sábado, 29 de abril de 2017

Passatempo: 1924 - O ano que criou Hitler



PASSATEMPO

1924 - O ano que criou Hitler


O Ler y Criticar tem o prazer de, uma vez mais, aliar-se à Editorial Presença para vos proporcionar um passatempo. Desta vez iremos oferecer um exemplar do livro "1924 - O ano que criou Hitler".

Para se habilitarem a ganhar, basta preencher os vossos dados no formulário e responderem à pergunta.

É apenas permitida uma participação por pessoa.

O passatempo termina dia 7 de maio.

Boa sorte a todos!



Sinopse: O ano de 1924 marcou a vida de Adolf Hitler e o destino da Humanidade. Detido na sequência do putsch em Munique, um golpe falhado, e rodeado pelos seus coconspiradores, Hitler passa na prisão por um período intenso de leitura e escrita enquanto aguarda um julgamento por traição.
Nesse ano sedimenta as bases do que viria a ser a ideologia do Terceiro Reich, arquiteta a então aparentemente impossível subida ao poder e escreve Mein Kampf, o seu manifesto infame. Tudo o que a História presenciou depois - a violência, a ditadura, a guerra mais mortífera de sempre - encontrava-se cristalizado nesse ano paradigmático.
Até agora, tal período ficou por analisar com a devida profundidade. O jornalista Peter Ross Range fá-lo magistralmente, descrevendo os episódios do ano mais importante para perceber a mente de Hitler numa obra pioneira e de leitura empolgante: 1924 - O Ano que criou Hitler.



quinta-feira, 27 de abril de 2017

A SERPENTE DO ESSEX


Autor: Sarah Perry

Título original: The Essex serpent





Sinopse: Londres, 1893. Quando o marido de Cora Seaborne morre, a viúva inicia uma nova vida marcada ao mesmo tempo por alívio e tristeza.
Não teve um casamento feliz e ela própria nunca se adequou ao papel de mulher da sociedade. Acompanhada pelo filho, Francis - um rapaz curioso e obsessivo -, troca a cidade pelo campo de Essex, onde espera que o ar fresco e os grandes espaços lhe proporcionem o refúgio de que necessita.
Quando se instalam em Colchester, chegam-lhe aos ouvidos rumores de que a Serpente do Essex, conhecida por em tempos ter percorrido os pântanos na sua avidez de colher vidas humanas, regressou à aldeia de Aldwinter. Cora, naturalista amadora sem interesse por superstições ou questões religiosas, fica empolgada com a ideia de que aquilo que as pessoas da região tomam por uma criatura sobrenatural possa, na realidade, ser uma espécie ainda por descobrir. Quando decide iniciar a sua investigação é apresentada ao vigário de Aldwinter, William Ransome. Tal como Cora, Will sente uma desconfiança profunda em relação aos boatos, que considera um fenómeno de terror de caráter moral e um desvio da verdadeira fé. Enquanto Will procura tranquilizar os paroquianos, inicia-se entre ele e Cora uma relação intensa; apesar de os dois não concordarem a respeito de nada, são atraídos e afastados um do outro inexoravelmente, a ponto de isso modificar a vida de ambos de formas inesperadas.



Com uma escrita bem trabalhada, a autora leva-nos por uma história que aos poucos se torna bastante complexa, mas vamos por partes. O início do livro serve, como normal, para conhecermos as personagens, e aqui a autora faz um bom trabalho em desenvolver ambientes e personalidades, sendo um ponto alto a forma como o livro nos descreve certos locais. O ambiente é quase sempre sombrio, carregado de forma moderada para que seja sentido a cada página, não deixando o leitor esquecer certos conceitos e detalhes que são importantes.

A isto mistura-se o enredo que se desenvolve a bom ritmo, abrangendo novos temas e conceitos, tornando o mundo bastante coerente. No entanto, a sensação com que fiquei foi que a autora tocou em demasiado temas, ao ponto de chegar a um momento no livro em que o enredo principal se torna bastante secundário, pois o leitor está envolto em vários temas e a serpente deixa de ser a base.

Nessa altura fiquei com a sensação que a autora se perdeu um pouco tornando a sua narrativa demasiado abrangente sem se focar no que ao início parecia o essencial e que merecia ser mais aprofundado. Com o tema principal a ser algo posto de parte, o nosso foco prende-se nas personagens, e com elas viajamos por uma história que se torna bastante intensa em termos amorosos e que me surpreendeu em alguns aspetos.

Gostei dos personagens apesar de alguns serem demasiado óbvios, mas as suas decisões foram coerentes e encaixaram bem na história não existindo momentos demasiado forçados. No entanto, e apesar de o livro não se destacar em certos aspetos, noutros consegue ser muito bom, como por exemplo no ambiente que consegue ir criando.

