sexta-feira, 30 de agosto de 2013

Passatempo: Paixão Sublime - vencedor!

PASSATEMPO


Paixão Sublime
de Lisa Kleypas


Chegou ao fim mais um passatempo. em primeiro lugar, quero agradecer a todos os que participaram e tornaram este passatempo num grande sucesso!

Para os que não venceram, não desanimem e boa sorte para a próxima!

E o vencedor é:

Rodrigo Mendes Alenquer

Parabéns ao vencedor!

Mais passatempos em breve!

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

2050 MEGAMUDANÇA


Autores: Daniel Franklin & John Andrews

Título original: Megachange - The world in 2050



Adivinhar o futuro não faz parte do enorme leque de capacidades da mente humana, mas o estudo das tendência globais pode dar uma ideia do que estará para vir. Este livro, começa pelo essencial num livro destes: explicando que tudo o que iremos ler é o que os estudos indicam, e como tal, estarão sugeitos a erros, para tal basta uma mudança radical em algum local do nosso mundo. Imaginem se o Facebook não existisse... publicidade, internet, mercado de smartphones, tudo isso estaria diferente a uma escala mundial. Isto é o que ninguém pode prever. Mas existem tendências, e é o que este livro nos oferece.

Qual será a evolução tecnológica da China? E do Japão? Quais serão as tendências políticas da Europa? Que fontes de energia iremos explorar? Qual o caminho da religião? Conseguiremos encontrar cura para todas as doenças? A tecnologia está a ligar-nos ou a separar-nos dos que nos rodeiam?

Em primeiro lugar devo falar da organização deste livro, que está excelente. Divido entre economia, saúde, política, tecnologia, biologia, religião, etc... o livro está muito bem estruturado e existe uma ligação óbvia entre os vários tópicos, permitindo uma leitura fácil a quem estiver interessado no tema. Claro que quem não estiver interessado nestes estudos, não passará a ficar com este livro, pois a narrativa nunca é enfatizada nem sensacionalista, o que, sinceramente, gostei bastante. A leitura é fácil mas a narrativa nunca nos tenta convencer a gostar ou a acreditar. Cada leitor é livre e deve questiona o que o livro propõe, e também questionar/pensar sobre o que está a ler.

Foram muitas as curiosidades que aprendi com este livro. Cheio de gráficos para uma melhor compreensão, e com algumas explicações histórias para percebermos o passado das atuais tendências, esta obra conjunta será interessante de voltar a ser lida perto do ano de 2050. Sendo o 4º livro que leio sobre o tema, este parece-me o mais bem conseguido, pela forma como fundamenta as suas ideias e como simplesmente argumenta sem tentar impressionar o leitor com factos que possam parecer apenas para empolgar a leitura.

Por aqui, parece que a qualidade de vida de todos irá melhorar. A desigualdade irá continuar e iremos ver muitas alterações políticas que já se fazem sentir.  A questão é: estaremos preparados para o futuro? O ser humano tem a rara capacidade de adaptação, mas, o que nos rodeia terá a mesma capacidade de se adaptar a nós?  

Não há muito mais que possa dizer sobre este livro. Fica aqui a minha recomendação a quem estiver curioso, pois o livro parece-me acima da média dentro do género. Bem estruturado e abrangente nos fatores mais importantes da nossa vida enquanto grupo dominante neste planeta, 2050 oferece uma interessante e coerente visão sobre o que poderá acontecer. Para já é certo: a evolução irá proporcionar enormes mudanças. Voltarei a lê-lo daqui a alguns anos. Se ficaram curiosos, é um livro a ser lido.

Luís Pinto 

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A ÁGUIA DO IMPÉRIO


Autor: Simon Scarrow

Título original: Under the Eagle


Sinopse: Afastado de Roma devido a uma conspiração que envolve o próprio Imperador, o jovem Quintus Cato, amante das letras e da vida no palácio, chega à Germânia para se inscrever como recruta na Segunda Legião, a mais temida e afamada dos exércitos de Roma.E se a adaptação aos rigores da vida militar já se revela terrivelmente difícil, o jovem ainda tem de enfrentar o desprezo dos camaradas quando descobrem que, graças aos contactos que tem em Roma, Cato vai receber um posto superior ao deles: o de lugar-tenente de Macro, o mais experiente e destemido de todos os centuriões. Para recuperar o respeito dos camaradas, Cato vai ter de provar a sua coragem contra as sanguinárias tribos germânicas. E se sobreviver, o pior ainda está para vir: a Segunda Legião vai ser enviada para uma terra de barbaridade sem paralelo, a nebulosa e distante Britânia.



Há bastante tempo que queria começar a ler um enredo passado no império romano e Simon Scarrow é um dos autores a ter em conta. Decidi começar pela Saga da Águia, sabendo que ainda terei vários livros pela frente. Visto que se trata do primeiro livro, não me irei adiantar muito, mas fica aqui a opinião ao início de saga.

