Autor: Neil Gaiman
Título original: The Ocean at the end of the lane
Sinopse: Este livro é tanto um conto fantástico como um livro sobre a memória e o
modo como ela nos afeta ao longo do tempo. A história é narrada por um
adulto que, por ocasião de um funeral, regressa ao local onde vivera na
infância, numa zona rural de Inglaterra, e revive o tempo em que era um
rapazinho de sete anos. As imagens que guardara dentro de si
transfiguram-se na recordação de algo que teria acontecido naquele
cenário, misturando imagens felizes com os seus medos mais profundos,
quando um mineiro sul-africano rouba o Mini do pai do narrador e se
suicida no banco de trás.
Neil Gaiman é um escritor singular, capaz de nos surpreender com mundos fantásticos e realistas, mas também com ideias originais e que há partida parecem não fazer sentido. Este é mais um livro ao seu nível.
Existem livros que nos marcam quando menos esperamos e, por vezes, sem sabermos porquê num primeiro instante. Este pequeno e fasntástico livro fez isso comigo, ao ponto de o ter acabado e ter questionado o porquê de ter gostado tanto. Afinal o que estava nestas páginas que me tinha marcado tanto? A resposta será diferente para cada leitor e por isso não vos digo a conclusão a que cheguei, mas digo o seguinte: se gostam do autor, este livro não pode ser perdido.
Este é um livro sobre memórias e sobre como tudo na nossa vida nos afeta, e mesmo que de forma consciente ou inconsciente nos esqueçamos de alguns momentos, eles permanecem connosco, moldando-nos. Este é um livro sobre o poder da memória e os traumas que cada um de nós tem e a forma como os combate. Enfrentar um trauma não terá, penso eu, um caminho específico. Cada pessoa terá a sua forma de o enfrentar ou ignorar. E quando acabarem este livro, pensarão sobre isso.
Com um personagem principal que é um pouco de cada um de nós, vemos a dança entre avançar para o desconhecido e o regressar ao nosso local de conforto, e cada pessoa terá um local onde se sente seguro, seja ele real ou imaginário. Nesses caminhos que percorremos está o fundamental deste livro, e o seu título diz tudo, pois existe um caminho, e algo no fim... e aqui o "oceano" é a metáfora para o que procuramos, e talvez para o que nos liberta. Aquele lugar só nosso, como se estivéssemos sozinhos no meio do oceano, a recordar o que nos fez chegar até àquele local, quer seja um local físico, ou não...
Com uma escrita que no início se estranha, pois com Gaiman é sempre assim para quem nunca o leu antes, o autor volta a criar uma história madura e com um significado profundo, mesmo que no início pareça apenas mais uma história para crianças... E essa a grande arte de Gaiman, a de nos levar para algo fantástico e infantil, mas sem nunca nos fazer esquecer que somos adultos e que existe uma moral que deve ser pensada quando acabamos a última página.
Este é o terceiro livro que leio de Gaiman e foi o que gostei mais (não estou a dizer que é o que tem mais qualidade, mas foi o que me marcou mais), pois tem uma maturidade que me surpreendeu. A narrativa é rápida, as surpresas são muitas, e toda a história encaixa perfeitamente no fim. Um livro que nos leva a pensar sobre o valor do que temos, do que cobiçamos, e da própria vida...
Com um personagem principal que é um pouco de cada um de nós, vemos a dança entre avançar para o desconhecido e o regressar ao nosso local de conforto, e cada pessoa terá um local onde se sente seguro, seja ele real ou imaginário. Nesses caminhos que percorremos está o fundamental deste livro, e o seu título diz tudo, pois existe um caminho, e algo no fim... e aqui o "oceano" é a metáfora para o que procuramos, e talvez para o que nos liberta. Aquele lugar só nosso, como se estivéssemos sozinhos no meio do oceano, a recordar o que nos fez chegar até àquele local, quer seja um local físico, ou não...
Com uma escrita que no início se estranha, pois com Gaiman é sempre assim para quem nunca o leu antes, o autor volta a criar uma história madura e com um significado profundo, mesmo que no início pareça apenas mais uma história para crianças... E essa a grande arte de Gaiman, a de nos levar para algo fantástico e infantil, mas sem nunca nos fazer esquecer que somos adultos e que existe uma moral que deve ser pensada quando acabamos a última página.
Este é o terceiro livro que leio de Gaiman e foi o que gostei mais (não estou a dizer que é o que tem mais qualidade, mas foi o que me marcou mais), pois tem uma maturidade que me surpreendeu. A narrativa é rápida, as surpresas são muitas, e toda a história encaixa perfeitamente no fim. Um livro que nos leva a pensar sobre o valor do que temos, do que cobiçamos, e da própria vida...
Luís Pinto
Uma opinião muito interessante. Estou para ler este autor há muito tempo mas ainda não me decidi. Talvez seja este. bjs
ResponderEliminarGostei muito, gostava de ler!
ResponderEliminarParece uma aposta certa. Estou convencida e nunca li nada deste senhor da escrita.
ResponderEliminarUma opinião de grande nível a mais um grande livro de um grande escritor. Gaiman está num patamar que poucos alcançam.
ResponderEliminarParabéns pelo excelente artigo.
Sac
Acho que o vou comprar na feira do livro. Opinião que me convenceu. Deste autor já li o Deuses americanos por sugestão deste blog e Stardust depois de ver o filme, e gostei dos dois.
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