Autor: John Grisham
Sinopse: Pete Banning era um cidadão modelo de Clanton, cidade do Mississippi - herói condecorado da Segunda Guerra Mundial, patriarca de uma destacada família, proprietário de terras, pai, vizinho e membro fiel da Igreja Metodista. Numa fria manhã de outubro, levantou-se cedo, foi para a cidade e a sangue-frio disparou a matar sobre o seu pastor e amigo, o reverendo Dexter Bell. A única declaração que Pete fez sobre o sucedido - ao xerife, aos advogados, ao juiz, ao júri e à sua família - foi: «Não tenho nada a dizer.» Não tinha medo da morte e estava disposto a levar para o túmulo as suas motivações.
Neste romance intenso, John Grisham transporta-nos numa viagem incrível e plena de suspense à descoberta da verdade, desde o sul dos Estados Unidos até às selvas das Filipinas e à Guerra do Pacífico. De um hospício claustrofóbico e cheio de segredos somos arrastados até um tribunal onde um advogado tenta desesperadamente ilibar um homem que procura tudo menos a sua salvação.
Confesso que não li, nem de perto, todos os livros de John Grisham, até porque é um autor que lança livros a grande velocidade. No entanto, os poucos que li, foram bons. Alguns, muito bons. John Grisham tem uma escrita simples, inteligente e que não perde muito tempo naquilo que pouco possa dar ao enredo. Tal como noutros livros, também aqui a escrita é objetiva sem perder detalhe, rápida mas sem perder qualquer detalhe interessante.
Neste livro, que rapidamente nos agarra porque acreditamos que aquele homem é inocente ou, pelo menos, queremos saber o porquê de ter cometido tal crime, existe sempre uma nuvem de mistério que não é forçada. É a nuvem de mistério que se cria porque percebemos que não iremos saber a verdade por Pete.
E com essa noção, com essa necessidade de sabermos a verdade, avançamos, sem parar por um livro que nos leva a explorar o passado de várias personagens, porque muitas vezes estes crimes têm origem no passado, mesmo que as pessoas não tenham essa noção. Este é um dos trunfos do livro, o aprofundar de algumas personagens importantes para o enredo, mesmo até de algumas que são bastante secundárias mas que dão um toque de qualidade a um livro que vai demonstrando a sua qualidade com uma boa montagem, uma narrativa inteligente e coerente, onde são poucos os momentos forçados.
Claro que não é um livro que seja uma obra prima, porque alguns diálogos são mais forçados ou existem algumas revelações mais óbvias, mas a forma como aprofunda algumas personagens está muito bem conseguido. Com isto, é fácil perceber que mesmo sendo um livro que não revoluciona o seu género, consegue agarrar e ser uma leitura compulsiva e agradável. Não é o melhor livro do autor, mas é um livro recomendado a todos os que leram a sinopse e ficaram curiosos, principalmente se quiserem livros com uma boa carga psicológica, não só dos seus personagens, mas também da sociedade aqui representada.
Luís Pinto
Obrigada pela partilha da tua opinião.
ResponderEliminarUm abraço
Ainda bem que gostaste, Marisa. Boas leituras!
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