Este primeiro livro de Scarrow é, no geral, sobre a introdução de Cato na vida militar. Esta rapaz, magricela, sem experiência de guerra e fãs de livros, torna-se facilmente uma personagem da qual gostamos e a cada página vemos um pouco da sua evolução até se tornar num homem. Sobre Cato devo dizer que apreciei o facto do autor não ter apressado este crescimento. Cato aprende, mas não se torna de um momento para o outro num temível militar, e várias vezes senti que foi a sorte ou a influência de outros a salvá-lo. Esta sensação dá credibilidade à história.

Falando de outras personagens, existem algumas que facilmente ficam na memória, mas também é preciso afirmar que algumas são, até agora, demasiado fáceis de se ler. Com isto quero dizer que foram poucas as que me surpreenderam, ou que demonstraram ser algo que afinal não eram. Tal facto retira algum impacto à intriga política por detrás da ação, mas os bons diálogos compensam este facto. A questão é, estará o autor a enganar-me ao mostrar-me tudo às claras?

O grande trunfo deste livro está na escrita do autor e nos detalhes que nos oferece. Scarrow dá-nos momentos cruéis, violentos e cheios de ação, intervalados com situações mais paradas em que os diálogos ganham força e ajudam à intriga. Falando primeiro dos momentos de ação, Scarrow está mesmo muito bem. As batalhas são detalhadas, a tática está sempre presente em cada linha e facilmente imaginamos as movimentações que o autor descreve. Junto a estes detalhes, Scarrow explora os sentimentos dos soldados durante a luta, principalmente de Cato, e assim a ação nunca é monótona, não existindo a sensação de arrasto.

Nos momentos mais parados, Scarrow dá grande importância ao diálogo, sendo a maioria bem construídos e com um toque notório de inteligência. No entanto, Scarrow nunca nos tenta enganar, e por isso não existem grandes surpresas a revelar. O leitor tem sempre todo o conhecimento e terá apenas de ver as movimentações de cada um, ligando os pontos até ao derradeiro movimento final que dá uma maior qualidade ao livro, deixando a porta aberta para a continuação.

Com a sensação que o autor nunca nos tenta ocultar nada, existem dois momentos que parecem algo forçados, mas também fica a noção que não foram bem explicados, e consequentemente, acredito que o autor explique melhor, nos próximos livros, algumas "manobras". No entanto estes momentos não estragaram o que foi uma leitura compulsiva da minha parte. É verdade que não se trata de uma obra prima, mas sim de um livro que introduz os conceitos básicos, as personagens importantes e a trama por detrás, cabendo agora ao autor surpreender nos próximos, pois a base está feita. 

Simon Scarrow conseguiu levar-me até àquela época e sentir a vida militar de um soldado romano. Os seus detalhes demonstram que o autor é um excelente conhecedor do que escreve e fica apenas a faltar saber que surpresas esta saga terá para me dar! Muito viciante.

Luís Pinto

terça-feira, 20 de agosto de 2013

INFERNO E PARAÍSO


Autor: Peter S. Hawkins

Título original: Dante - A Brief History



Sinopse: Durante mais de sete séculos, Dante e a sua obra-prima, A Divina Comédia, ocuparam uma posição especial na cultura ocidental. O poema é simultaneamente uma viagem vívida através do Inferno até alcançar o Paraíso, uma tocante história de amor e um retrato do relacionamento da humanidade com Deus. É tão ricamente imaginativo que uma primeira leitura poderá ser avassaladora. Em resposta, Peter Hawkins escreveu uma introdução inspirada ao poeta, à sua maior obra e à sua influência continuada. O seu conhecimento de Dante e o entusiasmo sentido pela sua visão tornam-no um guia exímio para o leitor interessado.


Seria impossível, para mim, não ler este livro. Sendo um grande admirador deste autor e da sua obra prima A Divina Comédia (podem ler a minha opinião ao livro aqui), foi com grande agrado que li este livro sobre o autor. Esta obra de Hawkins é uma introdução, não para os estudiosos de Dante (tal como o próprio autor assiná-la, e bem), mas sim a todos os que queiram saber um pouco sobre o autor.

Devido a ser um livro de poesia, a verdade é que poucos o leram a obra principal de Dante, mas muitos serão capazes de identificar pequenos detalhes da história, como os vários níveis do Inferno, o Purgatório, os pecados mortais, etc... Neste livro, o autor estrutura os seus capítulos de forma a primeiro explicar o que importante tem A Divina Comédia, e de seguida passamos a um pequeno resumo da história onde Dante procura o seu amor no mundo dos mortos. No meu caso, que já li a obra de Dante duas vezes, o livro poderia não trazer muito nestas páginas mais viradas para a história em si, mas a verdade é que traz. O autor explica facilmente o óbvio, que que está "escondido" entre linhas e também a sua opinião, que se torna numa companhia bastante agradável.

