quinta-feira, 30 de maio de 2019

ÁGUAS PROFUNDAS


Autor: Robert Bryndza



Sinopse: Debaixo de água, o corpo afundou-se rapidamente. Ali permaneceu, imóvel e imperturbável durante muitos anos, mas, lá em cima, fora de água, o pesadelo estava apenas a começar.
Quando a detetive Erika Foster recebe uma denúncia anónima informando que uma prova fundamental relacionada com um caso de narcóticos estava escondida numa pedreira abandonada nos arredores de Londres, ela manda investigar a pista. No espesso lodo das águas encontram as drogas que procuravam, mas também os restos mortais de uma criança pequena. O esqueleto é rapidamente identificado como Jessica Collins, a menina de sete anos que fizera as manchetes das notícias vinte e seis anos antes.




Este é o terceiro livro que leio deste autor e agradou-me o facto de o seu estilo se manter em alguns aspetos. Os primeiros livros do autor foram viciantes e mesmo não sendo obra primas ou livros revolucionários, a verdade é que me agarraram com facilidade.

O autor continua a ter uma escrita simples, direta e rápida, o que ajuda a que o leitor fique rapidamente agarrado ao enredo e os capítulo estão montados por forma a deixarem sempre alguma dúvida para as páginas seguintes. Esta estratégia é bastante usada mas nem todos os escritores a executam com qualidade. No caso deste autor, este livro parece ligeiramente mais apressado do que os anteriores em termos de detalhe, o que ajuda a aumentar o ritmo, mas acaba por diminuir a coesão do enredo. No fim ficam alguns factos sem explicação, o que num policial é sempre algo que se deve evitar para que não aconteça em demasia.

Tirando este facto, o autor continua a desenvolver bem as suas personagens e a criar o ambiente certo para os seus enredos. Erika continua a ser o foco e a verdade é que é agora uma personagem construída com mais qualidade e que se tem desenvolvido com profundidade e coerência. A isto juntam-se personagens secundárias interessantes e que também têm ganho o seu espaço. Claro que este livro pode ser lido de forma isolada, mas os leitores que tenham lido os anteriores irão apreciar e compreender muito melhor alguns momentos do livro, principalmente decisões de algumas personagens.

O enredo é interessante apesar de não ser o melhor do autor. É talvez o livro que apresenta a melhor montagem tendo como objetivo viciar, mas a ideia base da narrativa não me parece ter tanto impacto como nos livros anteriores. Contudo, os diálogos rápidos e a ação constante ajudam. Pelo meio existem alguns momentos mais forçados e momentos menos coerentes, mas o livro continua viciante.

Sendo o terceiro livro que leio deste autor, é mais seguro indicar que se trata de um autor que consegue agarrar um leitor com facilidade. Gostava, contudo, de que o autor por vezes baixasse o ritmo e explicasse mais coisas ou aprofundasse certos temas ou momentos. No entanto, uma coisa é certa, se gostam deste género de policiais, então será uma boa leitura para este verão.

Luís Pinto

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