Autor: Audrey Niffenegger
Título original: The Time Traveler's Wife
Tentando resumir ao máximo a base do livro, temos um homem que viaja pelo Tempo sem ter controlo sobre essas viagens, e durante essas viagens encontra aquela que será a sua mulher. Iremos ler sobre um homem que conhece a sua "futura" mulher quando ela é uma criança, e ao mesmo tempo vemos o ponto de vista dessa criança, que durante a sua infância recebe visitas do viajante até o encontrar enquanto adulta.
A primeira grande qualidade deste livro está na escrita da autora, que consegue ser tanto emocional nuns momentos, como fria noutros. Objetiva e inteligente, a autora consegue manipular vários conceitos, desde os mais normais, como amor e sacrifício, com outros mais difíceis de estruturar, como viagens no Tempo. A forma como o enredo está montado, bem assente na narrativa que antes mencionei, pode parecer confusa nas primeiras páginas, mas rapidamente começamos a perceber qual é a base teórica que a autora usa para as suas viagens no Tempo, e aos poucos torna-se fácil ler este livro.
Este é um livro intenso em certos momentos, sentimental do início ao fim. A base é o Tempo e o quanto é inevitável vê-lo a passar. Este é um livro que nos mostra que o Tempo não para, não anda para trás, e por muito que façamos, um dia acabará para nós. O pouco tempo que temos, e que nunca sabemos "quanto" é, é o nosso maior tesouro... e o que fazemos com ele, a nossa maior decisão.
O que me marcou nesta leitura foi a forma como a escritora toca o mais inevitável dos temas, que é a morte. A forma que usa é a ligação entre morte e Tempo, porque sem a morte, o tempo teria um significado totalmente diferente para nós. Se fossemos imortais não contaríamos o tempo. É talvez por isso que tudo é mais belo, mais forte, mais desejado. Porque um dia acaba.
As personagens são bem construídas e o enredo tem um toque de originalidade, mas o que nos agarra é querer saber como tudo acaba, qual a razão para tal capacidade e como podem duas pessoas viver em tal situação: o homem que desaparece sem querer, e a mulher que o espera, levando à inevitável situação em que algum momento especial se irá perder, pois esta é uma história sobre um homem que a qualquer instante pode perder um Natal, um aniversário, ou qualquer outro momento especial. E essa é a grande mensagem deste livro: nós nunca saberemos o que vamos perder. Resta apenas acreditar que estamos a fazer o melhor possível com o Tempo que temos. Pelo meio existem alguns momentos em que parece que a escritora se perde um pouco, focando-se em temas que acabam por não oferecer muito à história e também é notório que em algumas situações sentimos que existe um estereotipar que podia ter sido evitável, mas todos esses defeitos se esquecem no fim...
Muitas pessoas poderão não gostar do livro, muitas outras adorarão. Para muitos não terá impacto, mas para mim teve, porque pensei sobre o livro à minha maneira, tirei as minhas conclusões, criei uma mensagem, e cada leitor retirará a sua. Este livro não é uma obra prima nem redefine o género, mas pode redefinir o leitor que o acabar de ler. Se gostam do género, este é um livro a ser lido!
Luís Pinto
Parece-me um livro muito interessante. Gostei da tua abordagem ao focares alguns pontos que me deixaram curioso. Não o irei comprar já mas na próxima feira estará na minha lista.
ResponderEliminarUma análise muito interessante, Luís. Vi o filme há uns tempos e gostei mesmo muito. Já o voltei a ver e nem sabia que havia um livro. Vou ter de o comprar. Boas leituras!
ResponderEliminarAdorei o filme e grande crítica da tua autoria. Parabéns. Também quero ler o livro mas nem sabia que existia. Agora tou cheia de vontade!
ResponderEliminarOlá Luís. Gostei imenso da tua análise. Não conheço o livro nem o filme de que estão a falar, mas parece-me uma leitura muito agradável e se gostaste tanto vou dar uma hipótese. Vou também procurar outros livros da autora porque não a conheço. Bjokas
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