Neste aspeto devo salientar que a forma como o autor fala de Dante e expõe a a sua opinião torna o livro muito fácil de ser lido. Apesar de estarmos perante uma introdução a um tema, e que necessitou de um profundo conhecimento por parte do autor, a leitura nunca foi difícil, e acredito que não será para todos os que tenham a curiosidade de ler este livro. E este é o melhor elogio que posso fazer a este livro: o autor pegou num tema difícil e complexo e conseguiu explicá-lo de forma simples.

Posto isto, fica pouco que ainda possa dizer. O conhecimento do autor é palpável, o livro nunca é monótono e foram muitas as curiosidades que aprendi. Para além disso, devo salientar a forma como o autor tenta na parte final do livro, após nos deixar com uma ideia global sobre a obra de Dante, encontrar certos pontos onde, ainda atualmente, o livro influencia com as suas palavras. Destaque também para a forma simples como o autor liga a vida de Dante com a sua obra, mostrando influências e repercussões no seu tempo, mas principalmente características da sua personalidade.

Nunca tinha lido nada sobre Dante (pessoa/escritor) apesar de ser um grande fã de A Divina Comédia. Este livro foi uma leitura entusiasmante e que defino da seguinte forma: existem três grupos a quem aconselho este livro: os leitores que queiram ler A Divina Comédia, os que gostariam de conhecer a história mas não gostam de poesia, e por fim, aqueles que já leram e gostariam de aprofundar o seu conhecimento sobre a obra, significados e simbologia. Uma agradável surpresa que voltarei a ler. 

Luís Pinto

segunda-feira, 19 de agosto de 2013

UM MUNDO SEM FIM - Volume II


Autor: Ken Follett

Título original: World without end



Neste segundo volume, nota-se que o livro foi escrito como um todo. O ritmo é igual, a escrita também, e fica a noção que devemos ler os dois livros de seguida. 
Com o ler das páginas comecei a perceber o que depois se tornou óbvio: este segundo volume é bastante melhor do que o primeiro. As personagens tornam-se mais maduras, as suas falhas mais acentuadas e a história consegue uma maior ligação com acontecimentos históricos.

Começando pelas personagens, Caris permanece aquela que, na minha opinião, apresenta maior qualidade. Não que seja a minha favorita, mas enquanto um todo, Caris está muito bem criada e explorada, dando ao enredo um toque especial e levantando algumas das questões mais importantes do livro com algumas decisões mais difíceis. Outra personagem que me cativou bastante foi Merthin, que cresce bastante neste livro e ganha o seu espaço, e tal como todas as outras, demonstra o seu realismo com as suas falhas e dúvidas.  

Sobre o enredo é preciso dizer que este livro ganha bastante com o aproximar a alguns momentos históricos e que se tornam importantes para o livro. A peste negra e algumas batalhas famosas aparecem e há uma boa ligação com enredo e personagens, mostrando um bom trabalho de pesquisa e também capacidade para os encaixar no enredo. Junta-se a isso uma boa descrição da época, principalmente nas mentalidades. Religião, costumes, preconceitos sobre a evolução e, claro, a homossexualidade, são temas explorados, e bem, pelo  autor. Neste aspeto devo ainda referir que em certos momentos se nota que o autor torna a sua escrita mais "crua", quase para chocar o leitor com o ato que estamos a presenciar.

A linha que divide o bem e o mal está presente, cada vez mais ténue, muito graças às falhas das personagens principais. E é aqui, pelo menos para mim, que está o segredo deste livro. As personagens apresentam um realismo palpável que ajuda o enredo. No entanto, devo também referir que se nota um abrandar de ritmo no livro quase no fim, dando a ideia que algo se está a arrastar até ao momento da revelação final. Este facto, num livro tão grande, pode desagradar momentaneamente os leitores, mas a verdade é que a grande maioria dos leitores estará tão desejosa de acabar o livro que não se importará.

Não querendo desvendar nada da história, a verdade é que o livro apresenta algumas questões morais nos momentos mais difíceis para as personagens. As questões que levanta dão consistência ao enredo, e percebemos que o autor não se limitou a seguir a história, mas sim a criar um mundo sólido e vasto, com detalhes que lhe dão vida. Enquanto romance histórico, é do melhor que já li, mas acredito que não esteja ao nível da obra prima "Os Pilares da Terra" que ainda não li mas oiço falar tão bem. 

