Autor: Andrzej Sapkowski
Sinopse: O mundo está coberto pela neblina sufocante e cruel da guerra. Ciri, a criança da profecia, desapareceu. Procurada tanto por amigos como por adversários, assumiu a identidade de um bandido e vive em liberdade pela primeira vez na vida. Mas o cerco à sua volta está a apertar e os assassinos impiedosos de Nilfgaard seguem o seu rasto.
Geralt, o bruxo, não desistiu da sua missão. Apesar das feridas, reuniu um grupo de aliados determinados a resgatar Ciri. Mas os crimes que cometeu tornaram-na famosa, e os mercenários que a procuram são implacáveis. Conseguirá Geralt salvar a jovem? E será a lendária Torre da Andorinha um porto seguro?
Regresso uma vez mais ao universo de The Witcher para fazer companhia a Geralt em mais aventuras. Esta saga, que tem aqui o seu sexto livro lançado em Portugal continua a surpreender-me, principalmente pela filosofia do autor e também do mundo criado, mas vamos por partes sem dar spoilers.
O autor continua no seu estilo complexo em que a história nos é dada aos bocados, cheia de buracos negros que mais tarde serão revelados. Sendo uma narrativa de várias camadas, onde nem sempre o que lemos é realmente o que aconteceu, o autor brinca de forma inteligente com o enredo e também com o leitor. Neste aspeto, este é talvez o melhor livro da saga até agora, sendo o mais complexo e inteligente na forma como nos conta tudo.
A seguir temos a contínua expansão do universo e de algumas personagens, com destaque para Geralt e Ciri, cada vez mais aprofundados e coerentes. Existem também algumas personagens secundárias muito bem criadas que aqui não irei mencionar mas que conseguem tornar o enredo mais abrangente e consistente.
A forma como o livro está montado ajuda a criar algum suspense ao ponto de a cada página estarmos ali a fazer um esforço para tentar perceber o que não foi revelado, e essa sensação é muito boa, pois revela o quanto o livro nos agarra.
No entanto, devido à sua estrutura, esta saga deve ser lida o mais de seguida possível até termos as bases bem na nossa cabeça. O ideal será mesmo tentar ler estes seis primeiros livros sem grande intervalo entre eles, e aí a experiência será muito melhor.
Esta é uma das sagas de fantasia que mais tenho gostado de ler nos últimos tempos, e muito é graças à sua estrutura, à forma como me conta a história, que me faz questionar, não só o que leio, mas também quais os objetivos das personagens, quais os seus sonhos, medos ou traumas. E sempre que acabo um livro desta saga, sinto o mesmo... sinto que foi escrito para me levar a questionar tudo o que leio, mas também muitas coisas que se ligam ao mundo real com uma filosofia diferente e por vezes cativante que este autor consegue injetar em cada livro. A não perder! Venha o próximo!
Luís Pinto
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