Este é um livro que muitos leitores irão adorar, principalmente o público feminino que certamente conseguirá criar uma ligação mais emocional com a personagem principal. Nota-se a qualidade e percebe-se porque ganhou tantos prémios internacionais. A mim não me convenceu totalmente simplesmente porque acho que o livro não se foca no que o torna original, mas foi sempre uam leitura que gostei. E por isso acredito que este é claramente um livro que a maioria dos leitores irá gostar bastante.

Luís Pinto 


quarta-feira, 26 de abril de 2017

4 3 2 1


Autor: Paul Auster

Título original: 4 3 2 1





Sinopse: O que nos motiva verdadeiramente? O que nos leva a optar por um caminho em detrimento de outro? De que futuros abdicamos pelo simples facto de termos apenas uma vida para viver?
No dia 3 de março de 1947, na maternidade do hospital Beth Israel em Newark, New Jersey, nasce Archibald Isaac Ferguson, filho único de Rose e Stanley Ferguson. Uma só criança a quem são dados quatro caminhos ficcionais diferentes, quatro direções possíveis. Uma pessoa que se desdobra em quatro, para assim viver quatro vidas paralelas e absolutamente diferentes, mercê das circunstâncias, do acaso, e das escolhas.
Os contrastes entre os quatro Fergusons são evidentes. As distintas relações com a família e as amizades, o amor romântico e as paixões intelectuais percorrem a tumultuosa paisagem da América, entretecendo-se com momentos cruciais da História do século xx. Em comum, o fascínio por uma mulher: a magnífica Amy Schneiderman. Todavia, cada uma das relações entre os quatro Fergusons e Amy é única. E nós, leitores, somos as testemunhas de cada momento de prazer, cada momento de dor, cada lento avançar rumo ao inevitável culminar das suas - de todas - as vidas.



Vou ser direto: este é um daqueles livros que se adora, ou se odeia. Paul Auster tem aqui, muito provavelmente, o seu livro mais complexo até hoje e aquele que leva o leitor ao limite.

Com um brutal número de páginas, Paul Auster sabe como envolver o leitor num enredo do qual não conseguirá sair. Com uma escrita objetiva, mas sem nunca deixar de explorar o que é importante para a criação de ambientes e exploração de personagens, Auster empurra o leitor durante quatro narrativas que se unem e se afastam quando menos esperamos, sem nunca ter tido a noção de que o autor se perdera pelo caminho. É verdade que a meio o livro perde algum fulgor, perdendo o fascínio inicial e ainda sem oferecer as respostas que estão guardadas para o final, mas mesmo com um ritmo mais lento a meio, o livro não perde qualidade, apenas obriga o leitor a um maior esforço para se perceber tudo o que estas páginas tentam transmitir.

Com bons personagens e momentos surpreendentes, Auster tem aqui uma base fantástica que explora com mestria, levando-nos a questionar tudo o que o personagem faz e sempre com a noção de que essas mesmas questões podem ser colocadas à nossa vida. A questão principal é que o autor não se limita a explorar uma história. Este é um livro filosófico, psicológico, metafísico sobre a essência do que é ser uma pessoa nesta sociedade e de como as nossas vidas são a construção de todos os momentos, todas as decisões, todos os sentimentos. É um livro sobre um minuto que pode mudar a nossa vida e nunca saberemos como seria diferente se esse minuto tivesse tido outro desfecho.

A tudo isto Auster mistura vários locais, todos eles com uma identidade que encaixa no enredo e o torna mais inteligente. A forma como o autor monta a sua história é, talvez, o seu maior trunfo, e que pode passar despercebido ao leitor menos atento. Auster leva o leitor por caminhos bem montados, principalmente porque todos nós sabemos como acabam esses caminhos, com a morte. Aliás, é esse, indiretamente, o tema deste livro: a morte, como ela condiciona a cada instante, a cada ação, a cada sentimento, a cada dor ou prazer. A noção de que o nosso tempo está a acabar.

Pauls Auster tem aqui um livro complexo, forte, psicológico. Questiona o que é, o que foi e o que poderia ter sido. Questiona quais os valores que nos fazem decidir. Muitos leitores precisarão de um enorme esforço para o acabar, outros irão entrar no enredo e sentir o peso de cada página. Não é um livro que agrade a todos, mas a qualidade é inegável e inesquecível. 

Luís Pinto

segunda-feira, 24 de abril de 2017

IMPERADOR DOS ESPINHOS


Autor: Mark Lawrence

Título original: Emperor of Thorns





Sinopse:  Um rei em busca de vingança.
Com apenas vinte anos de idade, o príncipe tornou-se o Rei Jorg Ancrath, rei de sete nações, conhecido em todo o Império. Mas os planos de vingança que tem para o seu pai ainda não estão completos. Jorg tem de conseguir o impossível: tornar-se imperador.
Um império sem imperador há cem anos.
Esta é uma batalha desconhecida para o jovem rei, habituado a conquistar tudo pela espada. De quatro em quatro anos, os governantes dos cem reinos fragmentados do Império Arruinado reúnem-se na capital, Vyene, para o Congresso, um período de tréguas durante o qual elegem um novo imperador. Mas há cem anos, desde a morte do último regente, que nenhum candidato consegue assegurar a maioria necessária.
Um adversário temível e desconhecido.
Pelo caminho, o Rei Jorg vai enfrentar um adversário diferente de todos os outros, um necromante como o Império nunca viu, uma figura ainda mais odiada e temida do que ele: o Rei dos Mortos.