Follett é um excelente escritor e irei ler mais livros seus. Cria personagens com grande qualidade, envolve o enredo num mundo credível e a cada página algo de interessante pode acontecer. A escrita é forte, crua, e por vezes pareceu-me fora do contexto histórico mas nunca me desagradou. A forma como fiquei entusiasmado com um livro que no conjunto tem mil páginas é um dos méritos do autor.

Como disse antes, não é genial, não é uma obra-prima, mas é mesmo muito bom. A forma como o autor explora os sonhos e os jogos de bastidores está fantástica, com o sexo a ter um forte poder na forma como homens e mulheres tentam ganhar poder ou favores. Preparem-se para perder personagens que aprenderam a gostar, e também para muitas surpresas. Aconselhado a todos os que gostarem do género ou que queiram entrar no romance histórico!

Luís Pinto

Para mais informações sobre o livro Um mundo sem fim - volume II, clique aqui.

Para mais informações sobre o autor, consulte o site da Editorial Presença aqui.

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Passatempo: Paixão Sublime


PASSATEMPO

Paixão Sublime
de Lisa Kleypas


Hoje trago-vos a oportunidade de ganhar um exemplar desta obra de Lisa Kleypas.

Para se habilitarem a ganhar basta serem fãs do blog no facebook ou seguidores, preencher o formulário e boa sorte!

O passatempo termina dia 29 de agosto às 23:59h

Boa sorte a todos!

Sinopse
A boca dela roçou a dele, sedosa, macia e quente… e ele sentiu o estonteante toque da sua língua. Acendeu-se-lhe, desde logo, a chama do desejo e deixou-se afogar num prazer imoderado, poderoso, como nunca havia sentido.

Quatro jovens damas da sociedade londrina procuram um bom partido. Chega a vez de Evangeline Jenner, a mais tímida, mas também a mais rica, logo que cobre a sua herança.
Para escapar às garras da família, Evie pede ajuda a Sebastian, Lord St. Vincent, um conhecido libertino, fazendo-lhe uma proposta irrecusável: que se case com ela, trocando riqueza por proteção.
Mas a proposta impõe uma condição: depois da noite de núpcias, os dois não voltarão a encontrar-se na intimidade, pois Evie não quer ser mais um coração partido na longa lista de conquistas de Sebastian.
A Sebastian resta esforçar-se mais para a seduzir… ou entregar finalmente o coração, em nome do verdadeiro amor.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A HERDEIRA ACIDENTAL


Autor: Vikas Swarup

Título original: The accidental apprentice



Sinopse: A jovem Sapna está destroçada. Obrigada a abandonar a universidade para se dedicar a um emprego medíocre como vendedora de eletrodomésticos em Nova Deli, ela é agora a única responsável pelo sustento da mãe doente e da fútil irmã mais nova. Mesmo para um coração otimista como o seu, é cada vez mais difícil acreditar num futuro melhor… até que um dia, quando o seu desespero é absoluto, algo insólito acontece: um milionário excêntrico quer fazer dela sua herdeira. Sapna pode vir a receber mais dinheiro do que alguma vez sonhou e, com ele, mudar a sua vida e a de todos os que ama. Em troca, terá "apenas" de superar os sete testes do "livro da vida". Sete testes sobre os quais o seu estranho benfeitor mantém segredo absoluto.
Assim começa uma viagem rocambolesca que vai testar o seu caráter, a sua coragem e o seu coração. Pelo caminho, conhece pessoas inesquecíveis. De um casal de noivos em fuga a um sex symbol de Bollywood ou a uma insuspeita cleptomaníaca, todos vão, de alguma forma, transformá-la. E quando se depara com o sétimo e último teste - aquele para o qual a vida não a preparara -, Sapna questiona até que ponto será capaz de se sacrificar por um sonho.

Após o enorme sucesso que foi "Quem quer ser bilionário", o autor Vikas Swarup regressa com esta obra que me despertou a atenção pela sua sinopse, principalmente na última frase. E é sobre essa frase que este livro, indiretamente, trata: até que ponto seremos capazes de nos sacrificar por um sonho?

Desde a primeira página que gostei do ritmo que o autor colocou na narrativa. O livro nunca é lento e facilmente consegui um ritmo de leitura acima do que costumo ter neste género de livros. No entanto, aos poucos, fui perdendo o entusiasmo. O autor introduz um pouco de vários estilos e mistura momentos de grande emoção: doce, cruel, triste, cómico... este livro tem de tudo um pouco, e apesar de por vezes parecer que estamos perante um guião de um filme, com cortes entre cenas, a verdade é que o enredo funciona na sua base e encaixa na escrita do autor.

