Autor: Mark Lawrence
Título original: Prince of Thorns
Sinopse: Com apenas 9 anos, numa emboscada planeada pelo inimigo para erradicar a descendência real, o príncipe Jorg Ancrath é atirado para dentro de um espinheiro, onde fica preso, com espinhos cravados na sua carne, a ver, impotente, a mãe e o irmão mais novo a serem brutalmente assassinados.
De alma destruída, sedento de sangue e de vingança, Jorg foge da sua vida luxuosa e junta-se a um bando de criminosos e mercenários, a quem passa a chamar de irmãos. Na sua mente há apenas um pensamento, matar o Conde de Renar, o responsável pelas mortes da mãe e do irmão, pelas suas cicatrizes e pela sua alma vazia.
Ao longo de quatro anos, Jorg cresce no seio de batalhas sangrentas, amadurece em guerras impiedosas, torna-se um guerreiro cruel e vai ganhando o respeito dos seus irmãos até que se torna o seu líder. Agora, um reencontro vai levá-lo de volta ao castelo onde cresceu e ao pai que abandonou. O que vai encontrar não é o mesmo sítio idílico de que se lembra, mas o príncipe que agora retorna também não é mais a inocente criança de outrora, é o Príncipe dos Espinhos.
Fazendo uma pausa em livro mais factuais, decidi regressar à fantasia para começar a ler esta saga que tem dividido os leitores. Ao fim de ler este primeiro livro percebo essa divisão, pois o livro tem pontos fortes e outros fracos, mas já la vamos, pois no global é um livro bastante viciante.
Existem dois factores que distinguem este livro: a escrita do autor e o seu personagem principal. Começando pela escrita, o autor quer manter o ritmo sempre elevado e consegue, levando a que qualquer leitor acaba por agarrar-se à história e se entregue a uma leitura feroz. O problema é que o autor mantém o ritmo sempre elevado, mesmo nos momentos em que deveria travar e explorar mais um momento emocional ou os motivos de uma personagem. Existem, pelo menos, duas ou três vezes em que senti que o autor deveria ter abrandando e explorado melhor o que estava a acontecer, pois tinha a base para melhorar aquele momento.
Tirando a questão do ritmo, que tem tanto de benéfico como de prejudicial em alguns momentos, o autor consegue, e bem, criar um mundo bastante coerente, apesar de sempre sombrio, algo que poderá não agradar a todos os leitores mas que encaixa perfeitamente no ambiente do livro, principalmente porque estamos perante a visão de um personagem, e esse mundo sombrio é a forma como ele o vê.
E é essa personagem o trunfo do livro. O nosso Príncipe é um inteligente anti herói com uma linha mural questionável, pois os seu métodos são justificados pela necessidade de algo. Com este personagem, o autor consegue criar um livro que aos poucos é quase tão psicológico como é de fantasia. é este equilibro inteligente que nos faz continuar a ler, pois queremos ver como este rapaz evolui, até onde irá, onde irá falhar. É esta mistura em "O Príncipe" de Maquiavel e "O Conde de Monte Cristo" de Dumas que se equilibra e torna o livro bastante viciante.
Existem ainda outras personagens e uma história interessante e coerente na maioria das páginas, mas é este personagem que dá o toque de entusiasmo que um livro de fantasia deve ter. Sendo o primeiro livro de uma trilogia, muito fica por dizer, mas a base e a evolução da personagem, juntamente com algumas questões que ficam no ar, leva-me a acreditar que o próximo livro será melhor. Para já, estou a gostar e quero ler os próximos!
Luís Pinto
Adorei este livro e na minha opinião o segundo é melhor, ansiosa por ler o último.
ResponderEliminaralguem sabe quando sai o ultimo livro?
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