Autor: Terry Goodkind
Título original: Stone of tears
Sinopse: Os caminhos de Richard e Kahlan separaram-se: forçado a submeter-se aos desejos da Madre Confessora, o portador da Espada da Verdade encaminha-se para o Palácio dos Profetas, em Tanimura, a fim de aprender a controlar o seu dom, antes que este o mate. Por outro lado, a última das Confessoras, enredada numa trama de mentiras piedosas cujo único objetivo é salvar a vida do homem que ama, dirige-se para a Fortaleza dos Feiticeiros, em Aydindril, onde espera encontrar Zedd e, juntos, ajudarem Richard a cumprir o seu destino.
Todavia, num mundo em que a magia é, simultaneamente, uma bênção e uma maldição, e em que qualquer um pode ser um agente do Guardião disfarçado, distinguir aliados de inimigos revela-se uma tarefa hercúlea. Através dos seus próprios erros, o seeker e a Madre Confessora vão descobrir, da forma mais dolorosa, que a maior das bondades e a melhor das intenções podem constituir um caminho insidioso para a destruição.
Sabedoria, prudência e uma boa compreensão da primeira regra dos feiticeiros são as únicas armas de que dispõem: mas serão suficientes para reparar o véu e devolver a Pedra das Lágrimas ao reino dos mortos?
Com esta segunda metade do 2º livro original, Goodkind eleva o enredo com momentos de maior maturidade enquanto explora as dúvidas de cada personagem. É interessante ver como todas se começam a afastar da imagem cliché da fantasia que partilhavam no início do primeiro livro e que agora já quase não se nota. São personagens coerentes e muito mais realistas, capazes de surpreender, tornando a narrativa mais viciante e a ligação com os leitores muito mais forte.
Tendo em conta que estamos perante uma saga mesmo muito grande, e que em Portugal cada livro é dividido em dois, o autor precisava de agarrar o leitor rapidamente, e duvido que quem leia estes quatro primeiros livros, tenha ideia de parar. Para tal muito contribui o mundo aqui criado. Goodkind expõe facilmente o que imagina e o seu mundo torna-se cada vez mais complexo, coerente e apelativo. Por vezes ao alarga-se o mundo, algo se torna incoerente, mas para já, tal não acontece aqui.
O enredo é um dos pontos altos, deixando várias perguntas no ar e com um final que é difícil de analisar, pois não consigo perceber totalmente se foi um final apressado ou se o autor quis começar aqui um desencadear de acontecimentos que terão impacto logo no início do próximo livro, levando a saga para um novo patamar em relação ao seu ritmo. Acredito que o autor acelera simplesmente para nos chocar e nos deixar sem suporte enquanto leitores, não conseguindo captar tudo o que estava a acontecer, criando assim uma ligação mais forte com o estado de espírito dos personagens.
São essas personagens que nos agarram. começa a tornar-se fácil termos preocupação com elas, com as quais já passei algum tempo. Essencialmente começamos a perceber quais os seus verdadeiros motivos e quais os seus receios. Nestes mundo de fantasia e guerras, o passado das personagens é sempre importante para percebermos o porquê do arriscar de algumas personagens para combater o mal ou o bem. Todos esses detalhes aumentam a maturidade do enredo e da própria narrativa que está mais inteligente e coerente, com mais segredos e mais objetiva em relação ao futuro da saga.
Claro que sendo uma saga tão grande, não é fácil continuar a ler sem sentirmos que a história não está a avançar, mas neste livro não tive essa sensação. Goodkind criou um leque de personagens inimigas de grande qualidade que aumentam a intriga. Acredito genuinamente que um dos pontos mais fortes desta saga são os próprios vilões que vão aparecendo e que deixam sempre várias perguntas no ar.
Ao fim de 4 livros e ainda com tantos para ler, esta parece-me uma saga que tem muito para dar. A sua evolução é notória e aos poucos cria a sua própria identidade, o que é sempre bom de se alcançar em qualquer género literário. Para já, totalmente convencido a continuar e espero que os próximos livros não demorem a chegar!
Luís Pinto
Boa análise Luis. Parece-me mais uma saga a ler e está num género que gosto. Ainda bem que estás a gostar. Já está na lista.
ResponderEliminarBoa análise como sempre. Parabéns. É mais um livro a ter pode ser que o pai natal ajude este ano! bjs
ResponderEliminarAndo de olho nesta saga desde que começas-te a falar dela. Acho que vou aproveitar. Parece-me uma boa saga e se ao fim de 4 livros o demonstra é porque é boa.
ResponderEliminarContinuação de bom trabalho e boas leituras!