quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

UMA CASA DE FAMÍLIA


Autor: Natasha Solomons

Título original: The novel in the viola


Na primavera de 1938, a ameaça nazi paira sobre a Europa.

Em Viena, a família Landau vê desaparecer muitos dos seus amigos e teme pela sua segurança. Decidem fugir do país mas não poderão partir juntos. Elise, a filha mais nova, é enviada para Inglaterra, onde a espera um emprego como criada de uma família aristocrática. É a única forma de garantir a sua segurança. Para trás deixa uma vida privilegiada.


O que me agradou neste livro foi a sua base de partida e não me desiludiu. Esta obra é sobre o início da Segunda Guerra Mundial e como uma parte da sociedade tentou adaptar-se sem saber o que estava para vir. Os Judeus tentam manter-se em segurança, a restante sociedade não sabe como os encarar, se os deve ajudar ou manter-se afastada. Como sempre, uns preocupam-se, outros não.

O livro apresenta um ritmo que oscila. Por vezes é rápido, por vezes é lento, mas no global é um livro que vai acelerando enquanto a história se desenrola e os locais ficam na nossa memória. Olhando ainda para a escrita da autora, não se trata de uma prosa fascinante mas consegue "oferecer-nos" a história com qualidade e facilmente sentimos o que a autora nos tenta transmitir. Esta qualidade está, essencialmente, presente nas descrições de locais, e sentimos que estamos presentes no mundo que a autora descreve.

Elise é uma personagem principal bem construída, e é com ela que o livro ganha uma forte carga emocional por nos aproximarmos de uma rapariga que perdeu tudo e deixou para trás tudo o que conhecia, procurando apenas a sua sobrevivência, e torna-se fácil simpatizar com esta personagem. Menciono ainda os pais de Elise, que apesar de estarem ausentes do centro narrativo, dão um forte contributo à história com pequenas ideias e simbolismos quase sempre presentes.

A ideia base é, como já tinha dito, muito interessante, e está bem conseguida. No entanto, também devo assinalar que a autora junta um toque de preconceito (sobre as origens das pessoas) que me agradou, e que dificultam toda uma vida que já não se apresenta fácil. Ainda dentro da visão de cada pessoa, vemos várias "visões" sobre a guerra. Uns admiram os heróis, outros choram os mortos, mas aqueles que voltam e são aplaudidos, conseguem apagar da memória da generalidade do povo a morte dos restantes, e novamente vemos que, na maioria das vezes, apenas choram os que são próximos. Os outros rapidamente esquecem.

O final foi, provavelmente, o que menos me agradou. Percebo a decisão da autora e, olhando para toda a história, a base foi construída para que este final fosse possível, e de certeza que muitos leitores gostarão da forma como a autora acabou estas páginas.

Tentando não revelar nada, esta opinião é sobre um livro que não está no topo do seu género mas que é um bom livro. Tem pormenores de grande qualidade e quem goste do género ou do tempo em que a história se passa (início da Segunda Guerra Mundial), terá aqui uma boa escolha, assente numa história de amor e solidão, onde várias personagens ficam na memória. 

7 comentários:

  1. Muito interessante a tua opinião!

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  2. Também fiquei curiosa. Vou procurar pelo livro!

    Bjokas

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  3. Obrigada por falares do livro sem falares da história. Não deve ser fácil. Parece um livro interessante e fui à procura de opiniões e encontrei umas reviews de sites internacionais que também falam bem do livro.

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  4. Ana Raqueljulho 31, 2013

    Comecei à pouco a ler o livro e de facto é apetecível para todos os amantes de história com um pouco de romance à mistura. Um livro cheio de sensações que nos remete para o espaço físico e nos faz passar pelo mesmo sentimento da Elise. Aconselho!

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    Respostas
    1. Olá Ana Raquel! Ainda bem que está a gostar da leitura. Também foi para mim uma leitura muito agradável.

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  5. Olá.
    Adorei ler, mas detestei o final... Por um lado aceitei, mas por outro queria mais do que aquilo.

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