Autor: Philip Goff
Sinopse: Um dos mais eminentes filósofos da mente propõe um argumento lúcido e provocador que cria uma imagem radicalmente nova da consciência humana: o pampsiquismo.
Compreender a maneira como o cérebro produz a consciência é um dos maiores desafios científicos do nosso tempo. Philip Goff propõe uma alternativa empolgante que poderá desbravar novos caminhos. Com raízes numa análise dos fundamentos filosóficos da ciência moderna e baseado na obra, que remonta ao princípio do século XX, de Arthur Eddington e Bertrand Russell, Goff apresenta argumentos convincentes a favor do pampsiquismo, uma teoria que propõe que a consciência não está confinada às entidades biológicas mas é uma característica fundamental de toda a matéria física, das partículas subatómicas ao cérebro humano.
Confesso que sou um grande adepto de todos os temas que se foquem na mente humana, quer a parte filosófica ou científica do tema. Este livro captou-me a atenção facilmente com uma sinopse que demonstrava uma leitura diferente e foi realmente isso que aconteceu.
Começo por dizer que gostei bastante deste livro e existem várias razões para tal. Em primeiro lugar, o autor escreve de forma simples, o que não é fácil tendo em conta o tema bastante complexo do livro. A verdade é que nunca me senti perdido e o autor não se perde em divagações, o que é raro num tema destes que pode ter tanto de científico como de filosófico. Para tal, o autor baseia-se em vários factos científicos descobertos nos últimos anos e que têm criado uma nova compreensão da nossa mente, principalmente a nível biológico e químico.
Em segundo lugar é preciso salientar que o autor não aprofunda certos factos ou conceitos e teorias sem antes os explicar, o que ajudará qualquer leitor que não esteja por dentro do tema. É um livro para qualquer pessoa que tenha mente aberta para estes temas, o que aviso, não será fácil pois estamos a falar de teorias bastante radicais.
Por fim devo salientar que este é um livro que nos pede para sermos críticos, para pensarmos sobre o que estamos a ler. As teorias do autor, apesar de bem sustentadas, devem ser lidas com mente aberta e espírito crítico, e devemos retirar as nossas conclusões quer aceitemos a visão do autor ou não. E mesmo que no fim possamos não aceitar a sua teoria, a verdade é que a viagem terá valido a pena, pois terá sido uma viagem em que lemos, pensámos, analisámos e retirámos conclusões que nos poderão levar a ver o mundo de forma diferente, com uma percepção mais detalhada de tudo.
No meu caso, esta leitura foi uma viagem muito interessante. Dentro do tema que é explorar como a nossa consciência funciona num mundo em que cada vez mais somos olhados como algoritmos químicos, foi muito bom ler algo assim, tão bem fundamentado. Uma leitura que será fascinante para quem apreciar o género.
Luís Pinto