sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

A VOZ


Autor: Juliet Marillier

Título original: The Caller




Sinopse: A surpreendente conclusão da trilogia que começou com Shadowfell, cheia de romance, intriga e magia.
Há um ano, Neryn nada tinha a não ser um Dom Iluminado que mal compreendia e o sonho vago de que a mítica base rebelde de Shadowfell pudesse ser real. Agora, é a arma secreta dos Rebeldes e a sua grande esperança de fazerem vingar essa revolta secreta contra o rei Keldec, que terá lugar no dia do Solstício de Verão.
No entanto, para se preparar para a batalha sangrenta que a espera mais adiante, Neryn terá de procurar primeiro o ensinamento de mais dois Guardiães. Entretanto, Flint, o homem por quem se apaixonou, está no limite das suas forças enquanto espião na corte do rei e acumulam-se as suspeitas da sua traição.
A confiança dissipa-se de dia para dia quando a notícia da existência de uma outra Voz chega aos ouvidos dos Rebeldes: uma Voz leal a Keldec, que possui todo o poder de Neryn e nenhuma da sua benevolência ou autoridade arduamente conquistada. Nas vésperas da insurreição, Neryn terá de descobrir uma forma de reconhecer - e explorar - a fragilidade do seu adversário.
Em jogo, está a liberdade do povo de Alban, a possibilidade de os Boa Gente saírem dos esconderijos e a oportunidade de Flint e Neryn se unirem finalmente.


Terceiro e último livro da saga Shadowfell é, de longe, o melhor livro dos três. Aos poucos tenho começado a ler livros desta autora e tenho gostado bastante da sua forma de explorar mundos e personagens. Aqui a autora aprofunda as personagens que criou nos dois livros anteriores e nota-se uma enorme maturidade na sua escrita em dar certos detalhes nos momentos certos, tornando as personagens muito mais coerentes e preparando os leitores para os momentos finais da saga.

Para mim o final é mesmo muito importante, e a autora não falhou. Em alguns momentos até pode ficar a ideia que a autora irá levar-nos por um final demasiado leve ou irrealista, mas tal não acontece quando chegam os momentos em que a autora tem mesmo de tomar as decisões importantes. Isso nota-se, principalmente, nas ligações que as personagens vão criando entre si. Marillier leva-nos por um enredo que se torna emocional quando menos se espera se não estivermos atentos à forma como a autora nos liga a essas mesmas personagens.

O outro grande trunfo deste livro é o seu mundo, com detalhes fantásticos e uma coerência que se mantém mesmo até ao fim. Marillier tem uma capacidade impressionante para criar mundos nos quais facilmente o leitor entra e sente-se em casa. É apetecível andar por aqueles cenários, perceber o seu passado, os seus detalhes, a sua beleza. A forma como a autora junta magia a esse mundo é também muito interessante, pois percebe-se a coerência em que mundo e magia se adaptaram um ao outro, como se fosse algo que realmente existe e que se foi adaptando.

Em relação à história, o ritmo é agradável. Existe um ou outro momento que parece mais forçado, pois a autora também não consegue explicar tudo, mas no geral é uma história muito coerente, que nos dá respostas e que surpreende em alguns momentos, oferecendo um final muito satisfatório. Outro aspeto interessante é a cadência com que a autora explora os tema mais maduro e emocionais. Tanto temos páginas em que a autora quase parece fugir desses temas para se focar na ação, como a seguir para para explorar esses conceitos e com eles aprofundar o seu mundo e as suas personagens, levando os leitores a criarem questões. Esta montanha russa no avançar da ação foi algo que apreciei no livro e que acho que a autora conseguiu muito bem.

Globalmente este é, sem dúvidas para mim, o melhor livro da trilogia. Dá respostas, é coerente, emocional e fecha o enredo com inteligência. Mais um bom livro desta muito famosa autora, e com todo o mérito.

Luís Pinto

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