Autor: C. W. Gortner
Título original: The Tudor conspiracy
Sinopse: No inverno de 1554, Maria Tudor é a rainha de Inglaterra e os seus inimigos estão aprisionados na Torre de Londres. O seu iminente noivado com Filipe de Espanha, com o objetivo de assegurar o catolicismo no reino, coloca os súbditos protestantes em perigo. Então, os rumores de uma conspiração para levar ao trono a sua irmã, a princesa Isabel, adensam-se.
O tempo de refúgio do espião Brendan Prescott chega ao fim quando inquietantes notícias o fazem partir numa arriscada missão e ajudar Isabel em cativeiro. Prescott regressa assim ao palácio, onde quase perdeu a vida, sob a identidade de Daniel Beecham, e enceta um jogo mortal de gato e rato com um perigoso e enigmático adversário.
Numa corrida contra o tempo para recuperar um maço de cartas cujo conteúdo pode conduzir Isabel ao trono ou condená-la à morte, Prescott descobre que, num submundo de traições e intrigas, os amigos e os inimigos facilmente se confundem e o poder é de tal maneira supremo que pode levar uma irmã a voltar-se contra outra.
Este é o segundo livro da saga e em alguns aspetos consegue ser melhor do que o anterior. Agora que muito da trama e personagens já são conhecidas dos leitores, o autor começa a aprofundar conceitos, principalmente os motivos e medos de cada personagem. O enredo é bom, bem pensado e capaz de agarrar, levando-nos a vários momentos de surpresa. No entanto são as personagens que fazem a diferença, porque terão decisões que não esperava.
O autor tenta constantemente criar uma narrativa cheia de suspense. Na grande maioria das páginas consegue-o com facilidade, prendendo o leitor ao não concretizar algumas ideias na fase inicial do enredo e também por deixar a noção de que muito não está a ser dito. É fácil perceber que os personagens estão a esconder algo, mas é complexo perceber realmente os seus planos, e é aí que o autor consegue triunfar.
Em termos de escrita e de ambiente, o autor mantém o nível do livro anterior. Facilmente entramos nesta era, nestes cenários e na mentalidade das pessoas. Apesar de nunca ser exaustivo, a imagem dada do que rodeia este enredo é bem conseguida. Percebemos o porquê de algumas decisões e vemos o peso que política e religião têm a cada instante, levando a um ambiente ainda mais pesado.
Em relação às personagens, prefiro não falar de nomes, mas existem duas que me agradaram bastante, principalmente porque neste livro fiquei a conhecê-las muito melhor. Se o autor conseguir manter a coerência até ao fim da trilogia, então teremos aqui personagens com as quais é fácil criar interesse para ver como irão terminar a narrativa.
Globalmente este livro está ao nível do anterior. O seu ritmo é menos constante, mas nunca perde o rumo. A sensação de que estamos a ser enganados faz a diferença, o ambiente é realista e o autor demonstra um bom conhecimento da época com detalhes interessantes. Pelo meio existe um aprofundamento das personagens e acredito que o leitor que chegue até aqui já não consiga largar esta trilogia sem a ler até ao fim.
Luís Pinto
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