Autor: Wilbur Smith
Título original: Pharaoh
Sinopse: Tamose, o velho Faraó, jaz mortalmente ferido.
A antiga cidade de Luxor está cercada.
O Egito parece estar perdido.
Taita, um ex-escravo eunuco, filósofo, poeta e exímio estratega militar, agora general dos exércitos do Faraó Tamose prepara-se para o derradeiro e mais violento confronto com o inimigo. O Egito vive momentos de grande desespero.
O desalento espalha-se pelos seus guerreiros. Porém, graças à astúcia e génio de Taita e ao auxílio de um antigo aliado, o curso dos acontecimentos muda e o exército egípcio acaba por derrotar e expulsar o inimigo do seu território. Mas ao regressar a Luxor, após a vitória, Taita é detido e acusado de traição. Tamose está morto e dá-se início a uma nova era. Utteric sucede a Tamose. É imaturo, fraco e cruel, e teme a influência de Taita na corte, especialmente a amizade deste pelo príncipe Ramsés, o seu irmão mais jovem e mais digno.
Com Taita detido, Ramsés é forçado a fazer uma escolha: ajudar Taita a fugir da prisão ou mostrar-se impassível perante a tirania de Utteric. Para ele, todavia, não há outra opção senão libertar Taita, travar Utteric e assim poder salvar o Egito.
Confesso que ainda não li muitos livros de Wilbur Smith, mas os poucos que li, gostei bastante. Wilbur Smith é um autor bastante conceituado, considerado um dos melhores no seu género, e o seu enorme sucesso confirma-o.
Esta sua série passada no antigo Egito, em que cada livro pode ser lido de forma independente, é o perfeito exemplo do autor, em que cada livro tem uma intensidade enorme, muita emoção e um grande conhecimento histórico. E estes três fatores são os grandes trunfos do livro.
Em primeiro lugar está a intensidade da narrativa. O autor impõe um ritmo avassalador durante a grande maioria das páginas, com o leitor a ser empurrado para a página seguinte, pois está sempre a acontecer algo de relevante, quer seja em ação, diálogo, descrição, etc... Este é um livro que transmite emoções fortes, sempre carregado de raiva, sede de vingança e revolta. Com isto, o leitor liga-se facilmente aos personagens principais e a emoção está garantida.
O terceiro fator está no grande conhecimento histórico do autor. É bastante fácil sentir que estamos naquela época porque o autor está constantemente a dar detalhes muito interessantes sobre o modo de vida dos personagens. Com isso ele explora costumes, tradições, traumas, crenças, sistema político, vida social, etc... É um mundo claramente vivo, sustentado numa grande pesquisa para perceber como esta sociedade vivia.
Depois existe a história, bem conseguida, apesar de não ser a melhor que li do autor, mas extremamente viciante para nos agarrar do início ao fim, principalmente porque queremos ver que caminho terá a vingança e as decisões de algumas personagens. Não querendo revelar nada sobre a história, resta-me apenas aconselhar este livro a todos os que gostem de romances nesta época história do Antigo Egito, pois poucos escritores se comparam a Smith se quiserem um romance passado nesta civilização.
Luís Pinto