Regresso a esta trilogia para ver o seu fim e o que o autor preparou para Jorg, este personagem principal que por vezes odiamos mas que compreendemos.

Ainda antes de olhar diretamente para este livro, é preciso indicar que esta é uma saga diferente do normal e à qual deve ser dada o mérito de nos levar  a criar uma ligação com um personagem que moralmente deveríamos repudiar. É nos detalhes que o autor cria esta ligação enquanto vemos, principalmente no segundo livro, as mudanças que Jorg atravessa, e que o afastam do rapaz sedento de vingança do primeiro livro. 

Com o segundo livro a criar essa ligação e a levar-nos a compreender muitas das decisões de Jorg, o terceiro livro é um inteligente e surpreendente final para esta trilogia e suas personagens. Com o seu estilo habitual, Jorg leva-nos por batalhas, físicas e mentais, sempre com saltos temporais que nos dão, em simultâneo, novas perguntas e novas respostas. 

Tal como no livro anterior, o autor continua a explorar este seu mundo, sempre com interessantes ligações a um passado e a um mundo que conhecemos. A ligação é aqui mais forte e faz sentido dentro do universo criado pelo autor, tornando a trilogia coerente. Infelizmente, devido ao facto de a narrativa estar focada no narrador Jorg, fica a sensação que algumas personagens mereciam ser exploradas e acabam por não ser.

Com a narrativa a aumentar o ritmo a partir de meio do livro e com algumas revelações a serem apresentadas nos momentos certos, o autor prende o leitor numa viagem viciante em que algumas teorias se formam na nossa mente. Foi já perto do fim que comecei a perceber para onde o autor me levava, mas o porquê faz a diferença. Inteligente e com algum risco, o autor oferece um final que fica na memória e que encaixa muito bem nas personagens e no mundo que fomos descobrindo nestes três livros. Por tudo isto, este é o melhor dos três livros, principalmente porque com o conhecimento que oferece, consegue melhorar os anteriores livros.

Se procuram uma boa trilogia de fantasia e que se consegue diferenciar da maioria graças à sua personagem principal, então esta saga deve estar na vossa estante.

Luís Pinto



sexta-feira, 21 de abril de 2017

A VIÚVA NEGRA


Autor: Daniel Silva

Título original: The Black widow




Sinopse: O lendário espião e restaurador de arte Gabriel Allon está prestes a tornar-se chefe dos serviços secretos israelitas. Porém, em vésperas da promoção, os acontecimentos parecem confabular para o atrair para uma última operação no terreno. O ISIS fez explodir uma enorme bomba no distrito do Marais, em Paris, e um governo francês desesperado quer que Gabriel elimine o homem responsável antes que este ataque novamente. Chamam-lhe Saladino... É um cérebro terrorista cuja ambição é tão grandiosa quanto o seu nome de guerra, um homem tão esquivo que nem a sua nacionalidade é conhecida. Escudada por um sofisticado software de encriptação, a sua rede comunica em total segredo, mantendo o Ocidente às escuras quanto aos seus planos e não deixando outra opção a Gabriel senão infiltrar uma agente no mais perigoso grupo terrorista que o mundo algum dia conheceu. Trata-se de uma extraordinária jovem médica, tão corajosa quanto bonita. Às ordens de Gabriel, far-se-á passar por uma recruta do ISIS à espera do momento de agir, uma bomba-relógio, uma viúva negra sedenta de sangue. Uma arriscada missão levá-la-á dos agitados subúrbios de Paris à ilha de Santorini e ao brutal mundo do novo califado do Estado Islâmico e, eventual-mente, até Washington, onde o implacável Saladino planeia uma noite apocalíptica de terror que alterará o curso da história.



Regresso novamente à escrita de Daniel Silva e à sua série mais famosa, a do espião Gabriel Allon. Este é o 16º livro da série e pode ser lido como um livro independente. claro que conhecer o passado do personagem é importante para se tirar maior partido do enredo, mas não obrigatório para que esta seja uma boa leitura.

Com o ritmo em crescendo, como é habitual neste autor, Allon volta uma vez mais a ter uma missão de escala planetária. Ao fim de dezasseis livros podemos achar que o autor poderá estar a ficar sem ideias, mas a verdade é que não. Claro que começa a ser possível perceber alguns truques de Daniel Silva e ver onde a narrativa nos tenta enganar, mas este é um conhecimento que se adquire ao ler muitos livros. Por outro lado, o autor continua a arriscar e a surpreender, sem nunca deixar de tocar em alguns temas sensíveis.

