Autor: Andy Weir
Título original: Artemis
Sinopse: O novo romance do autor de O Marciano Para viver na Lua, Jazz Bashara faria qualquer coisa.
Bom, mais ou menos. A vida em Artemis, a primeira e, até ver, única cidade da Lua, é difícil. Só turistas ricos ou milionários excêntricos que vivem a sua reforma dourada fora do planeta Terra é que conseguem usufruir em pleno do Mar da Tranquilidade. Um pouco de contrabando aqui e ali não é grave, certo?
É por isso que quando surge a oportunidade de, com um grande golpe, decidir o seu futuro, Jazz não hesita. Tem apenas de conseguir o impossível, e de o fazer fora da colónia, onde não só a gravidade é seis vezes inferior à da Terra como o Sol queima e o ar não existe.
Mas isso será apenas o começo de uma série de eventos que vai pôr em causa a existência da própria colónia. Jazz era apenas uma contrabandista a tentar ganhar a vida. Será que está preparada para pôr tudo em risco para salvar o único lugar onde alguma vez se sentiu em casa?
"O marciano" foi um dos melhores livros de ficção-científica que li nos últimos anos e foi com grande entusiasmo que comecei a ler este livro. Weir tem uma escrita que consegue ser inteligente, divertida e educativa ao mesmo tempo e, tal como aconteceu com o seu livro anterior, capta facilmente a nossa atenção logo no início.
Com uma história envolvente desde o início, é interessante ver como Weir tem um sentido de humor realmente único, capaz de ,com algumas piadas ou ironia, explorar situações e personagens, levando o leitor a conhecer melhor a situação ou a perceber como um personagem está a reagir e porquê. A isto junta-se um conhecimento claramente vasto do autor em relação a astrofísica, astronoia, física, química, biologia, etc... tudo junto, este não é apenas um livro de ficção, mas também uma obra onde podemos aprender bastante nestas várias áreas.
O que me espantou mais foi a forma como o autor explorou as personagens, tornando o livro mais apelativo até aos leitores que não sejam super fãs de FC. Se olharmos globalmente o livro, o seu trunfo, está na escrita e nas personagens, mesmo tendo em conta que a ficção científica é a base do enredo. No entanto, este é um livro sobre o ser humano, sobre as sociedades que criamos, a forma como sobrevivemos, os preconceitos que criamos, o que temos de fazer para sobreviver. E é com essa base que o autor consegue aprofundar como enfrentamos algo novo num mundo criado com inteligência e que durante todo o lviro me pareceu muito realista.
No entanto, é preciso salientar que Weir não consegue ter neste livro a qualidade de "O marciano", uma obra claramente do outro mundo, fantástica do início ao fim. Apesar disso, o que temos aqui é um livro muito bom dentro do seu género, que não conseguimos largar e que explora temas adultos e por vezes contorversos sobre o que poderá ser o nosso futuro. Se apreciam este género, é claramente um livro a ter. Contudo, esta obra não se destina apenas aos que apreciam o género, e está aqui, tal como no seu livro anterior, o sua mais valia enquanto livro: o de poder ser lido por qualquer pessoa que, mesmo não apreciando FC, queira um enredo que explora a mente humana tanto enquanto "animal" como enquanto "senhor das estrelas".
Luís Pinto
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