Autor: Jon Skovron
Título original: Hope and Red
Sinopse: Num império fraturado espalhado por mares selvagens, dois jovens de culturas diferentes encontram um objetivo em comum. Uma rapariga sem nome é a única sobrevivente quando a sua aldeia é massacrada por biomantes, servos místicos do imperador. Após receber o nome da sua aldeia devastada, Esperança Negra é treinada pelo mestre Vinchen como uma guerreira e instrumento de vingança. Nas ruas da cidade de Nova Laven, um rapaz torna-se órfão e é adotado por uma das criminosas mais afamadas do submundo.
Recebe o nome de Ruivo e é treinado como ladrão e vigarista. Quando um acordo é feito entre criminosos e os biomantes para governar as ruelas de Nova Laden, os mundos de Esperança e Ruivo acabam por chocar e eles são forçados a uma aliança inevitável…
Regresso à fantasia para começar uma nova saga. Este é um livro com pontos positivos e negativos, mas, acima de tudo, é um livro que tem muito sumo para os próximos. Mas vamos lá por partes.
Com uma escrita única, o autor mistura uma narrativa rápida com um dialeto muito próprio de um povo, dando peso e coerência a este universo. Claro que por um lado é fácil sentir que estamos deslocados e que tal criação pouco oferece ao enredo, mas também é verdade que a identidade do livro e do universo criado ganha com tal introdução, mesmo tendo em conta que o ritmo de leitura tem de baixar ligeiramente.
Focado em duas personagens, é fácil antever o progresso da história, mas não é isso que fará o leitor abrandar a leitura. No meu caso, foi uma leitura bastante rápida e viciante, mesmo percebendo para onde me levava. O autor consegue explorar bem o seu mundo e algumas personagens e apenas não consegue manipular o leitor como era pedido em alguns momentos para criar maior suspense. Apesar de alguns momentos mais óbvios, a estrutura na narrativa funciona bem, com capítulos a saltarem entre os dois personagens e a serem desvendados segredos nos momentos certos.
A criação dos personagens está bem conseguida, sendo fácil percebermos o que os afasta ou une, levando o leitor a criar algum tipo de ligação com um deles. No entanto, o autor ainda deverá explicar alguns dos motivos para as decisões que algumas personagens tiveram. A ação rápida empurra o leitor e pode sempre ficar algo por questionar, mas no fim o autor surpreende com algumas ideias que poderão tornar bastante melhor os próximos livros.
Acima de tudo esta é uma fantasia num mundo coerente. Está bem criado e pensado e as personagens encaixam bem. Em alguns momentos é óbvio e a sensação é que não traz muito de novo à fantasia, mas também é verdade que nos momentos finais demonstra que o autor sabe para onde vai e ficam boas ideias no ar. Da minha parte, fiquei com bastante vontade de ler os próximos. Não é uma obra prima nem revoluciona, mas a verdade é que poucos o conseguem fazer. Viciante e rápido, para já parece uma boa saga a ler. Fico à espera de ver como serão os próximos.
Luís Pinto
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