O ISIS é agora o centro das atenções e é "misturado" numa trama que aos poucos atinge um ritmo de ação bastante elevado. O autor usa os já normais padrões da espionagem de ação e claro que não podemos esquecer os clichés das mulheres lindas que ajudam o personagem principal, muito ao estilo de James Bond. No entanto, e mesmo com estes já batidos clichés, o autor cria um enredo inteligente e bastante atual com o qual é possível encontrar semelhanças com a realidade. A montagem do livro está bem conseguida e mesmo com o fluxo a caminhar, claramente, para um local/momento óbvio, é impossível deixar de ler, até porque se sente que o autor poderá surpreender em qualquer página.

Dentro do seu estilo, que mistura a espionagem de James Bond com vários temas atuais e uma personagem principal com a qual é fácil criarmos simpatia, Daniel silva é dos mais famosos escritores do mundo, e aqui percebe-se porquê. Um leitor que procure um livro de espionagem pura, não o irá encontrar aqui, mas quem procure um bom livro de ação que não se consegue parar de ler, então este livro é uma escolha acertada, até porque, para mim, é talvez o mais intenso livro do autor, o que demonstra que Daniel Silva irá continuar a surpreender-nos. Se este é o vosso estilo de leitura, então este é um livro a ler neste verão.

Luís Pinto 

quinta-feira, 20 de abril de 2017

A PRIMEIRA REGRA


Autor: Jeff Abbott

Título original: The first order





Sinopse: Sam Capra nunca acreditou que o irmão tivesse sido assassinado às mãos de extremistas no Médio Oriente. Antigo operacional da CIA, Sam transformou-se num agente infiltrado de topo, e decide lançar a sua própria investigação. Mas a que ponto e com que propósito é que os seus contactos ainda lhe serão leais? Toda a informação tem um preço e a confiança pode ser um conceito volátil para alguns…
A busca desesperada pelo irmão levará Sam a uma versão moderna do coração das trevas: o círculo privado da elite russa, oligarcas implacáveis, com a escola do KGB, que juraram fidelidade a Morozov, o corrupto presidente da Rússia. No fio da navalha, não passam de peões no xadrez global a que Morozov se dedica, e agora um destes homens quer ver-se livre do novo czar. Estará Danny envolvido na conspiração? No que se terá tornado?



Este é o segundo livro que leio deste autor e foi o que gostei mais. Apesar de não ser um fantástico livro de espionagem, a verdade é que Abbott consegue criar uma trama bastante interessante. Sendo o quinto livro de uma série que tem como personagem principal Sam Capra, e não tendo lido os livros anteriores, foi normal estar perdido nas primeiras páginas, mas aos poucos fui conhecendo este personagem e percebendo os seus motivos e o seu passado. Globalmente, parece-me que quem tenha lido os livros anteriores, poderá apreciar melhor estas páginas, mas também me parece correto afirmar que quem nunca tenha lido, conseguirá agarrar a história aos poucos e ter aqui uma boa leitura.

Com um ritmo sempre elevado, Abbott leva-nos por vários locais e transmite sempre uma sensação de urgência que torna o livro mais intenso e empolgante. Não sendo um livro de espionagem puro, mas sim um thriller rápido e com ação, Abbott por vezes oferece momentos óbvios, mas noutros momentos consegue surpreender ao arriscar e conseguindo dar qualidade ao livro quando menos se espera. 

Gostei das personagens e também da forma como o autor montou a narrativa, com grande destaque para os vilões que conseguem demonstrar qualidades que os tornam bastante importantes no enredo. No entanto, o destaque é claramente para o personagem principal, que não conhecia e que gostei de explorar, dando-me vontade de ler os livros anteriores. 

Com diálogos interessantes e um ambiente bem criado, é fácil entrar neste livro. O seu ritmo não nos deixa descansar e algumas perguntas ficam por responder enquanto desvendamos uma conspiração que pode ser bem maior do que o personagem principal crê no início. No global, este é um bom livro de espionagem que agradará aos leitores que procuram ação e uma leitura rápida, e que me convenceu a ler mais livros do autor. 

Luís Pinto

quarta-feira, 19 de abril de 2017

CEVDET BEI E OS SEUS FILHOS


Autor: Orhan Pamuk






Sinopse:  Istambul, 1905. Cevdet Bei, um comerciante muçulmano rico, instala-se com a mulher no bairro ocidental de Nisantasi. O Império Otomano já soçobrava antes da Primeira Guerra Mundial e as elites contestavam o poder despótico do sultão Abdülhamid II. Duas gerações depois, o pintor Ahmet decide retratar o avô e, neste intervalo, observamos a evolução de toda a sociedade turca.
Cevdet Bei e os Seus Filhos é o romance de estreia de Orhan Pamuk, Prémio Nobel da Literatura, que segue as três gerações da família de Cevdet Bei, e com elas a fundação da Turquia moderna.



