quarta-feira, 13 de junho de 2018

OS HUMANOS


Autor: Matt Haig

Título original: The Humans




Sinopse: E se a terra fosse o planeta mais absurdo do universo? O professor Andrew Martin, génio matemático, acaba de descobrir a chave para os maiores mistérios do Universo.
Ninguém sabe do salto que isto representará para a Humanidade… exceto seres evoluídos de outro planeta. Determinados a impedir que esta revelação caia nas mãos de uma espécie tão primitiva quanto os humanos, estes seres enviam um emissário para destruir as provas. E é assim que um alien intruso, completamente alheio aos costumes, chega à Terra. Rapidamente, ele descobre que os humanos são horrendos e têm hábitos ridículos — comida dentro de embalagens, corpos dentro de roupas e indiferença por trás de sorrisos… Esta espécie não faz sentido!
Durante a sua missão, sob a pele e identidade de Andrew Martin, este alien sente-se perdido e odeia todos os terráqueos. Exceto, talvez, Newton, um cão. Contudo, quanto mais se envolve com os que o rodeiam mais fica a perceber de amor, perda, família; e de repente está contagiado: será que afinal há qualquer coisa de extraordinário na imperfeição humana?


Quando li esta sinopse, e sabendo que o livro era de Matt Haig, percebi que não poderia deixar passar a oportunidade de ler este enredo. Tal como noutros livros, Haig tem um escrita inteligente, objetiva e capaz de nos fazer sorrir.

Se lerem a sinopse, perceberão que a base é quase absurda ou bizarra, mas também de imediato percebemos que tem muito para dar. A ideia, original, é claramente uma base que pode ser bem usada para explorar a nossa natureza mas também a nossa sociedade. E é exatamente isso que este enredo faz, porque explora, aprofunda, critica e olha para nós de forma diferente, ingénua, pouco condicionada ao que nos é incutido durante anos. E é assim que este livro se torna bom, porque o autor consegue abstrair-se dos preconceitos da sociedade, tanto os bons como os maus, para explorar o que nos rodeia, e com isso o leitor é levado a pensar.

Tal como, por exemplo, Douglas Adams fez em "À boleia pela galáxia", também Haig diverte mas sem nunca deixar de alimentar um espírito crítico que torna a leitura adulta e inteligente. A capacidade de analisar e criticar com inteligência é um trunfo de alguns escritores e aqui Haig demonstra que tem essa capacidade. O enredo em si é bom, pensado e com tanto de coerente como de absurdo, mas sem nunca deixar de seguir o seu propósito, que é oferecer ao leitor uma visão diferente do que é a nossa sociedade e, principalmente, do que é ser humano e no limite, ser vivo. Amor, ódio, ganância, inveja, mentira, são tudo capacidades que, apesar de não serem exclusivas nossas, são reformadas na nossa essência humana, e é isso que Haig aprofunda, com um livro soberbo.

Luís Pinto


1 comentário:

  1. É mesmo engraçado, porque na minha faculdade este livro estava numa das hipóteses de leitura para Inglês :D

    ResponderEliminar

Nota: só um membro deste blogue pode publicar um comentário.