terça-feira, 21 de junho de 2011

A MURALHA DE GELO

Autor: George R. R. Martin

Título original: A Game of Thrones

Quando comecei a ler o primeiro livro desta saga, e reparei na enorme quantidade de livros que teria de ler para ver como tudo acabará em Westeros, decidi que iria intervalar entre os livros da saga e outros quaisquer livros, de forma a não estar preso a este mundo e alternar os estilos literários. Bem, agora confesso que não consegui. Quando acabei “A Guerra dos Tronos” foi-se impossível ler qualquer outro livro que não fosse este. O primeiro livro acaba num momento em que o ritmo da acção cresce e já estava a devorar as palavras como se fossem oxigénio e me estivesse a afogar.
Como devem saber o livro original, Game of Thrones, é na tradução para português dividido em dois, sendo A Muralha de Gelo a segunda parte. Aplauso para a editora que dividiu o livro no momento em que mais nos leva ao desespero se não tivermos ainda esta segunda parte.
O ritmo deste livro é sempre a aumentar e agora que as personagens estão desenvolvidas na nossa mente, George Martin desenvolve a acção de forma frenética, e nós seguimo-la com euforia.  
Tal como expliquei ao falar sobre o primeiro livro da saga, o autor dá-nos a história pelos olhos de algumas personagens, sendo eles os vários membros da família Stark e ainda Tyrion ou Daenerys, sendo para mim o Duende Tyrion quem mais se desenvolve enquanto personagem. Começo realmente a apreciar este Duende.
Em relação ao mundo de Westeros não há muito mais que não tenha antes dito quando falei do livro anterior, e o que poderia comentar acabaria por revelar o desenrolar do livro. George R. R. Martin construiu realmente um vasto mundo dando-nos vários olhos de locais diferentes. Bem estruturado, com momentos em que sorrimos por sabermos mais do que a personagem que estamos a ler, o autor prende-nos mais neste livro do que no anterior. Mostra-nos o lado cruel e vingativo do mundo, expõe ainda mais a natureza humana, com a sua violência, estupidez e desejos de mortes, violações ou paz interior.
É realmente um iniciar auspicioso para uma saga, elevando-se a um patamar que poucas sagas alcançam quando estão concluídas, George Martim consegue-o no primeiro livro original (dois primeiros na versão portuguesa). É imprevisível, dá-nos momentos em que nos apetece entrar no livro e resolver as coisas com as nossas próprias mãos, dá-nos razões para continuar a ler os próximos livros e no fim apercebemo-nos de que se trata de um livro que nem necessitaria de qualquer fantasia para nos agarrar mais à história, as personagens encarregam-se de nos viciar sem a ajuda da fantasia que muito suavemente começa a preencher algumas linhas.
Continuem a ler esta saga, aproveitem-na e recomendem-na a amigos que tenham o gosto pela leitura, seja ela realista, fantástico, ficção científica, ou outra, qualquer pessoa acaba este livro com curiosidade sobre o futuro de alguma personagem. Eu tenho as minhas preferidas e apercebo-me que as aprecio não pelo seu estilo, simpatia ou poder (como em muitas outras sagas de fantasia) mas sim pelas suas decisões e profundidade de personalidades lentamente reveladas. De realçar ainda o grande final que este livro nos oferece, obrigando-nos a esquecer a revolta que fomos acumulando nas suas páginas e a continuar com a saga.    
Como último conselho aviso-vos para não lerem a sinopse do livro que acabará por vos ajudar a prever eventos futuros. Deixem que cada surpresa vos ataque como me atacou a mim: dura, cruel e impensável. Um grande livro e uma grande saga que continuarei a ler e a falar aqui sobre ela.

2 comentários:

  1. Gonçalo Pereirajunho 22, 2011

    boa review. raramente comento nestes blog, mas gostava de lhe dar os parabéns pela review aos dois livros desta saga. fico à espera das próximas.

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  2. ótima sinopse.

    estou terminando de ler "Fúria de Reis" e já lamentando não ter o 3º volume da saga em mãos pra continuar...

    em que pese a "mão pesada" do autor em alguns trechos, há que se exaltar a qualidade da trama e o excelente, e muitas vezes desconcertante, desenrolar dos capítulos..

    sheilla

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