Pamuk escreve de forma diferente, especial, com formas e significados que o tornam único. Neste livro, o seu primeiro romance, Pamuk revela, acima de tudo, a inteligência que foram a base do Nobel que ganhou.

Num livro bastante grande, Pamuk consegue agarrar o leitor com facilidade. No meu caso, muito se deve à forma como o autor consegue, durante todo o livro, explorar as diferenças entre Oriente e Ocidente. a leitura é quase sempre lenta, com o autor a aprofundar vários temas que tornam o livro bastante coeso e coerente. A forma como o autor expõe a sociedade e as transformações que vai sofrendo, tornam esta narrativa em algo mais do que uma boa história. É também um livro que nos ensina e revela a adaptação de uma sociedade que em muitos aspetos não estava preparada para uma mudança tão radical.

Outro aspeto muito importante nas obras do autor e também aqui neste livro é a capacidade de Pamuk de nos ligar a algumas personagens, levando-nos a atingir um estado que nos faz acreditar que realmente conhecemos a personagem. Pamuk explora com suavidade o que constitui uma personagem, quais os seus motivos, o que a marcou, o que pretende alcançar. E é com personagens extremamente realistas que avançamos por um país em mudança.

O retrato de Istambul durante os vários anos da narrativa é um dos pontos fortes do livro. A narrativa toca em temas mais profundos e emocionais, como a política, religião e tradições, sem nunca esquecer as dificuldades da adaptação e a forma como a sociedade olha para o seu país, mas também para os países estrangeiros, todos eles em grande mudança devido à guerra.

De um ponto de vista crítico, a história quase que é secundária quando comparado ao peso que tem a mudança da sociedade. É ela o catalisador de toda a história e é com essa mudança que avançamos e conhecemos as personagens. Pamuk tem aqui um bom livro, ao nível do que nos habituou e que nos liga emocionalmente a algumas personagens. É um livro grande e o seu ritmo poderá afastar alguns leitores que procurem algo mais rápido ou intenso. Mas a qualidade está aqui, sem dúvida.

Luís Pinto

terça-feira, 18 de abril de 2017

O SEGUNDO LIVRO DA SELVA


Autor: Rudyard Kipling

Título original: The second jungle book




Sinopse: O Segundo Livro da Selva dá continuidade às espantosas histórias reveladas em O Livro da Selva, já editado pela Livros do Brasil. Mowgli, o rapaz que cresce no seio de uma família de lobos, recebe novos ensinamentos sobre a vida e a sobrevivência na selva indiana, na companhia dos seus amigos Baloo, o urso pardo, e Bagheera, a pantera negra, e volta a encontrar-se com os fascinantes Shere Khan, o temível tigre, ou Kaa, a grande jiboia das rochas. Incluindo três outras histórias que têm como pano de fundo a Índia britânica, este é um conjunto precioso de aventuras, de fábulas, de lições de vida, escritas com mestria por Rudyard Kipling e ilustradas pelo seu pai, John Lockwood Kipling. Tendo tido a sua primeira edição em revistas, entre os anos de 1894 e 1895, estes são textos clássicos de um valor inesgotável. 




Todos nós já ouvimos falar do mais famoso livro de Kipling "O livro da selva", muitas vezes adaptado em filmes e séries. No entanto, este segundo livro, muito menos famoso, também merece ser lido. 

Tal como no primeiro livro, o autor usa uma escrita leve, capaz de se adaptar à idade de qualquer leitor e a narrativa desenvolve-se com facilidade, cheia de significados e capaz de levantar várias questões sobre a vida, o que é ser um ser humano e todas as emoções que nos ligam a animais e outras pessoas.

Tal como o livro anterior, esta é uma história que tem algo a ensinar, qualquer que seja a nossa idade. É interessante ver como, dependendo da nossa idade, iremos questionar a história de forma diferente, retirando novos ensinamentos, percebendo outros significados. Isto porque, se repararmos bem, o autor não está apenas a "ensinar" o nosso personagem principal Mogli. Está também a ensinar os leitores. 

As histórias são interessantes e estruturadas com inteligência, e mesmo apesar de termos momentos separados e alguns saltos, tudo acaba por encaixar bastante bem neste mundo que o autor criou e que em muitos casos nos parece incrivelmente presente na sociedade atual. O resultado é um livro intemporal que explora o ser humano de uma forma que será sempre atual, e que sempre nos ensinará algo que não deveremos esquecer.

Este pequeno livro de Kipling deve ser lido. As suas personagens são memoráveis, os seus diálogos inteligentes e a narrativa adapta-se a qualquer leitor. Não existe muito que possa aqui dizer sem revelar a história, que apesar de curta, está cheia de significado. Este não é um livro para ser lido pela história, mas sim pelo que transmite. É esse o seu trunfo, e é por isso que deve estar nas nossas estantes, tal como o primeiro Livro da Selva.

