa incompreensão do universo e do que é a própria vida.

Não irei falar sobre a história ou personagens para não revelar nada. O que posso dizer é que esta saga é realmente muito boa, e dentro do seu género é do melhor que já li, e porquê? Por tudo: história, mundo, personagens, escrita, Gene Wolfe eleva todos os parâmetros a um grande nível. Uma saga que deve ser lida por qualquer um que goste de fantástico, e mesmo não sendo o vosso género, aconselho uma vista de olhos, porque este é um daqueles trabalho que saí das próprias barreiras do género, e oferece algo mais.

Luís Pinto

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

SNIPER AMERICANO


Autor: Chris Kyle

Título original: American Sniper


Sinopse: Ele foi o sniper de elite mais letal de sempre. Os rebeldes iraquianos chamavam--lhe «O Demónio». Entre os seus irmãos Navy SEALs, era conhecido como «A Lenda»…
Uma extraordinária autobiografia, escrita na primeira pessoa pelo atirador especial mais letal da História, Chris Kyle, combatente em algumas das batalhas mais importantes das últimas décadas. Nascido e criado no Texas, Chris Kyle aprendeu a atirar na sua infância, enquanto acompanhava o pai em caçadas. Antes de se alistar na Marinha era já um cowboy experiente. Depois do 11 de Setembro foi lançado nas linhas da frente da guerra contra o terrorismo, onde demonstrou as suas capacidades enquanto sniper, com registos excecionais debaixo de fogo cerrado.
Entre 1999 e 2009 obteve o maior número de tiros bem-sucedidos como atirador especial da História militar norte-americana, confirmado oficialmente pelo Pentágono: 160. Chris Kyle morreu em fevereiro de 2013, em circunstâncias trágicas, assassinado por um antigo marine num campo de tiro no Texas. Nesta autobiografia, publicada originalmente alguns meses antes da sua morte, Chris Kyle descreve, com grande detalhe, a formação e treino dos SEALs, as batalhas em que esteve envolvido e as estratégias e armamento utilizados, bem como a dor provocada pela guerra — por ter sido atingido duas vezes, com gravidade, e por ter presenciado as mortes trágicas de dois amigos próximos.


Este é um relato duro do que é a guerra, do que se perde com ela, do que se ganha e do que se sacrifica. Sendo uma autobiografia, nota-se facilmente que não foi um escritor quem colocou as palavras no papel, mas sim, na grande maioria do texto, o próprio atirador. Se por um lado notamos que a escrita não é a melhor, a verdade é que as suas palavras estão repletas de emoção. O seu relato, sem reservas, sem "panos quentes", é um aglomerado de acontecimentos cheios de adrenalina e dor, misturados com o orgulho de acreditar estar a fazer algo necessário e com valor.

O ritmo do livro é muito bom, balanceando entre os momentos de grande adrenalina e aqueles momentos em que perdemos alguém querido e o mundo parece parar à nossa volta. Outro aspeto interessante, talvez o mais interessante para quem gostar deste género, é o detalhe com que Kyle descreve quase tudo o que fez, desde a estratégia militar de uma certa missão, até às horas de preparação e o momento em que tudo se executa. Com tais detalhes, e sempre com emoção na sua escrita, a leitura torna-se intensa em quase todo o livro, e que ganha ainda mais relevo por ser um relato inédito sobre algumas formas de procedimento do exército americano.

No entanto, para mim, a melhor parte do livro é o conteúdo mais humano, quando o autor nos tenta demonstrar o que tem de sacrificar, o que deixa para trás, em casa. As consequências no casamento, no relacionamento com os filhos e amigos, tudo é exposto pelo autor para percebermos que se trata de uma profissão que marca e que rouba algo, como em muitas outras profissões.

