Autor: Michael Marshall Smith
Título original: Hannah Green and Her Unfeasibly Mundane Existence
Sinopse: Imagine, caro leitor, a oficina de um relojoeiro. Imagine ainda que esta história se passa num mundo banal e que o relojoeiro é, também ele, um homem normal… com um talento extraordinário. Até ao dia em que alguém entra na oficina com o mais invulgar dos pedidos: uma máquina para converter a maldade do mundo em energia. Quem (pergunta-se o leitor) quererá esta bizarra extravagância? Ora, ninguém mais do que o próprio Diabo… Que, como se sabe, tem formas muito persuasivas de obter o que deseja. Passaram-se séculos, e o Diabo e a sua máquina estão a ter problemas. É então que, acidentalmente (embora se suspeite de uma certa influência maligna), a pequena e ingénua Hannah Green é arrastada para uma tenebrosa aventura maquinada pelo Diabo.
Houve qualquer coisa que me chamou a atenção neste livro. Talvez, a capa, talvez o nome. Confesso que não conheço o autor, mas ao ler a sinopse, fiquei com vontade de ler o livro.
A escrita do autor é bastante interessante, criando momentos de suspense que prendem o leitor logo no início. A verdade é que não foram precisas muitas páginas para ficar agarrado a esta singular história que tem muito de infantil e muito de adulto. Com um ritmo interessante e uma escrita leve, o autor leva-nos por um estranho mundo que vamos conhecendo aos poucos e são várias as perguntas que se formam de imediato. O autor, e bem, conseguirá responder a algumas apesar de este livro ser sempre um conjunto de mistérios.
No entanto, o segredo do livro está nas suas singulares personagens, algumas algo óbvias numa primeira fase, mas que depois surpreendem, principalmente por criarem um conjunto de personagem realmente único nas suas interações. Com isto, apesar da personagem principal estar bem criada, são as secundárias que tornam o livro diferente e sempre apelativo.
O facto de o autor deixar algumas perguntas sem resposta não mancha um livro que consegue passar uma mensagem forte e que toca, mesmo que indiretamente, em temas morais e filosóficos que nunca são forçados e se enquadram bem no enredo, mas também na própria vida do leitor. Destino, sonhos, morte, tempo. O autor explora e mistura temas de forma original, tornando a experiência literária mais densa mas também mais aliciante.
Globalmente este livro não é uma obra prima, mas a sua originalidade torna-o numa leitura facilmente recomendável. Gostei bastante destas páginas que me ofereceram uma leitura viciante e que me levou a questionar e a pensar. Se a sinopse vos deixou curiosos então é um livro a ter na prateleira e, sem dúvida, que será uma experiência única.
Luís Pinto
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