Luís Pinto

segunda-feira, 10 de abril de 2017

AUTORIDADE


Autor: Jeff Vandermeer

Título original: Authority





Sinopse: Após 30 anos, os únicos traços humanos detetados na Área X - uma estranha zona contaminada cercada de uma fronteira invisível e sem traços de civilização - são os que foram deixados por expedições sucessivas sob autoridade de uma agência tão secreta que quase foi esquecida. Face à tumultuosa 12.ª expedição narrada em Aniquilação, a agência tem um novo diretor nomeado, John Rodrigues, também conhecido por Control.
A braços com uma equipa desesperada e frustrada por uma série de incidentes e vídeos perturbantes, Control começa a desvendar lentamente os segredos da Área X e dos mistérios narrados no primeiro volume, mas a cada descoberta que faz, é forçado a confrontar verdades sobre ele próprio e a agência que jurou servir.



Este é o segundo livro da trilogia "Área X" e, tal como o primeiro, não é um livro para todos. 

Após ter criado a base necessária no livro anterior, o autor começa neste livro a explorar algumas das perguntas que o leitor terá feito no livro anterior. Com o seu ritmo morno e grande foco no mundo em si, o autor explora flora e fauna com uma subtileza incrível, ao ponto de mesmo nos momentos em que não parece estar a explorar cenários, na realidade está. Com uma escrita focada no porquê de muito do que existe, mas tendo sempre a capacidade de criar suspense sobre o porquê do que vai acontecendo, o leitor é levado por uma viagem que tem tanto de confuso como de coerente em alguns momentos.

Com algumas personagens interessantes e diálogos inteligentes, o enredo começa a responder às perguntas que ficam do primeiro livro. Contudo, tal como se esperava, muitas respostas dão origem a novas perguntas. Apesar de um ou outro momento parecer algo forçado ou menos coerente, também é verdade que aos poucos tudo começa a encaixar e a dar origem a várias teorias.

No entanto, tal como o primeiro livro, este também não é um livro para todos. O autor leva-nos por caminhos confusos e que em alguns momentos não parecem encaixar com o que se espera ou que já se leu, mas a verdade é que se ligarmos todos os pontos, então descobrimos que nestas páginas está explicado muito do que não se vê à primeira vista. Tudo isto num ritmo bastante lento que poderá afastar alguns leitores. O enredo é inteligente, mesmo que às vezes não seja viciante, e o facto de ser o segundo livro da trilogia acaba por lhe retirar algum impacto final, pois muito fica por explicar.

Esta trilogia, que ganhou vários prémios, tem a qualidade e a originalidade que a tornam memorável de alguma forma. Ainda me falta ler um livro e não quero revelar algo que não devo, mas estou bastante curioso para ver o desfecho de algumas personagens e, principalmente, o porquê de três ou quatro factos desta narrativa. Se no fim tudo fizer sentido, então esta será uma trilogia muito boa, baseada num universo diferente e bem pensado, e que mesmo não sendo a favorita dos leitores, conseguirá ganhar o seu espaço na nossa estante de livro a voltar a ler um dia. Fica a faltar apenas o último livro para perceber se o autor consegue realmente oferecer todas as respostas (de preferência com um ritmo mais elevado na narrativa).

Luís Pinto

quinta-feira, 6 de abril de 2017

STAR WARS - Trilogia Império Negro


Autor: Tom Veitch

Título original: Dark Empire & Dark Empire II & Empire's End





Sinopse: Dez anos depois da queda de Darth  Vader e do Imperador em  O Regresso do Jedi, uma Nova República foi formada, mas a galáxia ainda não está livre.
E, desta vez, o poder obscuro por detrás do Império ressurgente tem os olhos postos num novo alvo: o filho recém-nascido de Han e Leia!
Se este plano for bem-sucedido, a galáxia mergulhará numa nova era de trevas.



Quem conheça o Universo Star Wars que foi criado em livros e comics após os filmes, sabe que existem algumas trilogias bastante icónicas. Quando a Disney comprou os direitos, todos estes livros passaram a ser considerados "Lendas", histórias fora da cronologia que a Disney quer seguir com os seus novos filmes. E portanto, mesmo não sendo histórias que tenham influência nos próximos filmes, muitos valem a pena ser lidos. É o caso desta trilogia e de muitos outros livros que a editora Planeta tem trazido para Portugal nos últimos tempos.

Em termos de influência que teve, provavelmente nenhum comic teve tanto impacto no universo Star Wars quanto esta trilogia. Abriu portas, explorou o futuro da saga e aprofundou as personagens que já conhecíamos.

A história é interessante, apesar de ter alguns momentos previsíveis, mas sendo sempre capaz de nos aproximar das personagens dos filmes. Os diálogos muitas vezes conseguem ser exatamente o que esperamos de algumas personagens, não deixando o leitor sentir qualquer afastamento dos filmes. Por outro lado o ritmo também é bem conseguido na parte inicial e final, apesar de a meio existir uma fase mais morna. 

