Autor: Alberto S. Santos
Sinopse: O dia 28 de janeiro de
1879 tinha tudo para ficar marcado na história da cristandade. Depois de
dias suados de escavações na catedral de Compostela, foi encontrado o
túmulo onde se acreditava que repousavam os ossos do santo apóstolo.
Mas... e se no destino final a que nos conduzem os místicos caminhos de Santiago se esconder um dos segredos mais bem guardados do Ocidente? Prisciliano, líder carismático do século IV e pioneiro defensor da igualdade das mulheres e dos valores do Cristianismo primitivo, é a figura preponderante neste enigma secular. Comprometido com a força da sua espiritualidade, viveu no coração os sobressaltos de um amor proibido, envolto em ciúmes e intrigas.
Ainda que aclamado bispo pelo povo, Prisciliano tornou-se no primeiro mártir da sua Igreja, a quem a História ainda não prestou o devido reconhecimento.
Depois de extraordinárias revelações, descubra neste fascinante romance respostas às inquietações que atravessam os tempos: Afinal, quem está sepultado no túmulo?
Qual o sentido atual das peregrinações a Santiago de Compostela?
Mas... e se no destino final a que nos conduzem os místicos caminhos de Santiago se esconder um dos segredos mais bem guardados do Ocidente? Prisciliano, líder carismático do século IV e pioneiro defensor da igualdade das mulheres e dos valores do Cristianismo primitivo, é a figura preponderante neste enigma secular. Comprometido com a força da sua espiritualidade, viveu no coração os sobressaltos de um amor proibido, envolto em ciúmes e intrigas.
Ainda que aclamado bispo pelo povo, Prisciliano tornou-se no primeiro mártir da sua Igreja, a quem a História ainda não prestou o devido reconhecimento.
Depois de extraordinárias revelações, descubra neste fascinante romance respostas às inquietações que atravessam os tempos: Afinal, quem está sepultado no túmulo?
Qual o sentido atual das peregrinações a Santiago de Compostela?
Passado na fase em que o Império Romano começa a converter-se em grande escala ao Cristianismo, o autor demonstra rigor e conhecimento histórico suficientes para criar um enredo coerente, apresentando detalhes interessantes, não só em termos religiosos, mas principalmente sobre o que é uma sociedade: costumes, mentalidade, hierarquia social, entre outros fatores.
Criar um romance histórico obriga sempre a um conhecimento da "Era" na qual o enredo acontece. Alberto Santos demonstra esse conhecimento, e todo o livro tem a capacidade de nos ensinar pequenos aspetos que tornam o livro mais sólido e o mundo mais coerente, levando também a uma maior coerência nas decisões/atitudes das personagens. A escrita do autor também ajuda a ficarmos "agarrados" ao livro e, apesar do ritmo nunca ser elevado, consegue prender o leitor graças à facilidade com que nos conta a história, nunca se prendendo em descrições que pouco dessem ao enredo.
Outro aspeto muito positivo é a montagem do próprio enredo. A narrativa vai dando saltos temporais sem nunca ser confusa, e ao fim de algumas páginas percebemos que se a narrativa avançasse cronologicamente, o livro iria parecer sem continuidade. Com estes saltos, sempre pequenos, o livro apresenta dinâmica, essencial para prender o leitor.
Prisciliano, personagem principal e que acompanhamos durante toda a sua vida, é quem se destaca pelas questões que indiretamente levanta. É verdade que a obra apresenta um bom conjunto de personagens, distintas, bem definidas e coerentes, mas é Prisciliano que nos dá algumas das ideias que o autor tenta transmitir. No entanto, é preciso salientar que o autor nunca nos obriga a seguir um caminho específico de pensamento, e senti-me livre para questionar as várias perspectivas e retirar as minhas conclusões.
Gostei bastante da história e do final que teve. Algumas personagens secundárias, mas muito misteriosas, criando uma necessidade de ler até ao fim e tentar desvendar o segredo. Num ou noutro momento foi previsível, mas nada que retire a grande qualidade que o livro tem. Afinal, o que nos faz acreditar "nisto ou naquilo"? O que nos dá, sequer, a necessidade de acreditar? Será uma necessidade biológica, ou estaremos perante uma construção cultural? Precisamos de acreditar em algum físico, ou a fé prende-se perante uma ideologia? Se visitamos um túmulo de um santo, fará diferença se essa mesma pessoa está nesse local? Ou o que realmente conta é o legado que essa pessoa deixou?
Esta obra de Alberto S. Santos está muito bem conseguida e aconselho-a a quem goste do género. Cada leitor tirará as suas conclusões e fará as suas perguntas, mas a qualidade será encontrada por todos os leitores, mesmo apesar de por vezes sentir que o livro é grande demais. Uma boa história sobre o crescimento de uma fé interior, a intolerância perante o que é diferente, e mais importante, é uma obra que nos mostra como um mesmo facto pode ser interpretado de formas diferentes, criando diferenças num efeito dominó que ainda hoje persiste.
Tentarei ler os restantes livros do autor.
Luís Pinto
Se quiserem mais informações sobre os livros do autor, usem estes links:
O segredo de Compostela
A Escrava de Córdova
A profecia de Istambul
Luís Pinto
Se quiserem mais informações sobre os livros do autor, usem estes links:
O segredo de Compostela
A Escrava de Córdova
A profecia de Istambul
Olá Luís. como sempre, excelente análise muito detalhada e sem revelar nada da história. Convences-me muitas vezes e esta foi mais uma. Sou capaz de o comprar na feira.
ResponderEliminarBoas leituras.
Estava mesmo à espera que falasses deste livro para me decidir. Ainda bem que o leste mal saiu. grande análise, as always!
ResponderEliminarLi os dois primeiros livros deste autor e adorei. Acho que tem um grande talento. Gostava bastante que falasses sobre eles porque costumo encontrar novos significados de livros que li quando leio as tuas opiniões. Recomendo-te os dois.
ResponderEliminarEm relação à tua analise, estás muito bem como sempre e ainda me deste mais vontade do ler.
Beijinhos Luís!
Parabéns pela crítica. Convenceste-me e já andava de olho neste livro desde que saiu. Não li os outros livros do autor mas também fiquei curioso só que a carteira não dá para tudo, mas vou estar atento a ver se falas sobre eles.
ResponderEliminardeste livro gosto do momento histórico e as questões que falas parecem-me muito interessantes mesmo que sendo dadas indirectamente como dizes.
Depois digo-te o que gostei quando o ler.
Boas leituras!
Bom dia Luís,
ResponderEliminarNovamente dou-lhe os parabéns para excelente análise que conseguiu fazer sem revelar o enredo. Este é um autor do qual tenho ouvido falar muito bem mas nunca li. Com esta sua análise irei arriscar e, quem sabe, depois passar para os próximos. Os temas parecem-se interessantes.
Continuação de um excelente trabalho. Boas leituras.
Nunca pares de escrever neste blogue! :) beijinhos
ResponderEliminarFelicito desde já o Luís Pinto por esta excelente ideia e concretização da mesma. Um blogue sobre livros e suas leituras. Adianto que li os dois primeiros livros de alberto Santos e iniciei a leitura do terceiro. Sou fã da escrita dele e aconselho vivamente.
EliminarPaula
Obrigado a todos pelos comentários e sugestões.
ResponderEliminarPaula e Rute, visto que sugerem os anteriores dois livros do autor, vou tentar arranjá-los, ler e comentar.
Boas leituras!