Autor: Omar El Akkad
Título original: American war
Sinopse: O relato de uma América futura despedaçada pelas suas divisões políticas, tribais e humanas. Sarat Chestnut nasceu no Louisiana e tem apenas seis anos quando a Segunda Guerra Civil Americana eclode em 2074. Mas até ela sabe que o petróleo é proibido, que metade do Louisiana está submerso e que drones não tripulados sobrevoam os céus. Quando o seu pai é morto e a sua família é obrigada a viver num campo de refugiados, ela rapidamente começa a ser moldada por esse tempo e lugar até que, finalmente, pela influência de um misterioso funcionário, se transforma num instrumento mortífero da guerra. A sua história é contada pelo seu neto, Benjamin Chestnut, que nasceu durante a guerra - parte da Geração Milagrosa - e é agora um idoso a confrontar os segredos negros do passado, do papel da sua família no conflito e, em particular, a importância da sua tia, uma mulher que salvou a sua vida ao destruir a de outros.
Quando li a sinopse deste livro fiquei com algum interesse, pois a ideia, apesar de não ser inovadora, tinha a base necessária para oferecer um bom livro dentro do seu estilo. Aos poucos, é verdade que a narrativa foge um pouco do que eu esperava, mas consegue oferecer um enredo interessante e intenso em alguns momentos e que agradará a alguns leitores, mas não a todos.
É normal uma distopia não agradar a todos os leitores, e este não será excepção. No entanto, esta não é uma distopia clássica, mas sim, mais próxima de outros livros do género que têm aparecido nos últimos anos e que se focam mais nas personagens e enredos amorosos e menos na construção do mundo.
A ideia base é bem conseguida e bem explorada numa primeira fase, criando dúvidas no leitor que ficarão presentes até às últimas páginas. Contudo, o livro foca-se demasiado na personagem principal para o meu gosto. Claro que se trata de um gosto pessoal e não tão crítico e imparcial, mas gostava que a narrativa explorasse mais o mundo, o porquê de estar como está, o que mudou e o que irá mudar.
Em termos de enredo, este é um livro que se balança entre momentos negros e adultos e outros mais alegres e juvenis. Globalmente este livro é mais adolescente do que esperava, talvez por explorar temas mais leves, deixando menos espaço para que temas mais adultos e fortes fossem aprofundados em ligação com a personagem principal. Todavia, o enredo é inteligente e consegue dar as respostas necessárias apesar de algumas perguntas ficarem no ar quando o livro acaba. É, globalmente, um livro bem pensado, viciante e bem montado, mas que falha ligeiramente porque tinha a base para ser um livro mais denso e mais profundo. Talvez precisasse de ser mais negro em alguns momentos, mas assim acabaria por fugir do seu público alvo que procure algo mais focado. Se são fãs de distopais, principalmente das mais recentes que foram grandes êxitos de vendas, então este livro é para vocês!
Luís Pinto
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