terça-feira, 25 de agosto de 2015

O LAGO DOS SONHOS


Autor: Juliet Marillier

Título original: Dreamer's pool



Sinopse: Em troca de ajuda para escapar a um longo e injusto encarceramento, a amarga curandeira mágica Blackthorn jurou pôr de lado o seu desejo de vingança contra o homem que destruiu tudo o que lhe era querido. Seguida por um companheiro de clausura, um homem grande e silencioso chamado Grim, ela viaja para o norte, rumo a Dalriada. Aqui, viverá na orla de uma misteriosa floresta e terá de cumprir, durante sete anos, a promessa que fez ao seu libertador: aceder a todos os pedidos de socorro que lhe forem dirigidos. Oran, príncipe herdeiro do trono de Dalriada, esperou com ansiedade a chegada da sua noiva, Lady Flidais. Conhece-a apenas por via de um retrato e da poética correspondência que trocaram entre si e que um dia o convenceu de que Flidais era o seu verdadeiro amor. Oran descobre, porém, que as cartas também mentem, pois, embora igual em aparência à imagem no retrato, a sua noiva vem a revelar-se uma mulher muito diferente da criatura sensível e sonhadora que escreveu aquelas cartas. Nas vésperas do seu casamento, o príncipe não vê saída para a o seu dilema. Mas corre o rumor de que Blackthorn possui um dom extraordinário para a resolução de problemas espinhosos, e ele pede a sua ajuda. Para salvar Oran das suas insidiosas núpcias, Blackthorn e Grim vão precisar de todos os seus recursos: coragem, engenho, astúcia e talvez até um pouco  de magia.
 


Este é o primeiro livro que leio de Juliet Marilier. Sim, acredito que tal falha na minha biblioteca seja um crime, mas que irei corrigir no futuro. A verdade é que não começo pelas mais famosas sagas da autora, mas sim pela mais recente, e o que encontrei foi um livro mais sombrio e mais maduro do que esperava, e que me agradou bastante.

Este livro envolve-se, essencialmente, de três personagens e é aqui que, para mim, está o grande dom da autora neste livro... nas três personagens incrivelmente bem criadas, coerentes e distintas, capazes de me surpreender e de me levar a criar uma ligação. É fantástico quando um livro nos liga assim a personagens que não são mais do que palavras numa folha. Só por isto, Marilier já me convenceu a ler mais livros seus, mas ainda há mais.

Em termos de enredo, e sendo este o primeiro livro de uma trilogia, a autora fez um bom trabalho, criando um mundo com bases coerentes e com grande potencialidade para ser explorado. No entanto, o enredo em si não é arrebatador pois as revelações finais foram indiretamente reveladas pela autora, que nos quer levar a pensar durante a leitura. Todavia, este enredo, mesmo sofrendo por ser o primeiro e por deixar muitas perguntas no ar, a verdade é que nos agarra desde o primeiro momento com o seu ritmo forte e ação interessante. Entramos neste mundo quase sem sentir, de uma vez, e a leitura torna-se mágica...

E é aos poucos que se sente que estamos num mundo que, como os fãs costumam dizer, apenas Marilier consegue criar. Muito do que lemos aqui é realmente mágico e encaixa perfeitamente com o que a autora oferece no enredo, levando a que tudo encaixe e muito pouco pareça forçado. A isto alia-se uma escrita bastante trabalhada no objetivo de nos levar a visualizar cenários de grande beleza, mas também momentos de tristeza ou alegria. Neste livro existe, sob um olhar geral, uma montanha russa de sentimentos que a autora sabe explorar muito bem, tornando o livro adulto, tal como tinha referido no início.

Sendo o primeiro livro, não vou alongar-me, mas posso já dizer que a qualidade da autora é palpável desde o início, e certamente irei ler mais livros de Marilier. Enquanto trilogia é difícil dizer se será fantástico, mas tem tudo para o ser, a ver por este início. Voltarei a esta autora assim que possível e também a esta saga, mal o próximo livro seja editado.  

Luís Pinto

4 comentários:

  1. Gostei bastante desta análise. Parabéns. Vou estar atento ao livro e às criticas aqui desta saga.

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  2. Vai para a lista. Não sou um grande fã da autora mas falas aqui de temas que me agradam. Parabéns pela crítica.

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  3. Aconselho vivamente os primeiros livros da triologia de Sevenwaters, bem como O Filho de Thor!
    São fantásticos!

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