Sem baixar o seu ritmo, o autor faz um bom relato de uma sociedade que ainda está presa às tradições mas que quer evoluir, talvez sonhado demasiado, cegando-se com a possibilidade de que um dia todos serão ricos e estrelas de cinema. Nota-se também algum cuidado do autor ao descrever-nos pequenos detalhes gráficos para sentirmos o lado mais exótico dos locais. O enredo está sempre preso a Sapna, e é esta personagem que torna o livro inspirador. Sapna vai sacrificando algo no caminho até ao seu sonho, com o objetivo de fugir ao que a vida lhe dará se ela nada fizer. Condicionada pelo seu país, pela sua família e mentalidade dos que a rodeiam, Sapna perceberá que há vários níveis de sacrifícios e de algumas coisas não podemos abdicar, principalmente das que não são materiais.

A principal mensagem deste livro está ligada à realidade que é a possibilidade de a nossa vida mudar drasticamente de um momento para o outro... por vezes, no momento mais inesperado, e mudará para melhor ou pior. Claro que, filosófica e moralmente, muitas questões se levantam, mas o autor não as explora totalmente, deixando para o leitor esse trabalho. O autor leva-nos antes para a mistura de sentimentos, entre o sonho e a cruel realidade e é inevitável a comparação entre este livro e o clássico do cinema: "Uma mulher de sonho".

Com um final muito interessante e um bom início de história, Este livro será uma agradável surpresa para muitos leitores, principalmente para o público feminino. No meu caso o livro não me agradou totalmente. Existem vários momentos em que muito me pareceu forçado e cheio de coincidências. Claro que aqui entramos também na forma como o leitor aborda o próprio livro e o que para mim será um forçar de momentos, para outros será a beleza da vida em nos mostrar o caminho, ou o destino, ou o toque divino. Por isso afirmo: o livro tem muita qualidade. Eu não apreciei totalmente o enredo mas tenho a certeza que muitos irão adorar esta história de sacrifício em busca por um sonho.

Luís Pinto 

Novidades: Publicações Europa-América

Hoje trago-vos uma novidade da Publicações Europa-América. Sendo um grande fã deste autor e da sua maior obra, não poderia deixar de anunciá-lo.


Título: A Divina Comédia - O Inferno
Autor: Dante

Colecção: Clássicos
Pvp: 16.91€
Pp.: 152


Leia a obra-prima de Dante e acompanhe
Dan Brown na descida ao Inferno

A mais extraordinária criação daquele que foi o maior poeta italiano de todos os tempos e um dos espíritos mais brilhantes de que a Humanidade se pode orgulhar.

«Pelo seu carácter ardente e reflectido, pela sua imaginação criadora e visionária e pelo seu profundo realismo, pelo equilíbrio entre o sentimento religioso e o sentimento cívico e político, pela sua altivez indomável.
Dante é um dos espíritos mais completos e mais universais de todos os tempos.»

«Foi sobretudo em O Inferno que Dante soube dar livre curso à sua imaginação descritiva.»

Versão em prosa.
Texto integral anotado.

terça-feira, 6 de agosto de 2013

DEPARTAMENTO 19



Autor: Will Hill

Título original: Department 19


Sinopse: Jamie Carpenter tem 16 anos e perdeu o pai há pouco tempo. No mesmo dia em que descobre que a sua mãe foi raptada por um vampiro, é salvo por uma criatura gigante que diz chamar-se Frankenstein e que o leva para o Departamento 19, a agência supersecreta do governo. Conhecida também por Luz Negra, esta agência foi fundada há mais de um século por Van Helsing e outros sobreviventes de Drácula para combater as forças do sobrenatural. Com a ajuda da agência, de Frankenstein e de uma jovem vampira por quem se apaixona, Jamie vai fazer tudo para salvar a sua mãe, mesmo sabendo que terá de enfrentar um exército de vampiros sedentos de violência, sangue e destruição.

Vampiros. O género mais lucrativo dos últimos anos foi alterado para sempre com a saga Twilight, um daqueles livros que divide os leitores entre os que adoraram e os que odiaram e que, em muitos casos, nunca mais conseguiram olhar para vampiros, fossem eles brilhantes ou sangrentos.

O género alterou-se e levou atrás muita da fantasia urbana, e de repente, tivemos um mercado onde o público alvo era o feminino. Mas não aqui. Will Hill traz-nos um livro para adolescentes, moderno e clássico ao mesmo tempo, onde armas, ação e vingança são "o tema do dia", e que, apesar de não ser exclusivo para rapazes, a verdade é que são eles o público alvo.

No início este livro não me estava a convencer... no fim, fiquei desejoso de ler o próximo. Will Hill começa algo previsível, e com alguns clichés, principalmente na construção da sua personagem principal: Jamie. Rapaz imaturo, distante do mundo e do presente, apresenta os seus problemas e revolta devido à morte do seu pai. No entanto, o autor começa a fugir desses clichés construtivos e acaba com uma obra que traz algo de novo a um género que já era difícil de ler e muito previsível.

