Autor: Ronen Bergman
Título original: Rise and kill first
Sinopse: Este instinto para recorrer a todos os meios, mesmo os mais violentos para defender o povo judeu está incrustado no ADN de Israel. Desde a fundação do Estado de Israel em 1948, proteger a nação constitui a responsabilidade dos serviços secretos e das forças armadas, e existe uma arma no seu vasto arsenal que tem sido usada para eliminar as ameaças mais graves: os assassínios seletivos foram utilizados com frequência, contra inimigos de todas as dimensões, umas vezes em resposta a ataques contra o povo israelita, outras como medida preventiva.
Bergman contou com a colaboração extraordinariamente rara de muitos dos atuais e antigos membros do governo israelita, como os primeiros-ministros Shimon Peres, Ehud Barak, Ariel Sharon e Benjamin Netanyahu, assim como de altos quadros dos serviços militar e de espionagem do país: Forças de Defesa de Israel (FDI), Mossad (os serviços secretos mais temidos do mundo), Cesareia (uma «Mossad dentro da Mossad» que realiza os ataques aos alvos mais relevantes) e Shin Bet (uma agência de segurança interna que realizou a maior campanha de assassínios seletivos de sempre, de maneira a pôr cobro a algo que parecia imparável: o terrorismo suicida).
Os que seguem o meu blog sabem que gosto bastante de espionagem, sendo dos géneros que mais leio e comento aqui no blog. Este livro, que me cativou logo no início, foi uma das melhores leituras dentro deste tema que li nos últimos tempos.
Com um grande trabalho de pesquisa, o autor leva-nos pela História dos serviços secretos de Israel, sendo o grande foco a mentalidade criada nesse serviço tendo em conta que estamos perante um país criado para receber um povo que quase foi exterminado. Com o passado a ter um peso enorme, estes são serviços secretos onde certas barreiras desaparecem, quer sejam elas barreiras políticas, religiosas ou morais. E é tendo nesse aspeto o foco da sua narrativa, o autor vai explorando factos que foi conhecendo nas suas pesquisas e entrevistas.
A forma estruturada como o autor vai montando o seu livro é um dos seus grandes trunfos, porque num livro que nos vai oferecendo tanto conhecimento, a forma e a ordem em que nos é dada é muito importante para não nos perdermos. Com isto, o livro leva o leitor a nunca se sentir perdido, porque vai oferecendo o conhecimento necessário para se compreender o contexto, os porquês e os efeitos a curto e longo prazo que uma ação criou.
Quem gostar da História da espionagem tem aqui um excelente livro onde poderá aprender bastante. A escrita simples e direta do autor ajuda a criar um livro de ritmo agradável e que nos empurra para as páginas seguintes. Nunca me senti perdido e é interessante ver como o autor não se foca apenas nos serviços secretos em si, mas também no contexto que os leva a atuarem daquela forma. Um livro completo, acutilante, que deve ser lido por todos os que gostem de espionagem, mas também de política interna e externa. Uma leitura muito boa e inteligente, com factos que nunca tinha visto serem explorados ou revelados noutros livros
Luís Pinto
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