Autor: Maurice Druon
Sinopse: Apenas alguns meses depois da morte de Filipe, o Belo, os conflitos, as intrigas, os ódios e a luta pelo poder ameaçam submergir a França numa instabilidade devastadora. O legado de três décadas de eficácia administrativa, económica e política escapou-se como água por entre as mãos de Luís X, que permitiu que a confrontação entre ministros burgueses e nobres conservadores se saldasse pela perda do domínio das províncias. Estava-se no verão de 1315. De acordo com o cognome por que é conhecido na corte, Luís, o Teimoso, começou a regência com a obsessão de se livrar da mulher, Margarida de Borgonha, e de sentar a seu lado uma nova rainha. Com Margarida assassinada e a bela princesa Clemência, da casa de Anjou-Sicília a caminho, vinda de Nápoles, para se tornar rainha de França, Luís X parece preparado para assumir a responsabilidade pelo seu reinado.
No entanto, num alarde de grandeza, próprio de quem tem o poder, mas não a capacidade de o conservar, o rei envolve-se numa guerra absurda contra o conde da Flandres, enquanto o seu povo morre de fome. No Mediterrâneo, as tormentas mergulham os pensamentos da futura rainha Clemência nos mais negros presságios. O veneno volta a correr nas veias de França, e nada parece poder evitar que venha a ameaçar a Coroa. Descubra a saga de Os Reis Malditos que inspirou os livros de George R. R. Martin, autor de A Guerra dos Tronos.
Quando li o primeiro livro desta saga, intitulado de "O Rei de ferro e a Rainha estrangulada", considerei-o como um dos melhores romances históricos que tinha lido nos últimos anos. Com a editora Marcador a lançar o próximo livro, decidi lê-lo assim que possível. As expectativas eram altas, mas a qualidade do livro confirmou-se.
Tal como no livro anterior, a escrita do autor é direta e dura em alguns momentos, mas, essencialmente, é uma escrita capaz de nos ensinar muito sobre a vida da sociedade francesa daquela época. Tal como aconteceu com o livro anterior, a cada página senti que aprendi algo, e este aspeto agrada-me bastante num romance histórico tão sustentado por uma base histórica real. Com isto o enredo tornou-se bastante coerente e nunca me senti deslocado, sendo fácil compreender o estado do que está a acontecer, neste caso, o estado da sociedade francesa e todo o jogo político e de poderes que moldam este enredo.
As personagens estão muito boas, bastante coerentes, e com objetivos que nos ajudam a compreender muitas decisões. E com isto é fácil entrarmos neste mundo e ficarmos viciados nestas páginas. O enredo é inteligente, com diálogos poderosos, muitas surpresas pelo meio e momentos em que o autor arriscou com sabedoria. Pelo meio, nota-se um profundo conhecimento de Druon sobre a História francesa e o quanto esta moldou, não só o futuro do país, mas também o futuro de outros países europeus.
Gostei muito deste livro. Do início ao fim foi uma leitura forte, educativa e inteligente. Um livro que nos ensina, que nos mostra de forma clara um tempo já passado, e que nos surpreende com personagens fantásticas. Com um último livro na saga ainda por ler, não quero entrar em mais detalhes, mas o que posso dizer é que este livro não é apenas um dos melhores romances históricos que li nos últimos anos... é também um dos melhores livros que li este ano. Claramente no top de 2016.
Luís Pinto
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