Nunca é fácil falar de uma autobiografia sem relevar qualquer coisa, e eu, para não o fazer, deixarei a crítica ao enredo para vocês, no entanto não posso deixar de dizer que todo o livro tem uma intensidade e uma emoção palpável, e que agradará a quem queira perceber um pouco mais as dificuldades e decisões que um atirador tem de passar, e que não tem qualquer problema em, por vezes, revelar algo que possa ser mais inconveniente para o exército americano. Um livro marcante em alguns momentos e com uma visão muito particular sobre a guerra, o que a cria, quem são os vencedores, os derrotados e os culpados. Recomendado a quem goste do género.

Luís Pinto

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

AS GARRAS DA ÁGUIA


Autor: Simon Scarrow

Título original: When the Eagle hunts




Este 3º livro da Saga da Águia é o mais rápido de se ler, o mais viciante, mas será, provavelmente, o mais fraco da saga até agora, pois acredito que sera o que vai abrir um novo caminho para os próximos livros.

 O porquê está no caminho que a saga inicia neste livro e onde fica a ideia que no fim retorna ao caminho anterior, como se este livro fosse um desvio que levasse a um aprofundar das personagens. Olhando para o enredo como um todo, este livro avança muito pouco enquanto história (num olhar à trama principal até agora) mas avança bastante em relação às personagens, tanto nas várias que apresenta como nas que já conhecemos. Cato e Macro crescem bastante enquanto personagens mas também a ligação entre ambos é fortalecida, quer seja em momentos cómicos, de desabafo ou até de sofrimento.

Neste desvio que antes mencionei, o que perde é a intriga política, e sendo este, talvez, o melhor que a saga nos dá, nota-se que falta alguma coisa nestas páginas. Todavia, o elevado ritmo leva-nos a continuar a ler sem parar, pois ficamos perante acontecimentos consecutivos dentro de uma única missão, e queremos sempre continuar para percebermos como tudo acabará. 

Onde Scarrow continua muito bom é nas descrições, principalmente das batalhas. Scarrow consegue transmitir emoção e violência visual enquanto nos dá detalhes interessantes e que nunca me saturaram. Em termos visuais este é o livro mais forte e esta componente alia-se bem ao facto de este ser o livro onde a narrativa nos empurra mais para um dos lados da batalha durante as primeiras páginas. A nossa visão, enquanto leitores, é romana e a propaganda é dada vezes e vezes como se Roma fosse a luz num mundo de escuridão. O que Scarrow faz muito bem é, com diálogos, balançar as visões, tentando dar o lado do inimigo de Roma, que está a defender a sua terra. 

Esse será um dos aspetos mais interessantes, tentarmos ver o livro pela perspectiva que não nos é dada: tentar olhar para a invasão romana pelo olhar de quem vê as suas terras a serem conquistadas por estranhos.

No fim, a narrativa principal do livro parece voltar ao caminho anterior da saga e, com alguns acontecimentos muito interessantes, vai certamente abrir portas para os próximos livros, que têm tudo para ser muito interessantes. Devo ainda salientar a inclusão de várias personagens neste livro. Scarrow demonstra que quer "abrir o leque" ao aprofundar algumas personagens que em teoria sempre estiveram presentes no enredo dos livros anteriores mas nunca foram mencionadas. Há uma sensação que Scarrow está a aprofundar certas ligações, certas amizades e noções de vida militar para as usar melhor nos próximos livros, o que me deixa muito curioso sobre algumas situações.

Sendo um livro que é notoriamente uma transição para uma nova realidade, graças ao que acontece nas últimas páginas, não me irei alongar muito e vou continuar com a saga. Scarrow mantém o seu estilo, só retirou a intriga política durante algum tempo, dando espaço para outras questões importantes. Para mim, como disse no início, é globalmente o livro mais fraco, o que não quer dizer que seja mau. Quem gostou dos dois anteriores, continuará a gostar deste, mas provavelmente terá a mesma sensação que eu: este livro existe para criar a base do que está para vir. Venham os próximos, pois trata-se de uma saga muito viciante e com momentos de grande qualidade dentro do seu género.

Luís Pinto