Autor: Isaac Asimov
Sinopse: Guiada pelo seu fundador, o psico-historiador Hari Seldon, e tirando partido da sua superioridade científica e tecnológica, a Fundação sobreviveu à ganância e barbaridade dos planetas vizinhos. No entanto, agora tem de enfrentar o Império – que continua a ser a força mais poderosa na Galáxia, apesar de estar à beira do colapso. Quando um general ambicioso, determinado a restaurar a glória do Império, envia a vasta frota imperial em direção à Fundação, a única esperança para o pequeno planeta de eruditos e cientistas reside nas profecias de Hari Seldon.
Mas nem Hari Seldon conseguiu prever o surgimento de uma criatura extraordinária, um mutante com um poder paranormal muito superior a qualquer outro jamais visto… um poder que poderá transformar um humano determinado num escravo.
Em 1966, a série Fundação foi eleita a melhor série de ficção científica de todos os tempos.
Aqui está o segundo livro da famosa saga de Asimov, considerado por muitos como a mais importante e marcante saga de ficção científica de sempre pela forma como revolucionou o género.
Neste segundo livro continuamos a avançar pela História da Fundação, com os personagens a continuarem a seguir as palavras de Seldon e é muito interessante a forma como Asimov explora as tendências das civilizações, os acontecimentos que se dão após outros acontecimentos, a cadeia de eventos. Tal como no primeiro, este livro de ficção científica é um livro muito focado na psicologia e sociologia, focando-se muito mais na História da Fundação enquanto sociedade e muito menos nos feitos de personagens. com isto, continuamos a ter uma visão muito mais abrangente em que as sociedades seguem certos caminhos que Seldon foi antecipando, quer em termos sociais e religiosos, mas também políticos, sem nunca esquecer a parte monetária e a questão essencial da gestão e procura de recursos.
Posto isto, as personagens deste livro são interessantes, mas nunca são a personagem principal. A personagem principal é a Fundação enquanto organismo vivo, enquanto sociedade, e é isso que difere esta saga das restantes. É o foco no todo em vez de apenas em alguns heróis, mesmo tendo em conta que esse todo por vezes apenas é explorado indiretamente, mas sempre com grande peso na narrativa e no seu caminho.
No entanto, para bem da tensão do livro, agora a fundação enfrenta algo que nem Seldon conseguiu prever, tal como indicado na sinopse. E aqui a saga começa um novo caminho, o do desconhecido para as personagens que sempre pareceram saber o que iria acontecer. É uma sensação diferente, em que as personagens terão de reagir a uma sensação de desconforto e impotência que ajuda a explorar outros lados da mente, outros medos, dúvidas e traumas. É, talvez por isso, um livro mais psicológico do que o anterior, e ainda bem, porque é aí que Asimov tem o seu talento nato.
Os elogios que possa fazer a esta série serão apenas mais uns num oceano de elogios e prémios que estes livros já receberam ao longo de todos estes anos. Asimov tem aqui a sua obra prima, uma saga que mudou a forma como se olhava para a ficção científica e, mesmo não tendo uma estrutura narrativa muito normal para o nosso tempo, os seus temas serão sempre atuais, porque exploram a mente humana enquanto individuo e enquanto membro da sociedade. Muito bom.
Luís Pinto
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