Autor: Pearl S. Buck
Título original:The Eternal Wonder
Sinopse: Sou suficientemente americana, talvez, para querer casar-me contigo passando por cima de tudo aquilo que sou, mas, ai de mim, chinesa que baste para saber que devo ponderar.
Que pode o conhecimento dos livros contra a experiência íntima da vida? Randolph, jovem de extraordinária criatividade, parece ter um destino traçado para o êxito. Nascido nos Estados Unidos, parte pela Europa e Ásia com o desejo de descobrir o mundo vivendo-o, numa sede interminável de sabedoria.
Numa estadia em Paris, o seu caminho cruza-se com o de Stephanie. Filha de pai chinês e mãe norte-americana, também ela procura compreender e encontrar um lugar que seja seu, dividindo-se entre duas culturas aparentemente opostas. Separados durante longos intervalos e assim entregues aos seus fantasmas pessoais, preparam-se os dois para descobrir que se pode conciliar o conhecimento e a experiência, bem como as heranças ocidental e oriental, mas isso terá um preço…
Encontrado quase 40 anos após a sua morte, este é o novo livro de Pearl Buck, uma das escritoras americanas mais admiradas do século passado. Nunca tinha lido um livro da autora, e vi aqui uma boa oportunidade para testemunhar a famosa escrita da autora.
Após uma introdução escrita pelo seu filho, o livro de Buck começa lentamente, demonstrando de imediato uma escrita madura, de uma autora que sabe como escrever e agarrar o seu público com uma boa construção da personagem principal. No entanto, o livro não me convenceu de imediato, talvez pelo seu ritmo, talvez porque o seu início não demonstrava a objetividade que eu esperava. Mas, aos poucos, a história começa-se a desenvolver, numa mistura de momentos memoráveis e outros que parecem bastante forçados ou óbvios. E por isso começa a crescer a ideia de que a autora nos está a esconder algo.
A nossa personagem principal, um rapaz com inteligência acima da média, tem aqui um caminho bastante pessoal que levará o leitor a perceber que esta é a história de uma pessoa que tenta encontrar um local no qual se sinta em casa. E, inevitavelmente, este transforma-se no tema do livro... na busca pelo nosso espaço neste povoado planeta onde culturas chocam e coexistem. Existirá um local no qual nos sentimos plenos? O que nos completa? Local, pessoas, profissão?... Atos? Crenças?
Com estas questões sempre num pano de fundo longínquo, a autora leva-nos por um enredo que se torna bastante pessoal e por vezes algo parado. Buck não fez aqui um livro que entusiasmasse, mas sim que nos levasse a questionar. O resultado final é uma obra que provavelmente não será a favorita dos seus fãs, mas que marcará a maioria. Talvez este seja um livro que dependerá do leitor. Dependerá do momento em que o lermos, dependerá das nossas próprias vivência.
O final, quase abrupto, dá-me a sensação que algo ficou por dizer. Acredito que a autora quereria explicar mais, talvez dar significado a momentos que parecem forçados, mas por outro lado talvez seja este o objetivo, levar-nos a pensar, a tentar alcançar o significado... talvez, tal como o seu personagem principal, também a autora estivesse à procura do seu lugar, e talvez o leitor, depois de ler este livro, também tenha vontade de o procurar.
"A eterna demanda" é um livro que será sempre atual, pois sempre teremos estas buscas neste nosso planeta. A autora cria aqui um livro complicado, que talvez não convença todos os leitores, mas aqueles que se identificarem com o enredo, terão aqui uma viagem inesquecível. Da minha parte, fiquei curioso para ler os livros mais famosos da autora.
Luís Pinto
Não conheço a autora nem o livro mas fiquei bastante curioso.
ResponderEliminarParece-me um livro a ter, até porque gosto da autora e nem sabia que este livro tinha sido lançado.
ResponderEliminarJá li dois livros desta autora em inglês e gostei bastante. Uma escrita muito peculiar e interessante. Não sabia que este livro existia e deixaste-me com bastante vontade de o ler nos próximos tempos. Parabéns pela análise.
ResponderEliminar