Autor: Caroline Graham
Título original: Death of a hollow man
Sinopse: Todos os atores adoram um bom drama e os membros da Causton Amateur
Dramatic Society não fogem à regra. Românticas cenas de amor, momentos
de ciúme e desespero, reconciliações operáticas, egos em fúria… as
emoções estão ao rubro nesta produção amadora da peça Amadeus. Todavia,
até as mentes mais criativas têm de admitir que assassinar o
protagonista em palco é um pouco excessivo. Felizmente, o inspetor Tom
Barnaby está na plateia e assume o controlo da situação. Da ex-mulher
ressabiada a inesperados amantes secretos e atores invejosos, não lhe
faltam suspeitos. O que parece faltar-lhe, sim, é objetividade. O bom
inspetor conhece perfeitamente todos os envolvidos, são seus vizinhos e
amigos, e por isso mesmo, conseguirá ver quem eles realmente são?
Este é o 2º livro que leio da série do inspector Barnaby, e após um primeiro livro que gostei bastante, as expectativas eram altas. Com uma narrativa calma e atenção ao detalhe, Graham apresenta o mesmo estilo que no livro anterior, com diálogos inteligentes enquanto nos oferece pistas que por vezes não conseguimos decifrar.
O que mais gosto nos livros desta autora é o facto de ela olhar para as personagens como a base da trama. É com as suas ações, os seus olhares e os seus comentários durante o enredo, que nós, leitores, vamos tentar perceber o mistério, e provavelmente seremos enganados. Neste livro, que começa com um ritmo forte, para depois baixar durante a investigação, o que apreciei mais foi, tal como no livro anterior, a forma como a autora explora a vida nestas antigas aldeias onde todos se conhecem, tudo se fala, tudo se sabe. Um ninho constante de mexericos onde muitos querem saber tudo, quer seja para comentarem, ou porque invejam a vida do vizinho.
E assim a investigação começa, existindo sempre a sensação que uns não estão a dizer a verdade porque não a podem dizer, outros inventam para mostrar que sabem mais do que realmente sabem, outros são tão honestos que parecem falsos... e pelo meio está o culpado, e não será fácil perceber quem é. E é nesta vida de aldeia que se sustenta o suspense do livro. Iremos ver um Barnaby que parece confuso, mas na realidade nunca sabemos se está... ou se já percebeu o que a nós nos escapou.
Outro aspeto interessante são as histórias secundárias. A autora não se limitou a criar um policial onde a investigação ocupasse a totalidade do enredo. Pelo meio teremos pequenas histórias de algumas personagens e que ajudam a tornar este mundo mais sólido, mas principalmente a criar pontos de ligação e a levar-nos a conhecer algumas personagens, obrigando-nos a fazermos a nossa própria investigação, e é esse o grande prazer de lermos um policial.
O que temos aqui é um policial dentro do estilo inglês que Agatha C. nos habituou. Com um ritmo mais calmo, sem grande ação, o mistério é a base do livro e foi-me muito difícil parar de ler. Gostei bastante da forma como a autora criou algumas ligações, interesses e invejas, e também da forma como toda a comunidade reage ao homicídio que é o centro do enredo. O final é inteligente e sólido se depois olharmos para toda a investigação desde o início, e devemos dar o mérito à escritora pela forma como nos engana.
Estando ao nível do primeiro da série Barnaby, se gostam deste género de policial, mais clássico e lento, este livro é uma boa opção e deve ser lido!
Luís Pinto
Uma análise muito interessante e simples. Sou capaz de comprar.
ResponderEliminarAbraço
Boa análise!
ResponderEliminarParabéns pela crítica muito interessante e objectiva. Gostei bastante e sou fã deste género por isso vou certamente comprar.
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