Com uma escrita simples e ritmo elevado, Hill leva-nos a saltar constantemente entre passado e presente, e se no presente Jamie é o centro, no passado temos o início da sua família e a luta entre Drácula e Van Helsing. É violento, cheio de sangue e com algumas descrições mais fortes, mas a sempre presente tendência para se tratar de um livro para um público adolescente, não deixa a narrativa chegar a níveis mais altos de violência psicológica.

O autor faz uma ligação muito interessante entre o passado e o presente, entre a tecnologia atual e a existete na era de Drácula e, principalmente, consegue encaixar bem o enredo entre estes dois tempos. O facto de termos pela frente personagens lendárias como Drácula, Bran Stoker ou Van Helsing, ajuda a criar entusiasmo, mas é também aqui que o autor tem um dos seus maiores trunfos: a capacidade de interligar histórias, personagens e criar algo que não parece repetitivo nem forçado, e no fim temos um livro que nos dá uma enorme vontade de ler os próximos.

O enredo está bem montado apesar de apresentar alguns momentos mais previsíveis, mas que no geral funciona muito bem, com descrições nos momentos certos e viagens ao passado que deixam sempre a sensação que ainda não sabemos tudo. E com tudo isto, nunca fiquei saturado. Um outro ponto a favor é a imaturidade de Jamie, mas que não agradará a todos os leitores. Na minha opinião, Jamie é uma personagem bem construída, com todas as falhas e valores morais que melhor encaixariam nesta história. No entanto, e uma vez mais, também Jamie puxa o livro para um público mais adolescente que se identificará com a personagem.

Num plano mais adulto é preciso afirmar que é muito agradável não existir uma distinção firme entre humanos bons e vampiros maus. Sempre apreciei histórias onde a linha que divide os bons dos maus fosse difícil de se perceber e aqui existem momentos onde tal acontece, dando uma maior maturidade mas também ajudando a que o leitor continue a ler, procurando uma melhor definição das personagens.

Para terminar, não poderia deixar de salientar que existe neste livro um pequeno diálogo, com pouco mais de cinco ou seis linhas, e que define, muito bem, a qualidade que este autor pode atingir. Esse diálogo levanta várias questões sobre o porquê das nossas ações e se a mesma ação, feita por razões diferentes, terá ou não o mesmo significado. Se nos próximos livros o autor explorar estas questões, o livro ganhará bastante com isso.

Resumindo, este livro será adorado pelo público mais adolescente mas também ganhará vários fãs no público mais adulto e que goste deste género. Como início de saga, não é uma obra prima, mas Hill demonstra que o enredo é sólido, tem muito para dar e vários segredos escondidos. Se a qualidade se mantiver até ao fim da trilogia, Hill terá, tal como a crítica internacional afirmou, oferecido um novo fulgor a este género. Agora é esperar pelos próximos e ver onde Jamie nos irá levar.

Luís Pinto

segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Passatempo: A Guerra dos Tronos - Vencedor!

 PASSATEMPO

Pack "A Guerra dos Tronos"

Pack: Blu-ray 1ª Temporada e 9 marcadores de livros


Finalmente chegou ao fim este excelente passatempo de comemoração do 2º aniversário do blog!

Obrigado a todos os que participaram e se não ganharam, boa sorte para a próxima! O passatempo foi um enorme sucesso, com muitas participações e as mais variadas respostas.

E o vencedor é:
Filipa Marques Correia

Parabéns à vencedora!

Novamente, obrigado a todos e lamento apenas poder existir um vencedor. Mais passatempos em breve!





domingo, 4 de agosto de 2013

Espaço Leitor: Cornos

 
O Espaço Leitor regressa com mais uma opinião. Como sabem, trata-se de um "espaço" onde qualquer leitor pode deixar uma opinião a um livro à sua escolha

Hoje trago-vos uma opinião escrita pelo meu amigo Luís Santos, a quem aproveito para agradecer imenso pelo seu texto.

Aproveito ainda para informar, que qualquer leitor que gostasse de ter uma opinião neste espaço, basta enviar um mail para lerycriticar@gmail.com com a sua opinião a um livro


***




Autor: Joe Hill

Título original: Horns


Este foi um dos livros que mais curiosidade tive em ler nos últimos tempos. Não só a sua sinopse é interessante como o autor, Joe Hill, é filho de um dos melhores autores de Terror e Suspense de sempre... Stephen King. Mas Joe quis fugir ao nome de família e ganhar mérito no mundo da literatura por seu próprio mérito. Para esse efeito, decidiu usar o diminutivo de Joseph e encurtar o seu segundo nome, Hillstrom, criando assim Joe Hill. 