Apesar de estas trilogias mais antigas não terem o fantástico design dos comics mais recentes, em nenhum momento se sente que os comics se afastam do universo de George Lucas. A cada página existe algo que nos faz perceber que este é o universo de Star Wars. A isto alia-se neste edição, novamente, um excelente trabalho da editora em oferecer uma boa capa dura e boa qualidade nas páginas.

Com algumas reviravoltas, momentos cómicos e algumas surpresas, esta é mais uma boa trilogia Star Wars que agradará a qualquer fã. Pode não ser a minha favorita, mas é claro o porquê de ter sido tão importante para a expansão dos comics no universo SW. Intenso e inteligente, coerente com o universo e sempre capaz de nos levar a melhor neste universo, esta é uma leitura viciante e bastante divertida. Se são fãs da saga, então acreditem, têm de ter este livro.

Luís Pinto

quarta-feira, 5 de abril de 2017

O GRANDE REAJUSTAMENTO


Autor: Willem Middelkoop

Título original: The big reset




Sinopse: Willem Middelkoop propõe neste livro um grande reajustamento para dar um novo rumo ao sistema financeiro global, que vê atualmente no dólar o seu modelo de referência. Depois de nos dar conta do caminho percorrido até chegar à situação de crise em que nos encontramos hoje, partindo de tempos imemoriais que recuam até à origem do dinheiro e dos bancos, chegamos ao século XX para assistirmos à forma como o dólar se tornou a principal moeda de reserva mundial. Porém, o sistema governado pelo dólar entrou em declínio há várias décadas e teve um enorme revés com a crise do crédito de 2008. Ainda assim, os Estados Unidos tentam manter a sua supremacia e combatem a todo o custo a corrida ao ouro por parte das outras potências mundiais, nomeadamente, a China e a Rússia. Nos últimos anos, estes dois países têm comprado grandes quantidades de ouro de forma a enfraquecerem o sistema norte-americano e a alcançarem uma maior liberdade económica, adquirindo, por consequência, uma maior independência financeira dos Estados Unidos.


Confesso que não conheço o autor deste livro, mas já tendo lido alguns livros que de forma muito suave e indireta falaram sobre possíveis reajustamentos financeiros, decidi ler este livro que aprofunda o tema, focando-se bastante na guerra financeira do ouro, que era exatamente o que procurava.

Em primeiro lugar é preciso indicar que dificilmente quem não se sinta atraído por este livro, poderá retirar algum prazer da leitura nas páginas iniciais. Depois, aos poucos, o livro começa a ser cativante. No meu caso, que estava bastante interessado logo desde o início, e o autor cativou-me com uma escrita inteligente e direta que não deixa a leitura divagar demasiado.

Com uma estrutura bem pensada e sendo fácil perceber-se os conceitos base, acredito que qualquer leitor conseguirá ler este livro sem se sentir perdido, muito graças à escrita simples do autor e ao facto de ir explicando tudo o que provavelmente está fora do conhecimento de um leitor comum.

Claro que aos poucos o livro torna-se mais complexo, principalmente porque a ideia base proposta pelo autor é complexa, mesmo que não pareça. O leitor deverá questionar o que está a ler, tirar as suas conclusões e perceber o impacto das ideias do autor.

Gostei bastante deste livro, principalmente pela forma como o autor vai explorando alguns factos para sustentar as suas ideias e teorias para o que deveria ser feito. Claro que este é um livro em que o autor explora a sua visão e por isso devemos tentar questionar e perceber o problema de várias formas e ângulos, mas é interessante sentir que o autor não nos força numa direção.

Este não é um livro académico, mas é uma obra que exige vontade para ganhar o conhecimento que estas páginas oferecem. Apesar de ser um livro pequeno, existe aqui muito para se aprender, desde a História do sistema financeiro, passando pelas formas como tudo está ligado e como algumas alterações que parecem simples podem ter impactos brutais. Se este tema vos interessa, está aqui um bom livro que certamente vos ensinará bastante.

Luís Pinto

terça-feira, 4 de abril de 2017

O ANJO DA MORTE


Autor: M. J. Arlidge

Título original: Hide and Seek




Sinopse: Helen Grace, até aqui considerada a melhor detetive do país, é acusada de homicídio e aguarda julgamento na prisão de Holloway. Odiada pelas restantes prisioneiras e maltratada pelos guardas, Helen tem de enfrentar sozinha este pesadelo. Tudo o que deseja é conseguir provar a sua inocência. Mas, quando um corpo aparece diligentemente mutilado numa cela fechada, essa revela ser, afinal, a menor das suas preocupações.
Os macabros crimes sucedem-se em Holloway e o perigo espreita em cada cela ou corredor sombrio. Helen não pode fugir nem esconder-se por atrás do distintivo. Precisa agora de ser rápida a encontrar o implacável serial killer? se não quiser tornar-se a sua próxima vítima.



Este é o 6º livro da saga Helen Grace, e tal como todos os outros livros, é bastante bom. Sinceramente, se me tivessem perguntado qual era a expectativa quando comecei esta saga, não esperaria uma consistência tão boa. Arlidge volta a não desiludir.