Sendo já o 2º livro editado em Portugal de Joe Hill (sendo o primeiro "A Caixa em Forma de Coração" da editora Civilização), decidi ler "Cornos" este ano pois o filme tem data anunciada para Outubro (com Daniel Radcliffe no papel principal) e quis ver se corresponderia à expectativa que tinha do autor, depois de ler o primeiro volume da sua Graphic Novel "Locke & Key".

E a verdade é que Joe Hill não desaponta. "Cornos" conta-nos a história do jovem Ig, que um ano depois de ser considerado o único suspeito no cruel homicídio da sua namorada, Merrin, e da sua vida ter entrado numa espiral descendente, acorda um dia com cornos na cabeça e um novo talento que o levará a conhecer melhor o que as pessoas à sua volta pensam realmente de si. Uma das questões que este livro me trouxe, durante toda a sua leitura, é exactamente esta capacidade. Até que ponto queremos realmente saber o que todos pensam de nós? Quereremos que nos contem os seus mais íntimos desejos, correndo o risco de sairmos magoados e nos apercebermos que estamos sozinhos no mundo?

Hill não se poupa na linguagem (mas não chegando a um nível como o de Christopher Moore) para nos transmitir as sensações de Ig na sua evolução enquanto pessoa, explorando esta nova capacidade e tentando chegar à verdade sobre o homícidio de Merrin.
O livro começa cerca de 1 ano depois da morte de Merrin, e no dia em que Ig descobre que lhe nasceram uns cornos na cabeça, não sendo revelado muito sobre o que levou a isto, nem sobre a sua vida com Merrin. Estas revelações serão feitas ao longo de todo o livro, com Hill a introduzir o passado das personagens à medida que tal é relevante para o evoluir da narrativa, mas executando-o com tal mestria que ajuda a criar na mente do leitor uma dúvida grande quanto à verdade que Ig tanto procura. Não sendo um livro com grandes reviravoltas mas sim de descobertas, é consistente na forma como a narrativa progride, tendo um dos pontos mais fortes nos diálogos construídos, que contêm um sentido de humor um pouco negro.

Existem vários pontos positivos e que acho importante mencionar para não sentir que esta seria uma crítica incompleta. A ligação que o leitor sente à personagem principal aumenta gradualmente com o livro, e dei por mim a sentir-me como imagino que Ig se sentiria no final do livro. Este final está longe de ser fantástico e considero-o até o ponto menos bom na leitura de "Cornos". Não quero com isto dizer que é um mau final ou que o considero um "final incompleto"...apenas estava à espera de algo diferente, mas sobre o qual não me posso alongar muito sem revelar vários pormenores que fazem parte da experiência de leitura deste livro. As personagens, de forma geral, são bastante sólidas e conseguimos criar empatia com as mesmas, mas, tirando o aspecto da ligação a Ig, que já referi, gostaria de salientar que o "vilão" desta história está extremamente bem construído e, como tudo neste livro, vai-se revelando ao longo da leitura.

Como conclusão, esta foi uma leitura que me agradou bastante e Joe Hill será sem dúvida um autor do qual vou querer ler mais! Apesar de me ter sido difícil distanciar da ideia que Hill é filho de King, pois encontram-se alguns elementos que poderiam muito bem enquadrar num livro de King, Joe Hill provou estar à altura! Não esperem grandes surpresas da narrativa, mas disfrutem da viagem de descobertas que Hill e a sua personagem Ig vão proporcionando. Tenham sempre algo em mente... Isto é um livro de fantasia e, como é lógico e esperado, tem um elemento relevante de fantasia com uma componente um pouco sombria. Mas penso que já terão tirado essa mesma conclusão pelo facto de Ig ter cornos e uma habilidade especial!
E vocês? Já leram "Cornos" ou algo de Joe Hill? Se sim, que acharam?


Uma vez mais, muito obrigado ao Luís Santos por esta interessante opinião que me deixou com muita vontade de ler o livro.

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

CARBONO ALTERADO


Autor: Richard Morgan

Título original: Altered Carbon



Sinopse: No século XXV é difícil morrer para sempre. Os humanos têm um stack cortical implantado nos corpos onde a consciência é armazenada, podendo ser feito um download para um novo corpo se necessário. E enquanto o Vaticano tenta banir essa actividade para os católicos, o secular multimilionário Laurens Bancroft contrata Takeshi Kovacs para descobrir quem assassinou o seu último corpo. A polícia diz que foi suicídio, mas Bancroft sabe que nunca se mataria. A consciência de Kovacs, cujo último corpo acabara de ter uma morte violenta a muitos anos de luz da Terra, é inserida no corpo de um polícia para investigar este estranho caso. E, para o resolver, Kovacs terá, entre outras coisas, de destruir alguns inimigos do passado e lidar com a atracção que sente por Kristin Ortega, a mulher que amava o corpo onde ele agora se encontra. Num mundo onde a tecnologia já oferece o que a religião apenas promete, onde os interrogatórios em realidade virtual significam que se pode ser torturado até à morte e depois recomeçar de novo, e onde existe um mercado negro de corpos, Kovacs acaba de descobrir que a última bala que lhe desfez o peito é apenas o começo dos seus problemas…

Enquanto humanidade temos de nos mentalizar de uma coisa: um dia, o poder tecnológico deitará por terra todos os valores morais, porque um dia, a tecnologia irá oferecer-nos mais do que entretenimento, conforto ou facilidade no trabalho... um dia a tecnologia irá oferecer o que agora a religião promete: uma vida eterna cheia de possibilidades onde os sonhos se concretizam. E contra tal oferta, nenhuma questão moral terá poder.
A sinopse convenceu-me a ler esta obra. Richard Morgan alcançou um sucesso quase imediato com este livro, conquistando um grande grupo de fãs e a possibilidade de ver a sua saga adaptada para o cinema. Em Portugal a ficção-científica não tem grande mercado e por isso, muitas vezes, passamos ao lado de grandes obras. Este é um desses casos.
O ritmo varia bastante entre o muito rápido e o mais lento, onde o autor nos ajuda a perceber o mundo onde o enredo se desenrola, mas também o passado de Kovacs, mas gostei bastante da "mistura" entre descrições e desenvolvimento que o autor conseguiu, nunca me quebrando o entusiasmo. A escrita é simples, forte e objetiva, tendo como pontos fortes as cenas de ação, com destaque ainda para a forma "crua e dura" com a qual o autor explora o mundo empresarial do sexo, mas também os desejos numa era onde tudo é possível graças à realidade virtual. Todavia, devo destacar principalmente a forma simples como o autor nos explica o seu mundo. Este é um dos pontos que mais gostei: por vezes autores apresentam excelentes ideias mas depois não as conseguem explicar com a simplicidade necessária a quem começa a ler a obra. Morgan consegue-o facilmente e aos poucos começamos a perceber como se sustenta este fantástico mundo.

O mundo é o grande trunfo deste livro, de tal forma bom que todo o enredo policial passa para segundo plano quando olhamos para o livro de forma crítica. É com a sua ideia de imortalidade, a partir da tecnologia, que chegamos a um mundo que apesar de não ser totalmente inovador (há sempre algo que é inspirado em algo), a complexidade deste mundo está entre o melhor que já li. É verdade que existe neste livro um toque de Blade Runner (Do Androids dream of electric sheep?) mas, em vez de vermos um enredo que nos leva para questões filosóficas mais viradas para as personagens, aqui o que realmente o leitor deve questionar relaciona-se com a sociedade enquanto um todo.

Questões como "qual é o valor da vida?" fazem a base deste livro. Será um valor moral, divino, monetário? Quando deixaremos de ser um ser vivo, e passamos a ser mercadoria? Será que já o somos? Quando o nosso corpo deixar de ser exclusivamente nosso, poderá ter valor comercial? Este conceito de transferência da consciência já foi explorada por outros autores, e alguns deles com questões muito interessantes, mas a forma como Morgan explora certos temas é única. Seremos nós, no presente, culpados das nossas ações futuras? As várias questões que o livro impõe, sempre indiretamente, não irei aqui explorar para não revelar nada, mas é preciso dizer que encaixam perfeitamente com o livro. O autor cria à sua volta um mundo credível e amplo. Sociedade, religião, polícia, política, mercados financeiros, seguradoras, inteligência artificial, realidade virtual... tudo está presente e bem explorado sem nunca ser confuso. Fiquei realmente espantado.

As personagens são boas, apesar de Kovacs ter todo o protagonismo, pois é a única que realmente chegamos a conhecer em profundidade. O seu humor e a sua forma de pensar dão um toque de qualidade ao livro ao mesmo tempo que o autor nos tenta demonstrar que estamos perante indivíduos que, graças à tecnologia, apresentam uma capacidade sensorial acima da média, e com isso, sentimos que ficamos sempre para trás na investigação... mas no fim tudo encaixa perfeitamente e somos surpreendidos.

Dentro do seu género, Carbono Alterado é um dos melhores livros que já li. É inteligente, viciante e credível. Explora temas difíceis, faz-nos pensar e deixa-nos na escuridão até ao último momento enquanto nos dá uma visão sobre um futuro que tem tanto de glorioso como de aterrador, e talvez, o nosso não seja assim tão diferente em alguns aspetos. O final é fantástico e algumas decisões de Kovacs ficam na nossa memória se pensarmos nas suas ações como um todo, principalmente no fim. Totalmente recomendado a quem goste de FC ou policiais, percebe-se o porquê de tantos prémios e enorme sucesso do livro! Próximos livros de Kovacs a serem lidos assim que possível!

Luís Pinto