Uma vez mais o autor consegue empurrar o leitor para um ritmo elevado, tendo neste caso a vantagem de aproveitar o final do livro anterior para deixar de imediato o leitor desconfortável e a tentar adivinhar o que se passa. Tal como nos livros anteriores, Arlidge continua a explorar as personagens com mestria, dando sempre a base necessária para os momentos mais coerentes, mas deixando algumas dúvidas que se poderão tornar nos momentos de maior surpresa. Neste livro o autor volta a arriscar em alguns momentos e apesar de ter percebido qual poderia ser o caminho no final, a verdade é que surpreende pela forma como é revelado e como é coerente com o que tinha acabado de ler.

Claro que ao fim de 6 livros lidos do autor, sempre num estilo muito parecido, existem alguns momento é que se consegue perceber o que o autor está a tentar esconder, mas o facto de a leitura ser tão rápida retira-nos alguma capacidade de questionar o que está a acontecer, pois estamos a ser empurrados sempre para o próximo capítulo. Neste aspeto é importante referir que o autor continua a arriscar e a surpreender com novas formas de manipular a nossa atenção, deixando alguns detalhes quase escondidos para nos dificultar a investigação.

No geral esta é das mais consistentes sagas que li nos últimos tempos. Ao fim de 6 livros parece-me óbvio que não estamos perante um autor que teve algumas ideias boas, mas sim perante um grande autor de policiais. Este talvez não seja o meu favorito até agora, mas a qualidade está ao nível dos outros e merece ser lido. Se gostam de policiais, esta saga deve estar na vossa estante! Preparem-se para uma leitura bastante viciante.

Luís Pinto

segunda-feira, 3 de abril de 2017

LEGIÃO


Autor: Simon Scarrow

Título original: The Legion





Sinopse: Cato e Macro, dois soldados das legiões romanas, têm servido a causa dos Imperadores por todo o Império, desde a Bretanha até à Ilha de Creta, e enfrentam agora o caos que ameaça o Egipto.
O gladiador rebelde Ajax procura vingança pela morte do seu pai às mãos de Cato e Macro. Os seus homens têm-se disfarçado de soldados romanos e atacado bases navais, navios mercantes e cidades. Cato e Macro são encarregues da tarefa de perseguir o guerreiro renegado antes que percam o controlo da situação no território. Decidem juntar forças à Terceira Legião na esperança de destruir o seu inimigo no campo de batalha, mas o astuto gladiador colocou outros planos em movimento…
Uma história de vingança, traição e morte, Legião leva-nos numa grande jornada pelo rio Nilo acima no momento em que o Império Romano enfrenta um novo perigo.
Conseguirão Cato e Macro resistir à brutalidade dos seus inimigos? 



Este é o 10º livro da Saga da Águia e foi, talvez, o meu favorito até agora. A verdade é que o autor tem sido bastante consistente em todos os seus livros, sendo bastante difícil dizer que há livros melhores ou piores. A qualidade tem sido constante e os livros continuam viciantes, principalmente porque o autor vai mudando de cenários, mantendo uma boa base de intriga e de política que choca com a vida dos soldados nos campos de batalha. É este contraste que tantas vezes elevou a qualidade desta saga.

Claro que se tivesse tido os dez livros de seguida, provavelmente a sensação seria outra, talvez acabando por desgastar a própria leitura. Felizmente fui intervalando, tendo sempre a atenção de não ficar demasiado tempo sem voltar para não me esquecer dos detalhes importantes. Tal como nos últimos livros, o autor demonstra que já não há muito para explorar nas suas personagens principais, e assim foca-se noutras, "abrindo o leque" para que o enredo se torne mais consistente e abrangente. 

Tal como noutros livros, o grande trunfo está nas descrições das batalhas e na forma como o autor explora a vida dos soldados, tudo isto sem baixar demasiado o ritmo. É fácil sentirmos que estamos ali, no meio da batalha, e mesmo sabendo que os nossos personagens principais se irão manter (pelo menos é o que eu sinto), não é por isso que as batalhas são menos intensas.

Pelo meio, Scarrow continua a explorar questões política e sociais, explorando diferentes pontos de vista que os personagens vão presenciando. O contraste da forma como um soldados, que enfrenta o inimigo e vê como ele vive, olha para Roma e um político que nunca percebeu como vive ou pensa o inimigo que considera bárbaro, faz a diferença nesta saga, mesmo tendo em conta que o autor, par anão baixar o ritmo, nunca aprofunda demasiado o tema.

O que me fez apreciar mais este livro foi a inteligência do inimigo e os cenários egípcios, uma civilização que aprecio bastante, e que aqui me fez querer ler o livro ainda mais depressa. 

Já não falta muito para acabar esta saga e a continuar assim certamente tentarei lê-la. Daqui a uns tempos voltarei a este autor, para novas aventuras, com outros cenários, noutros locais. E duvido que o autor me desiluda.

Luís Pinto